sábado, 22 de novembro de 2014

22.- DO FAZER CIÊNCIAS COM EMOÇÕES



ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2965
Pode ser apenas uma impressão. Não! não é impressão! Acredito que me autorizo a cometer uma heresia: digo que tenho certeza. Este novembro galopa. Parece que há uma conspiração para terminar logo 2014.
Parece que, antes de ontem, fora sábado. Hoje, já é sábado de novo.
Não! estou enganado. Sábados de encontrar alunos do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão, para uma manhã no seminário quinzenal ‘Reabilitação e Inclusão’ com o José Clovis Azevedo, custam a chegar. Que bom que hoje é um destes sábados.
Depois da extensa jornada na URI Frederico Westphalen, na quinta, onde não sem fortes emoções fizemos ao encerramento das atividades presenciais (seguem as ações à distância) da oficina: ”A arte de escrever Ciência com arte” na manhã desta sexta me envolvi frutuosamente com a II Mostra Científica e Cultural do Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama.
A fala de abertura de ontem do artífice da I e II Mostras o Prof. Me. Guy Barros Barcellos merece transcrição na íntegra. Vale fruí-la.
Amados alunos, caros amigos, estimados colegas, Sol querida,
Nesta manhã, reunimo-nos para um festival. O festival do conhecimento. Dentro em pouco seremos brindados com os saberes de jovens cientistas, que se dedicaram por um ano para este momento. Hoje não chegamos ao término de uma caminhada, mas a uma parada para olharmos para trás e ver o quanto já andamos.
Alguns andam tanto que já nem vêm mais de onde partiram. Felizardo sou eu, que, distante, posso ver cada passo que abriu o caminho. A cada dia de 2014 meus alunos aprenderam novos conteúdos e a cada dia aprendi a admirá-los e ver como eram mais importantes que os conteúdos.
 Nada suplanta o ser humano. Somos a antítese do sapiens e do demens, e, na tentativa de sermos sapiens vivemos uma imperdível aventura. Meus alunos mergulharam nas profundezas do oceano, pegaram carona nos tentáculos do náutilus. Nadaram com as tartarugas-marinhas e as baleias, andaram de submarino, caminharam pelos vinhedos da França, destronaram ditadores, choraram ao ver o Holocausto, entraram em cavernas escuras, viajaram na velocidade da luz junto com as partículas do grande colisor de hádrons, até explodirem e formarem, de um buraco negro, o universo.
Um universo de músicas para protestar contra o mau, contra o preconceito e a favor da vida. Viveram cada momento intensamente voando nas máquinas de Leonardo da Vinci e tirando fotos dos dinossauros que sucumbiam. A cada instante tornavam-se menos estudantes e mais professores. Todos viraram mestres, e eu, o aprendiz.
 Só tenho a dizer: muito obrigado.
 Também agradeço a Profª Nilse Trennepohl, Prof. Ricardo Agliardi, Prof. Anderson Castro, Prof. Aymee Guerra, Prof. Felipe Oliveira, Profª Andreia Castro e demais professores. Agradeço a todos os membros da banca avaliadora, aos pais dos alunos, aos funcionários (em especial a Neida e ao Marcelo) e aos palestrantes que vieram graciosamente ao longo de 2014: Claudio Savaget, Patrick Houdin, Cristina Bonorino, João Pedro Nunes, Alexsandro Machado, Marcelo Rigoli, Lauro Barcellos e Salett Biembengut.
Meu agradecimento muito comovido a Prof. Solange d’Avila da Silva, a SOL, minha amiga, minha companheira de trincheira, minha camarada, minha irmã. Meus sinceros e ternos agradecimentos. Sem vocês não conseguiria fazer esse trabalho.
Uma vez mais a academia soube brindar emoções. No ano passado. tive a honra de ser o Patrono da primeira edição da Mostra. Por tal, coube-me ontem uma fala. Fi-la com brevidade fazendo dois destaques, imerso na significativa produção dos alunos do 1º ano do Ensino Médio, no seminário de pesquisa.
O primeiro: na I Mostra, no ano passado, a homenageada foi Hipátia. Agora, Marie Curie. Nos 15 séculos intersticiais na existência destas duas mulheres extraordinárias, não há outro destaque feminino. Logo, a ver pelos dados de duas edições, a Mostra IEE Paulo da Gama é feminina. O segundo: conferi meu destaque a dois nomes que, mesmo mais distantes do fazer acadêmico, são catalisadores verazes destas duas edições da amostra: Heidi e Armando Barros, os avós maternos do Guy. O Guy está aqui, também, pelo apoio amorável deles.
Destaco ainda a emocionante fala do Patrono da II Mostra Prof. Dr. Rafael de Andrade Cáceres. O Rafael não esqueceu o bairro pobre de Porto Alegre onde estávamos. Mostrou que a conversão dele, um trabalhador que estudou para se tornar um professor doutor de uma universidade federal e um dos mais importantes pesquisadores brasileiros na área da tuberculose pode ser um sinalizador aos alunos participantes da Mostra: eles podem ir longe, como ele foi. O Rafael me levou a lágrimas ao destacar a importância que eu tinha na sua história pessoal, referindo a palestra que assistiu em 1993 e aos estudos que fez a partir do A ciência através dos tempos. Realmente é muito bom ver o quanto o fazer Ciência pode nos brindar emoções fabulosas.

8 comentários:

  1. São os bons frutos colhidos quando se cultiva com muita dedicação, cuidado e competência. As emoções são para transparecer o quanto somos afetados positivamente. Grande abraço!

    ResponderExcluir
  2. Ficamos muito emocionadas com teu blog de hoje: pelas sensiveis e profundas palavras do Guy, pela grandeza da demonstração de humildade intelectual do patrono do evento e por sua merecida homenagem a ti. Um beijo Gelsa e Liba

    ResponderExcluir
  3. Gelsa e Liba queridas,
    quando tão distantes, sabe-las lendo o blogue me alegra. Todavia me comove muito tão querido comentário.
    Muito obrigado pela sensibilidade de vocês.
    attico

    ResponderExcluir
  4. Soneto-acróstico
    Ciência

    Contrária a qualquer dogma estranho
    Inclinada a descobrir verdade apenas
    Ênfase na pesquisa, nunca no ganho
    Nobreza da ciência se mostra serena.

    Conduz sua meta a melhorar a vida
    Indiferente a crenças e superstições
    Até que enfim nessa trabalhosa lida
    É compensada com sábias soluções.

    Mesmo que seja lá onde acaba tudo
    Envolto no Big crunch esse Planeta
    Sabemos que saber não será miúdo.

    Tal que o chamado efeito borboleta
    Revelará que ela soube quase tudo
    Assim como a dita pedra de Roseta.

    ResponderExcluir
  5. Ave Chassot, obrigado por esta postagem que homenageia aos protagonistas da Mostra: meus alunos. No apreender o mundo tornam-se escafandristas de si mesmos.

    ResponderExcluir
  6. Agradeço teu apoio e tua presença. A gurizada vibrou com tua participação. Ainda me rejubilo com as lembranças daquela manhã formidável.

    ResponderExcluir