quinta-feira, 1 de outubro de 2015

1.- O ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO: POSSIBILIDADE DE EMANCIPAÇÃO


ANO
 10
A G E N D A   em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3088
Agora, já é outubro. Adentrar no último trimestre do ano dá a sensação que logo vão começar cantar noite feliz e vamos ouvir uma figura, que a cada ano me parece mais exótica, ronronar um regressivo: ho, ho, ho, ho! A breve chegada do horário de verão ratificará estarmos em clima de fim de ano.
Mas, hoje esta blogada se faz especial. Quisera, mais uma vez, viajar esta noite para Frederico Westphalen, para amanhã acompanhar rituais de passagem. Um querido amigo e leitor deste blogue se fará mestre (tinha escrito antes: será ungido cavaleiro da ordem dos educadores; abandonei a metáfora, que a situação quase exige).
Professor e filósofo (de direito e de fato) Vanderlei Gularte Faria amanhã pela manhã apresentará a defesa a dissertação:O Ensino Médio Politécnico como possibilidade de emancipação do sujeito aluno”.
Nesta dissertação Vanderlei fala daquilo que conhece, pois há muito é professor da Educação Básica, de uma maneira mais particular no Ensino Médio. A dissertação não é apenas produto de uma densa prática. Esta se alicerça no estudo do histórico panorama de preocupações com relação a esta etapa da escolarização, apresentado nas últimas décadas, mormente por conta da proposta de mudanças pelas quais passa/passou a educação do Rio Grande do Sul com a implantação do Ensino Médio Politécnico.
Vanderlei no seu trabalho apresenta discussões acerca das dimensões emancipatórias da concepção de politecnia como contribuição para a emancipação de alunos, em que se propõe um ensino com significado social, interdisciplinar e contextualizado com a vida de estudantes e professores.
Encharcando a sua prática de professor com reflexões teóricas busca o conceito de emancipação na relação com o Ensino Médio Politécnico, identificando elementos essenciais na construção da politecnia como mentefato cultural para uma educação integral.
Não é sem razão que o Vanderlei e o Programa de Pós Graduação em Educação da URI de Frederico Westphalen convidam para participação da banca o Professor Dr. José Clovis de Azevedo que, enquanto Secretário de Educação no Rio Grande do Sul, foi a alma-mater na implantação da politecnia entre nós. Isto traduz o quanto a experiência descrita nesta dissertação terá como avaliador quem de maneira intensa assestou óculos na busca de um outro Ensino Médio.
O lócus da pesquisa foi uma Escola de Ensino Médio na região geo-educacional da URI Frederico Westphalen, onde participaram gestores, professores e alunos enquanto sujeitos da pesquisa. Estes foram partícipes na discussão de aspectos relacionados ao Ensino Médio Politécnico com destaque para a reflexão de alguns conceitos como a politecnia, o trabalho como princípio educativo e a educação unitária; emergiram, então, os principais aspectos da reestruturação curricular: os princípios das diretrizes curriculares, a interdisciplinaridade, o seminário integrado, a pesquisa como princípio pedagógico e a avaliação emancipatória.
Da leitura do trabalho se pode acenar com resultados que parecem significativos: o Ensino Médio Politécnico como responsável pela concretização de uma concepção de educação emancipadora. Talvez, o mais significativo seja o quanto, por meio de um ensino que não se distancia da vida concreta dos estudantes, aponta para a ressignificação dos saberes escolares ensejando uma educação mais ligada à comunidade onde se insere a Escola, tornando-se, assim, uma espécie de convite à permanência dos jovens na mesma por meio de um ensino mais emancipador.
Na admiração do trabalho do Vanderlei e do Programa de Pós Graduação em Educação da URI de Frederico Westphalen manifesto meu orgulho por ter emprestado minha colaboração enquanto professor deste Programa.

 

4 comentários:

  1. O que "dizer" depois dessas palavras?
    Ainda vale muito estar na educação. Principalmente quando nosso trabalho é reconhecido por pessoas que são reconhecidamente autoridades no assunto. Com admiração multiplicada,
    Vanderlei.

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  2. Professor Chassot,
    entendo o motivo de sua alegria com o trabalho do Vanderlei. Ele, a deduzir de seu relato, fez algo significativo e muito importante.
    Primeiro, pela maneira que acompanhei seu envolvimento na colaboração do ‘novo ensino médio’ no Rio Grande do Sul na gestão passada. Segundo, mesmo não conhecendo o Vanderlei, vejo a perspicácia dos seus comentários exarados no seu blog.
    Parabéns aos dois,
    L L L

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  3. É bom saber e presenciar o momento em que meu pai se tornou um mestre, querido Mestre Attico.
    Um abraço,
    Luvander

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  4. Muito estimado Luvander!
    Feliz por poderes partilhares de um ritual de passagem tão importante.
    Tu és um catalisador desta conquista.
    Valeu!amigo

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