domingo, 28 de junho de 2015

28.- RESCALDO DE SEMANA FRUTUOSA


ANO
 9
EDIÇÃO
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Este último domingo do semestre, que quase encerra este extenso junho, enseja um rescaldo desta semana frutuosa que se esvai. Faço isso com brevidade.
Um dos destaques foi ter assistido, na última segunda, dentro do Fronteira do Pensamento, a conferência de Jimmy Wales, um dos mais destacados empreendedores da internet, pioneiro em wiki – nome genérico para websites colaborativos – e visionário da tecnologia. Referido pela Forbes Magazine como “uma celebridade da web". Em 2001, juntamente com Larry Sanger e outros, fundou a Wikipédia, a maior enciclopédia on-line colaborativa internacional com conteúdo aberto e gratuito. O projeto, que é o quinto site mais popular do mundo, possui mais de 30 milhões de artigos, escritos por voluntários, em 280 idiomas.
Nas aulas de Teorias do Desenvolvimento Humano, na segunda e terça discutimos o livro A Ciência é masculina? É, sim senhora! que despertou muita atenção das turmas da manhã e da noite do curso de Licenciatura em Música.
A quarta, quinta e sexta foram de três de saberes e sabores trazidos em quatro falas dirigidas especialmente a professoras e professores indígenas, quilombolas e do campo no bojo da JORNADA CUIABANA DE ENSINO DE QUÍMICA COM CHASSOT: O FAZER/ENSINAR CIÊNCIAS NA DIVERSIDADE na UFMT, que contei aqui na edição da última sexta. Antes de deixar a Capital do Mato Grosso, o Eduardo Mueller presenteou-me um estar com mítico professor Vavá, cuja casa é um original museu de arte naif pantaneira contemporânea. Foram momentos indizíveis.
O retorno foi marcado por quatro voos Cuiabá / Campo Grande / Maringá / Curitiba / Porto Alegre. Como todos são menores de 50 min, não ensejam as necessárias dormidas. Sodoku tornou-se um amenizador do maçante sobe/desce que me entregou no começo do sábado à minha Morada dos Afagos.
Ainda na segunda, na aula da Universidade do Adulto Maior, elaboramos a carta, que permitiu a tessitura da blogada LAÇAÇO EM UM MACHISTA na última terça-feira. Esta edição mereceu dois comentários antípodas um do Jair Lopes, de Florianópolis, SC e outro do Antonio Furtado, de Niterói, RJ, que merecem ser catapultados para a esta edição. Aquele poetou um soneto-acróstico; este assumiu o papel de advogado do diabo, absolvendo o exorcizado prêmio Nobel. Há um excelente exercício da diversidade, na constatação quanto um e outro têm consistentes argumentos em direções opostas.
Soneto-acróstico À igualdade

Machos e fêmeas sempre iguais serão
Assim os concebeu a sábia natureza
Contestar aquele evento da evolução
Há que manter a discriminação acesa.

Infenso à igualdade, machismo grassa
Seja na arraia miúda, ou entre nobéis
Toda essa gente defecando na praça
Apedeutas idiotas vão fazendo papéis.

É lamentável que isso aconteça ainda
Burrice da mais peçonhenta qualidade
Uma vez machista, seu respeito finda.

Richard Timothy Hunt e a bestialidade
Rei do besteirol que mundo prescinda
Opositor da integração e da igualdade.
Como o Advogado do Diabo. Caro Mestre Chassot, permita-me a audácia de incorporar o advocatus diaboli e defender o laureado cientista. Não vejo as afirmações do mesmo com os mesmos olhos de nossa ferrenha crítica. Acredito que a mesma, não sei até que ponto inocentemente, deturpou o real sentido. Vejo as palavras do intelectual muito mais um elogio as mulheres do que como uma crítica, e digo mais, até compartilho de sua opinião, pois inegavelmente a beleza feminina nos inebria e muitas das vezes nos desvia atenção. E isso é tão verdade que comerciais de tv, recepcionistas, aeromoças, grandes vendedoras etc. são lugares de belas mulheres. Como diria Vinicius "Me perdoem as feias, mas beleza é fundamental."

 Um muito bom domingo a cada uma e a cada um. Nele, também, vou celebrar o aniversário de meu querido neto Pedro, filho do André e da Tatiana, que amanhã dia de São Pedro, faz seis anos.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

26.- EVOCAÇÕES CUIABANAS


ANO
 9
EDIÇÃO
 3053

Encerro, nesta sexta-feira, um tríduo em Cuiabá. Cheguei aqui na quarta, no final da manhã. À tarde, fiz a palestra “Assestando óculos para ver mundo””. Ontem, falei em duas ‘Rodas de Saberes e Sabores’ pela manhã: Saberes primevos fazendo-se saberes escolares” e à tarde: “Das disciplinas à indisciplina”. A foto é de momento desta Roda.
Hoje pela manhã, encerro meu ciclo na cidade considerada como o centro geodésico da América do Sul com a palestra: “Das novas exigências ao estar mundo da Academia”. Estas quatro falas se constituíram em parte da programação da JORNADA CUIABANA DE ENSINO DE QUÍMICA COM CHASSOT: O FAZER/ENSINAR CIÊNCIAS NA DIVERSIDADE organizada pelo Laboratório de Pesquisa em Ensino de Química da UFMT. Envolvendo especialmente professoras e professores indígenas, quilombolas e do campo. Mais uma vez aprendo mais que ensino.
Vivo, mais uma vez a rica oportunidade de conviver intensamente com professoras e professores do estado de Mato Grosso, alguns deles, como a delegação de Tangará da Serra, viajaram 270 km para participar desta jornada. Com estes evoquei uma estada na cidade deles há uns anos, onde falei em um circo lotado.
Mas estando aqui, de repente vejo-me invadido por outras evocações nostálgicas de diferentes estar aqui. Não sei o porquê, mas esta cidade entrou muito forte em minha história de educar nas Ciências, com fases muito diversas e com fazeres dispares.
A primeira vez que estive aqui foi em 1975. Meu destino era, o então Território Federal de Rondônia (que passou a categoria de Estado em 1986) onde fiquei de 6 de janeiro a 6 de fevereiro. Então participei como professor de Química no Curso de Licenciatura de 1º Grau, que a UFRGS mantinha no seu Campus Avançado de Porto Velho. Essa atividade era parte do Projeto Rondon. Recordo que partimos da Base Aérea de Canoas, em um velho DC-3 da FAB. Era talvez a minha segunda viagem de avião. A viagem era uma operação militar e a fizemos em duas etapas. No primeiro dia viemos até Cuiabá, de onde partimos, como previsto, só no dia seguinte. Não recordo onde dormimos (hotel ou quartel), mas sei que a janta foi num quartel. No mesmo DC3, voamos a Porto Velho.
Nos anos 80 tive uma participação em um curso de especialização na UFMT, permanecendo aqui mais de duas semanas. Já então, como recordou nesta quarta a professora Salete, que fora aluna do curso, orientei várias monografias de conclusão que tinham como proposta a busca de saberes da tradição regional.
No final dos anos 90 trabalhei num mestrado de ensino de Ciências, na UFMT. Participei de seminários e orientei minha primeira mestranda. Em 13 de dezembro de 1996, Irene Cristina de Mello, hoje doutora e atual Pró-Reitora de Graduação da UFMT, defendeu sua dissertação Contribuições ao ensino da Tabela Periódica privilegiando a História da Ciência. Eu, então, abria a minha lista de orientados, que neste julho de 2015, terá agregado seu 31º nome. Deste mestrado ficou-me como colega e amiga muito próxima a Elane Soares, de cuja banca de defesa de mestrado participei. Ela se faz de minha biógrafa em uma atividade quando realizou seu doutorado da PUCRS. A Elane neste tríduo de 2015 foi presença.
A partir de então posso lembrar várias vindas à Cuiabá. Mesmo que não esteja aqui com meus diários recordo várias estadas na UFMT em eventos, bancas e também em pelo menos duas oportunidades nas escolas salesianas: São Gonçalo e Sagrado Coração de Jesus.
Remexendo neste baú de saudades lembro que em diferentes estadas aqui visitei a igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho, que querem alguns seja uma miniatura da Notre Dame de Paris e imponente mesquita islâmica. Em 2010 estive no grande templo da Assembleia de Deus que tem a capacidade para 22 mil pessoas sentadas e mais 8 mil em pé. Claro que me imaginei ali fazendo a palestra ‘A Ciência é masculina?’ com templo lotado.
Algo mais que me liga de maneira continuada a esta cidade é saber-me próximo um artista que conheço desde 1993 e do qual tenho três obras em minha casa. Mais de uma vez visitei Nilson Pimenta, um dos mais importantes artistas naif brasileiros em seu ateliê na UFMT. Nilson em suas obras descreve as relações homem-bicho na vida interiorana. “Onças, caititus, jacarés, sucuris, mateiros, macacos, urubus, cães, cavalos e bois se consomem nessa relação com o homem, fera maior. Acuados, mais vencidos do que vencedores, homens toscos, enxadas e foices nas mãos, lutam, procriam, matam, morrem e vivem cenas atrozes nos bastidores do Brasil agrário. É a visão da vida esquecida no interior, do interior, “brabo” e surdo que aparece nas telas do lavrador que se fez pintor”. Na ilustração uma amostra pequena para pensarmos em grande artista.
Se não laboro em equívoco, minha última estada aqui foi em novembro de 2010. Vim convidado para o Seminário Educação 2010: Educação, Formação de Professores e suas dimensões sócio-históricas: Convergências e tensões, um evento que reuniu cerca de 1.500 pessoas. Entre outros pontos de agendas tive uma fala nesse evento.
Ofereço estas evocações, de maneira particular, aos colegas da UFMT, Profa. Dra. Mariuce Campos de Moraes e a Eduardo Ribeiro Mueller, meu orientando de doutorado. Uma gratidão muito especial a todos que muito me ensinaram nestes três dias. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

22.- LAÇAÇO EM MACHISTA

ANO
 9
EDIÇÃO
 3052
Na aula da Universidade do Adulto Maior, da semana passada, lemos e analisamos a carta que a Professora Titular de Imunologia da PUCRS Cristina Bonorino, Pesquisadora 1C do CNPq, enviou ao bioquímico britânico Richard Timothy Hunt, Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina, em 2001, pela descoberta das ciclinas, proteínas que regulam a divisão das células. Na carta a Professora faz críticas a posturas machistas e sexistas do cientista laureado. Este texto pode ser lido na integra em http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/proa/noticia/2015/06/cristina-bonorino-a-caca-4779447.html
Desta leitura surgiu proposta que se completou na tarde desta segunda-feira. Transcrevo o documento assinado por 35 alunos (houve ausências, pois alguns estavam em processo de matrícula para 2015/2) nascidos a partir de 1922.

Porto Alegre, 22 de junho de 2014.
Estimada Professora Cristina Bonorino,
quem lhe escreve esta carta são mulheres e homens, enquadrados socialmente como ‘velhos’, ou mais carinhosamente ditos vivendo a ‘melhor idade’. Na nossa aula do dia 15, na Universidade do Adulto Maior do Centro Universitário Metodista IPA, o professor Attico Chassot, responsável pelo seminário Enfoque Histórico e Sócio-Antropológico, leu seu artigo publicado no dia anterior no caderno PrOA, no qual a senhora responde à audácia e ao arroubo machista do bioquímico britânico Tim Hunt.
À leitura do texto, seguiram-se calorosas discussões, que destacaram sua coragem e postura valorosa questionando a uma cabeça coroada com um Prêmio Nobel e seu jogo de palavras feito com o sobrenome do caçador machista. Depois de entusiasmadas adesões à sua postura, uma de nós sugeriu: Temos que transmitir nossa admiração à Professora Cristina. A sugestão se ampliou: Temos que fazer um texto coletivo. Convenhamos, algo difícil escrever um texto coletivamente num grupo bastante díspar como o nosso, que envolve quase quarenta pessoas. Na aula seguinte (22 de junho), amealhamos algumas sugestões do que havíamos discutido, para levar a seu conhecimento. Esta carta é o resultado disso.
Todos nós somos do tempo que se escrevia cartas, mas também nos adaptamos e nos propusemos a procurar seu endereço eletrônico para enviar nossas posições. Alguém até sugeriu (e acertou) que talvez a senhora pudesse ter Facebook e poderíamos postar ali. Mas, ao fim, decidimos mesmo mandar para seu email. Eis o que desejamos que conheça:
A síntese já foi dita: reconhecer a nossa admiração por sua coragem em afrontar, com elegância e precisão, um cientista de renome internacional. Foi destacado quanto as posturas machistas de Hunt estão em dissonância com sua maneira não preconceituosa de estar no mundo. Quando ele propõe laboratórios separados para homens e mulheres, a senhora destaca que poderão ocorrer nesses espaços amores entre mulheres e também entre homens.
Houve que sugerisse que na carta devêssemos dizer que a senhora ‘matou a cobra e mostrou o pau’. Outro sugeriu que se reconhecesse que a senhora ‘deu um laçaço de relho em um machista’.
Sejam quais forem as diferentes manifestações de nosso grupo, estamos lhe escrevendo para manifestar nosso orgulho e nossa admiração pela maneira como uma mulher cientista soube afrontar alguém que contradiz algo que a senhora escreveu no texto: "A paixão, na ciência, ao invés de distração, é combustível inextinguível para a caça aos novos conhecimentos".
Com admiração,
(seguem-se as assinaturas)

quinta-feira, 18 de junho de 2015

18.- UMA ÁCIDA DESPEDIDA DA AMAZÔNIA

ANO
 9
EDIÇÃO
 3051

Hoje é o Dia do Químico. Cada vez mais, não me sinto inserto (talvez, seja incerto meu lugar nestas celebrações), pois sou um professor de Ciências. Hoje é feriado estadual em algumas unidades da federação (Distrito Federal, Rio de Janeiro Rondônia). Isto não pela lei 2.800, de 18 de junho de 1956, que regulamentou a profissão de Químico. Nesta data se comemora o Dia do Evangélico.
Estou mais uma vez em Manaus. É a segunda vez neste ano; já mais de uma dúzia de vezes nos últimos quatro anos. Desde que integro a Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática a Amazônia tem sido um dos meus lócus de fazer Educação.
Cheguei aqui quando pelo horário de Brasília começava a terça e aqui tínhamos ainda quase uma hora da segunda-feira. Hoje é meu último dia aqui. Viajo nas primeiras de sexta. Meu retorno estava previsto para sábado. Antecipei-o em 24 horas por razões que desagradaram. Justifico adiante.
A REAMEC é formada por vinte e seis universidades dos nove estados amazônicos que tem como meta formar 120 doutores em ensino de Ciências, até 2020. As atividades de seminários e defesas de teses ocorrem em uma das três universidades líderes: Universidade Federal do Mato Grosso, Universidade Federal do Pará e Universidade do Estado do Amazonas. Todas universidades participantes se comprometem contratualmente a garantir a participação nos seminários dos seus doutorando e também dos respectivos orientadores.
Em 20 de fevereiro, a professora de Química, da UEA, no campus de Parintins, Célia Maria Serrão Eleutério recebeu títulos de doutora com tese O Diálogo entre Saberes Primevos, Acadêmicos e Escolares: potencializando a formação inicial de professores de Química na Amazônia. Ela foi a primeira que levei ao doutoramento na REAMEC. Tenho, por ora, dois doutorandos: Irlane Maia de Oliveira, professora da UFAM, que ontem pré-qualificou; e Eduardo Ribeiro Mueller, da UFMT.
Participo do Seminário de Pesquisa II dos doutorandos que iniciaram o curso em 2013. Os seminários de Pesquisa (o primeiro desta turma foi em Belém, no ano passado; agora ocorre na UEA) têm uma estrutura que merece ser narrada. Durante cinco dias reúnem-se orientandos e orientadores para avaliar o andamento dos projetos de pesquisa. Estes são divididos em duas linhas de pesquisa (LPs): Formação de Professores e Fundamentos e Metodologias.
A dinâmica em cada uma das LPs é a seguinte: São previamente montadas bancas, onde cada doutorando tem 50 minutos para apresentar seu projeto de tese, com a metodologia adotada para a pesquisa e os dados já coletados e possíveis categorias de análise, ou seja, a pesquisa em andamento. Após um doutorando tem 10 minutos para dialogar com o autor acerca do projeto. A seguir, dois doutores fazem análises e arguição do projeto, durante 15 minutos. A final ainda pode ocorrer manifestações do orientador e outros dos assistentes. Assim cada doutorando tem mais que 1,5 horas para seu projeto. Em cada uma das tardes são apresentados quatro trabalhos por sessão.
Estas sessões ocorrem nas tarde, pois as manhãs são dedicadas às leituras dos projetos e reuniões entre docentes. As manhãs também são dedicadas para orientação antes e após apresentação dos projetos.
Refiro aqui a justificativa de meu retorno antecipado. Não participo das avaliações da sessão de amanhã, consciente que nas três que participei trouxe colaborações. Soube na tarde de ontem que, pelo fato de algumas universidades — mais uma vez — não horarem compromissos, doutorando estão sendo onerados com o pagamento de viagens e estadia de seus orientadores. Protestei em sessão pública que considero isso injusto, e mais indecente, com riscos de poder ocorrer situações aéticas.
Ainda um registro desta estada manauara. Na manhã de terça participei de uma oficina de alfabetização científica do “Programa de Ciência na Escola” mantido pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia) e pelo governo do Estado. Falei para quase cem professoras e professores que detêm lideranças no PCE acerca de óculos que assestamos para ver o mundo.
Peço que aqueles que consideram deselegante minha despedida, que relevem e entendam que não só devamos anunciar. Denunciar, também, é preciso.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

15.- MESTRADO PROFISSIONAL DE REABILITAÇÃO E INCLUSÃO


ANO
 9
EDIÇÃO
 3050

Esta é uma edição especial deste blogue. Associo-me a diferentes ações de meus colegas do Centro Universitário Metodista do IPA que são professoras e professores do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão que divulgam estar ocorrendo a seleção para uma nova turma de mestrandos para o segundo semestre de 2015.
Minhas ações como orientador de mestrados e doutorado são tardias, pois só fiz doutorado quando já aposentado no Instituto de Química da UFRGS. Levei a defesa: cinco doutores (4 na Unisinos e 1 na REAMEC) e 30 mestre (1 UFMT, 18 Unisisnos, 4 URI-FW) sete são MPRI do Centro Universitário Metodista do IPA- No quadro abaixo estão seus nomes e o título de suas dissertações.

Não os consultei, mas acredito que cada um deles subscreve comigo a qualidade acadêmica do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão. Muito provavelmente teria a adesão de meus seis orientandos: Karina Amadori Stroschein Normann, César Godoy Soares, Mariana Potrich, Gédson Cardoso Kempe, Denise Ramos Cernicchiaro e Jackeline Macedo.

domingo, 14 de junho de 2015

14.- ESTIVE PARQUE MUNICIPAL DO ITIQUIRA


ANO
 9
EDIÇÃO
 3049

Esta blogada dominical não é, apenas, para manter a média de duas postagens semanais, que venho buscando desde que no final do ano passado anunciei que este blogue deixaria de ser diário. Este domingo é muito especial, pois ele entremeia duas longas viagens. Encerrei ontem (já era domingo quando cheguei em casa) meu périplo goiano. Amanhã, depois de minhas aulas na graduação e Universidade do Adulto Maior (nas aulas da noite de terça, serei substituído pelo meu colega Norberto Garin), vou à Manaus, para trabalhos com doutorandos da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática.
O meu quarto e último dia da jornada goiana se constituiu em saborosa sobremesa aditada aos três outros que usufrui no Centro Oeste. Ter estado no Parque Municipal do Itiquira foi um raro privilégio. Digo algo desta maravilha da natureza e adito, após, uma breve síntese dos três primeiros dias.
A visita ao Parque Municipal do Itiquira se constituiu numa atividade de campo da disciplina de mineralogia do curso de Química da UEG. Éramos um grupo de cerca de 30 pessoas (todos docentes e discentes da Licenciatura em Química) muito bem orientado pelo Noel José dos Santos, muito competente ambientalista da Prefeitura com serviço no parque.
O destaque que sobressaiu entre muitos detalhes da visitação é a imponência da queda d’água principal com 168m de altura, considerada a maior, detre aquelas acessíveis do País. Nada é tão bem posto para descrever a cachoeira, quanto a tradução de idioma indígena: Itiquira = o rio que corre em pé. Há mais de uma dezena de outras cachoeiras menores.
As andorinhas fizeram bailados álacres emoldurando o parque ensolarado. Os pingos resultantes da chegada das águas às rochas produziam lindos arco-íris.  Um almoço de confraternização encerrou a programação meteorológica. 
Mais do que relatos acerca de meu deslumbramento com o fenômeno da natureza, vale apresentar para meus leitores algumas fotografias. Em uma delas fui captado pelo professor Eleandro Adir Philippsen quando eu fazia um self com cachoeira.
Há fotos de participantes da visita e também algumas da página da prefeitura. Na citação do nome do Coordenador do Curso de Química expresso a minha gratidão a professoras e professores, alunas, alunos e funcionários da UEG, campus de Formosa pela maneira querida como me acolheram e estiveram sempre atentos para que fruísse o maior conforto.
Agora a sinopse do périplo goiano prometido:
Na quarta, a viagem aérea Porto Alegre / Belo Horizonte / Goiânia por problemas de conexões durou mais de seis horas. A esta se seguiu uma viagem rodoviária: Goiânia / Pires do Rio / Urutaí. Só cheguei ao Ciclo de Debates e Palestras em Química (CIDEQUI), no IF-Goiano à noite, a tempo de assistir apresentação de trabalhos e uma mesa redonda.
Na quinta, pela manhã o minicurso Saberes primevos fazendo-se saberes escolares, que foi muito concorrido. Por quatro horas tive um grupo muito participante. À noite fiz a palestra de encerramento do CIDEQUI: Assestando óculos para ver mundo, que mereceu, talvez, a maior ovação e aplausos, como talvez nunca recebi antes. Autografei dezenas de meus livros. O número de fotos que tirei pode receber a adjetivação de inumerável.
Ainda, um registro ligado ao IF-Goiano: Na blogada anterior mencionara as oportunidades geográficas que a jornada goiana me ensejava. Não sabia que meus colegas convidados ao evento de Urutaí e eu ficaríamos na cidade de Pires do Rio. Esta cidade que aditei aos meus conhecimentos corográficos foi fundada em 1922, as margens da ferrovia que liga a região ao porto de Santos. O topônimo me era desconhecido. A Wikipédia socorreu-me: nome foi dado em homenagem ao Ministro de Viação e Obras Públicas do Governo Epitácio Pessoa, Dr. José Pires do Rio. O ministro visitou o local do município em Agosto de 1921 para inspecionar as obras. Pires do Rio, localizada a 140 km da capital, Goiânia, possui o único museu ferroviário do estado e o 5º do gênero no país. A cidade possui uma ponte de ferro histórica, sobre o Rio Corumbá, a ponte Epitácio Pessoa, importada da Europa possuindo características arquitetônicas da época. Tempos depois foi substituída por uma ponte de concreto, mas, continua no local original.
Na manhã de sexta, cumpri uma viagem rodoviária em duas etapas: Pires do Rio / Luziânia / Formosa. A estada por uma hora no Goiás, campus de Luziânia foi proveitosa. Tive minha atenção despertada pela presença de monumentos com símbolo da maçonaria nos trevos de acesso a várias cidades. Agora surpresa geográfica ocorreu ao percorrer cerca de 100 km no território do Distrito Federal encontrando no percurso um verdadeiro deserto humano. Não havia esta paisagem, nas imediações de Brasília, em meu imaginário. Impressionou-me.
À tarde no ‘coliseu’ da Universidade Estadual de Goiás, campus Formosa falei para mais de uma centena de professoras e professores das redes estadual e municipal, na inauguração da atividade “Rodas de Saberes”. Trouxe sugestão de prática de pesquisa indisciplinar a partir da proposta: “Saberes primevos fazendo-se saberes escolares
À noite houve a abertura 12ª SEMANA DE QUÍMICA da UEG, na Câmara dos Vereadores de Formosa onde proferi palestra: “Das exigências de estar no mundo da academia hoje”. Recebi acarinhamentos de alunos e professores, com muitas fotos e também com autógrafos. Depois da abertura participei de jantar que privilegiou os sabores da cozinha goiana.
No sábado, ocorreu o já relatado encantamento com Parque Municipal do Itiquira. Após fui à Brasília, desta vez passando pelo eixo monumental, para o sonhado retorno. Na extensa estada no aeroporto Juscelino Kubitschek, redigi e pré-postei esta edição.