sexta-feira, 23 de maio de 2014

22.- UM CONVITE: CONHECER AS DOCAS DE BELÉM


ANO
 8
BELÉM - PA
EDIÇÃO
 2781

Faço nas primeiras horas desta sexta-feira minha despedida de Belém, aonde cheguei quando começava a segunda-feira. Voo Belém-Belo Horizonte-Campinas-Porto Alegre.
Imaginei ter que viajar sem minha bagagem, pois houve várias tentativas sem sucesso para abrir meu ‘apartamento’. Após mais de 40 minutos, conseguiram abrir, mas por ora só se consegue abrir por dentro. Às vezes, chegamos a acreditar mais em um artefato tecnológico de metal chamado chave do que em um cartão magnetizado que se diz conter um código.
Como nos dias anteriores, ontem me envolvi em atividades de bancas na Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática. Cedo foi ao campus do Guamá, aquele que referi aqui na terça-feira como um quase gueto aristocrático inserto em bairro muito pobre de 100 mil habitantes.
Pela manhã assisti a defesa de doutorado de Artur G. Machado Jr. Este apresentou a tese Aprendizagens compartilhadas de formadores de professores: o caso da licenciatura integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagens para os anos iniciais do Ensino Fundamental. É significativo ver a longa transição de um professor de cursinho se transformar durante mais de dez anos em doutor em ensino de Ciências e Matemática. Esta foi a quinta tese doutoral do Instituto de Educação Matemática e Científica da UFPA.
À tarde, participei de três bancas de pré-qualificação. De uma delas, a proposta de tese de Raiziana Mary de Oliveira Zurra que apresentou As etnociências e o processo de ensino e aprendizagem das ciências da natureza dos estudantes do ensino fundamental, em escolas rurais ribeirinhas de Tefé-AM: um estudo a partir da perspectiva da etnoecologia por meio das narrativas populares fui avaliador. Fiz algumas contribuições, entre elas examinar a perspectiva da etnociência ao invés da etnoecologia.
Passava das 19h quando se encerrava a sessão. O evento se estende ainda até sábado. Como era minha despedida de um grupo com o qual estive intensamente junto durante três tardes, onde participei da discussão de propostas de 11 teses, fiz uma fala de despedida, alertando a problemas estruturais que se não houver correção poderão comprometer o projeto para formar 120 doutores para a Amazônia.
Mas ontem Belém para mim não foi só discutir ações doutorais. Para o almoço fui convidado pelo Tadeu Olivier Gonçalves, orientador da tese, a acompanhar a celebração gastronômica que se seguiu a defesa de tese. Fomos a um restaurante no Guamá, talvez mais apropriadamente a um boteco, comer uma caldeirada de filhote. Estava excelente. Sou grato a minha colega Isabel Cristina Lucena que, sob chuva, me levou e trouxe antecipadamente ao/do restaurante para que eu pudesse atender aos compromissos de avaliação.
À noite, em companhia do Luciano, Silvia, Conceição e Geziel fui jantar nas docas de Belém. A Estação das Docas é um complexo turístico da cidade. Anteriormente parte do Porto de Belém, foi inaugurado em 13 de maio de 2000.
O complexo turístico e cultural congrega diversos ambientes, entre eles: gastronomia, cultura, moda e eventos. São 32 mil metros quadrados divididos em três armazéns e um terminal de passageiros. Os bulevares foram resultado de um cuidadoso trabalho de restauração dos armazéns do porto da capital paraense. Os três galpões de ferro inglês são um exemplo da arquitetura característica da segunda metade do século 19.
Os guindastes externos, marcas registradas da Estação, foram fabricados nos Estados Unidos, no começo do século 20. Já a máquina a vapor em meados de 1800, fornecia energia para os equipamentos do porto.
As ruínas do Forte de São Pedro Nolasco, onde foi construído um Anfiteatro, foram originalmente construídas para a defesa da orla em 1665. O espaço foi destruído após o Movimento da Cabanagem, em 1825, e revitalizado para a inauguração da Estação.

Um comentário:

  1. Querido amigo Chassot,
    Sempre será bom acompanhá-lo em solo amazônida, Volte sempre.

    Geziel

    ResponderExcluir