quarta-feira, 7 de maio de 2014

7. — HÁ COISAS QUE CREMOS, E LOISAS HÁ QUE ENTENDEMOS


ANO
 8
WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR
EDIÇÃO
 2766

Esta blogada está na esteira das edições de segunda e terça. Falei em uma e outra de tema de casa. Hoje trago uma destas lições de casa.
Desde 28 de junho de 2012, quando publiquei no blogue o MANIFESTO DA SBG SOBRE CIÊNCIA E CRIACIONISMO, ao comentar quatro grandes revoluções paradigmáticas: Copernicana (séc. 16), Lavoisierana (séc. 18), Darwiniana (séc. 19) e Freudiana (séc. 20), ao destacar a terceira como a mais difícil, refiro à ainda resistente transição do criacionismo evolucionismo apresento o slide ao lado.
Mais de uma vez, propus a meus alunos tanto na graduação como na pós-graduação uma lição de casa: Elaborar uma resenha (Mínimo 05 / máximo 25 linhas) acerca do Manifesto da SBG posicionando-se criticamente em pelo menos duas dimensões: quanto a forma e quanto ao conteúdo. OBSERVAÇÃO: a não adesão ‘ao manifesto’ em nada há de influir na avaliação, ao contrário, textos argumentativos, por exemplo, em favor do ‘design inteligente’ serão muito valorizados.
Na manhã e na noite desta segunda, alunas e alunos de Teorias do Desenvolvimento Humano da licenciatura em Música em aulas marcadas por saudáveis polêmicas trouxeram seus ‘deveres’. Vários textos foram debatidos. Trago uma amostra de um, escolhido entre aqueles que foram lidos em sala, na turma da noite.
O texto foi elaborado por Simone Pinto Colombo, uma produtora musical e musicista inscrita na Ordem dos Músicos do Brasil, que cursa o 1º semestre da Licenciatura em Música, no Centro Universitário Metodista do IPA.
O manifesto publicado pela Sociedade Brasileira de Genética em junho de 2012 visa esclarecer sua posição em relação à Teoria do Criacionismo, que afronta ao conhecimento científico e à Teoria Evolucionista.
No referido documento a SBG admite a falibilidade da ciência, uma vez que esta não consegue explicar todos os fenômenos que existem e ocorrem no universo conhecido e cognoscível ao gênero humano até os tempos atuais. Sendo assim, a ciência não alcança o conhecimento a cerca de todas as coisas. Muitas das teorias científicas já se demonstraram falhas e errôneas, o que com certeza ocorrerá com muitas outras teorias ainda. Embora afirme categoricamente sua opinião, a SBG se rende ao fato de que a ciência, mesmo diante de toda sua produção ao longo da história, não abarca tudo, não consegue dissecar e desvendar todo o universo visível e invisível que cerca a humanidade.
Entretanto, a Teoria Criacionista é uma profissão de fé. Podemos crer e defender o criacionismo. No entanto, jamais uma pessoa poderá comprovar para outrem a sua fé ou experiência transcendental. Embora existam muitos teólogos que estudem e busquem respostas para as indagações inerentes ao ser humano, nenhum jamais poderá comprovar suas experimentações e conhecimentos para outras pessoas através de qualquer demonstração. Devemos ter presente que todas as culturas que já existiram desenvolveram suas próprias teorias criacionistas, independente do tempo ou espaço no qual estiveram localizadas.
Diante de tais fatos, o sensato a fazer é continuar buscando respostas científicas para o que a ciência pode responder, e crendo (os que creem) no que a ciência jamais logrará compreender; a despeito de quanto esforço os cientistas possam vir a realizar.

4 comentários:

  1. Como ainda não fiz a leitura do "Manifesto" me reservo a dizer que sobre a escrita, como obrigação ou simples adesão, vale com exercício da Alfabetização Científica. Escrever, o grande desafio. Difícil? Apenas enquanto não iniciar.

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    1. Meu caro Vanderley,
      nesta manhã plúmbea, acerca da escrita algo chistoso, inspirando em Pablo Neruda, o Nobel de Literatura que a ditadura chilena matou em 1973: "Escrever é fácil: Começa-se com uma maíúscula, termina-se com um ponto final e no meio se põe as ideias."
      Obrigado por seres mais que um leitor aqui e obrigado por teres me brindado com um 16 de abril.
      ac

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  2. Como bem explicou Seneca, o ser humano é o único animal que tem consciência de finitude. Talvez esse seja o grande misterio da fÉ.

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  3. Não há como

    Confrontar ciência e criacionismo
    Sempre será rematada bobagem
    Criacionistas se valem de cinismo
    Na sua confusa e boba abordagem.

    Como colocar no mesmo patamar
    Ciência versus cambada de tolos?
    Se os cientistas tentam desvendar
    Criacionistas são ocos, sem miolo.

    Não há polêmica onde nada existe
    Enquanto ciência quer esclarecer
    O “do livro” nos seus dogmas insiste.

    Portanto nos obrigam a esclarecer:
    Mantenhamos inteligência em riste
    E esses radicais vamos esquecer.

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