11.- A SAUDADE É A MEMÓRIA DO CORAÇÃO’

ANO  8

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EDIÇÃO  2770

Mais uma vez, é o ‘Dia das mães’. Entre nós o segundo domingo de maio é prenhe de evocações. Esta data criada, já no começo do século passado, para que aquelas e aqueles que não tinham mais suas mães vivas as homenageassem. Depois, se aditou na celebração às mães ainda presente.

Nada mais adequado. Lembro sempre da historinha do viúvo que a cada domingo depositava flores na sepultura da esposa. Ocorre que em vida, este nunca lhe deu uma flor. ¿Agora adianta?

Não vou filosofar acerca do muito merecido preito que a data sugere. Não vou tecer merecidas loas à maternidade. Não vou desqualificar a data, dizendo que depois do Natal é aquela que mais engorda os ganhos dos comerciantes.

Também não vou listar mães que, com muita precisão, mereceriam serem aqui nominadas. Conheço mãe que muito me encantam. Amealho fácil dezenas. A cada uma delas minha mais irrestrita e maior admiração. Peço que todas elas que relevem minha preterição. Não vou render-lhes preito, aqui e agora. Hoje, como em ano anterior, me permito ser egoísta.

Hoje minha homenagem maior é para Maria Clara Volkweiss Chassot (12AGO1909—10SET2001), a minha mãe. Não vou ao cemitério do faxinal homenageá-la. Ela esta aqui, pois a vejo muito comigo na saudade, especialmente nesta, que a data catalisa. Adiro ao poeta que diz 'A saudade é a memória do coração’.

“Mãe, como os ‘dia das mães’ eram diferente quando a senhora ainda estava aqui. Ainda há pouco, lembrava-me das floradas de gloxínia que senhora produzia. Havia vaso quase igual a este. Isto faz aumentar a saudades!”.