segunda-feira, 3 de novembro de 2014

03.- UMA EQUAÇÃO: 3º TURNO = GOLPE


ANO
 9
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2946

Depois de cinco dias, volto a fazer uma blogada desde a Morada dos Afagos. Vivi dias de muitas emoções em Juiz de Fora e Sorocaba. Aprendi, na tarde de ontem, em atenciosa mensagem da Professora Solange Aparecida da Silva Brito, coordenadora do 16º Seminário Internacional de Educação de Sorocaba que estiveem duas Manchester numa semana. Se Juiz de Fora é a Manchester Mineira, Sorocaba foi conhecida como a "Manchester Paulista", pois um dia foi um grande polo da indústria de tecelagem... Meu pai, retirante nordestino, mudou-se para cá no fim da década de 60 motivado pela taxa de empregabilidade nas fábricas de tecelagem” Esta transcrição enseja também um anúncio: breve os leitores serão privilegiados com sumarentas colaborações da professora Sol, neste blogue.
Com o Prof Nóvoa. Foto de Patrícia Diaz.
Há muito, ainda, a registrar da semana que passou. Destaco, sensibilizado, a receptividade de minha fala na manhã de sábado, por numeroso e atento auditório. Encantei-me com a acolhida fidalga dos organizadores do evento. Dou destaque também a excelente conferência do prof. António Nóvoa, da Universidade de Lisboa. Tive o privilégio de conversar um pouco com ele ao almoçarmos juntos no sábado.
Na edição de terça passada, comentei acerca de oito edições consecutivas deste blogue, em que busquei exercitar a alfabetização política. Referia, então, que independente de distanciamentos de diferentes matizes políticos dos leitores parece que se cumpriu a proposta. Não imaginava que, quase imediatamente precisasse voltar ao assunto.
Na manhã de domingo, num telefonema de pessoa muito querida, sou surpreendido, ou melhor, quase nocauteado: O que tu achas do 3º turno? Inopinadamente respondi: Jamais poderia imaginar que por tua cabeça pudesse passar uma alternativa golpista. Aditei argumentos, busquei a história mais recente. Ao final, convenci-me que a pergunta, talvez, não passasse de uma bravata, na acepção de dito ou atitude de fanfarrão uma pretensão de valentia. que terminou quase com um 'eu estava só brincando'.
A propósito, vale conhecer esta notícia: Cerca de mil "indignados" tomaram uma faixa da avenida Paulista neste sábado, 1º, para extravasar seu descontentamento contra a Democracia; vestidos de amarelo, com cartazes e palavras de ordem, os manifestantes pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff; uma das estrelas da manifestação, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), afirmava: "Eu voto no Marcola, mas não voto na Dilma, porque pelo menos o Marcola tem palavra", disse o jovem Bolsonaro, em referência ao líder da facção criminosa PCC. É a direita esperneando, inconformada com o resultado das eleições, além de pedirem a saída da Presidente petista, os manifestantes defenderam um novo golpe militar no país. Com cartazes e faixas, os indignados acusaram o resultado das eleições deste ano de ser a "maior fraude da história" e o PT de ser "o câncer do Brasil". "Pé na bunda dela [presidente], o Brasil não é a Venezuela", gritaram.
Uma leitura da geografia do voto, como pode ser vista na ilustração ao lado, trazida de g1.globo.com/politica/eleicoes/ parece encontrar, em paralelo a estas manifestações golpistas, argumentos injustificados para se reacender manifestações separatistas.
No Sudeste, particularmente em São Paulo e no Sul, mais precisamente no Rio Grande do Sul, parece haver um sentimento de superioridade assemelhado ao “Excepcionalismo americano”. (vale ver o verbete próprio na Wikipédia).
Excepcionalismo americano (leia-se estadunidense) é uma crença - ou teoria - tradicional que diz que os Estados Unidos é, qualitativamente, diferente de outros estado-nações. Apesar do termo não implicar necessariamente a ideia da "superioridade", muitos neoconservadores e os conservadores tradicionalistas promoveram o termo com este significado. Parece não ser muito diferente nos dois estados antes citado. Por tal, a proposta é separar-se, pois não cabe estar ‘sustentando os outros’. O individualismo preconceituoso se agrandou nestas eleições, marcadas falácias como: “se alguém recebe sem trabalhar, há que existir os que trabalham sem ganhar”.
Parece oportuno recordar o pavilhão tricolor da Revolução Francesa com a máxima: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” que os farroupilhas colocaram como divisa da República Rio-grandense e que continua figurar (com certo esquecimento) na bandeira do Rio Grande do Sul. Isto é dizer não ao golpe e não ao separatismo.         

7 comentários:

  1. Vale lembrar que liberdade, igualdade e fraternídade são os nossos díreítos fundamentais garantidos na Constituição

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  2. quando o Bolsonarinho se apega ao Barrabás-Marcola, é porque confirma que eles e sua gangue estão pegando dona Dilma pra Cristo da vez...

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  3. Pelo jeito eles querem Primeiro Turno, Segundo Turno e o COturno... esse filme eu vi e não quero reedição dele, mestre Chassot!

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  4. Não sou pró Dilma, nem quero rasgar seda, mas pela segunda vez vejo a presidente Dilma tentar ofertar à população um plebiscito sendo fortemente rejeitada por toda classe política, precisamos prestar mais atenção aos fatos!

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  5. Que inteligência para ter simpatia pelo líder da facção criminosa PCC...
    Sobre o que o nobre colega Antonio Furtado traz é de se pensar!!!
    Grande abraço.

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