13.— CURTINDO MAIS UM 13 DE MARÇO

ANO    8

Porto Alegre/Frederico Westphalen

EDIÇÃO  2711

Quando esta edição entrar em circulação (às 00h), terei cumprido cerca de um sexto de minhas quase sete horas de viagem para deslocar-me de Porto Alegre a Frederico Westphalen. Vou mais uma vez a quase fronteira de Santa Catarina para cumprir atividades que me vinculam ao Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões — URI. Nesta sexta-feira, tenho uma agenda bastante extensa, onde o ponto alto é a defesa de dissertação de minha primeira orientanda da URI. Mas isto será assunto da blogada de amanhã. Hoje, entre outros fazeres, tenho encontros com cada uma de minhas quatro orientandas.

Mesmo que esta edição deste blogue seja já a oitava em 13 de março, uma vez mais me regozijo no evocar, aqui, aquele distante/próximo 13 de março de 1961, quando dei minha primeira aula. Não vou recontar aqui as emoções daquela primeira aula acerca de ‘números complexos’ para uma turma de 3º científico do Colégio Jacob Renner de Montenegro.

No Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto [Editora Unijuí, 2012], que narra meus primeiros cinquenta anos de professor, conto no primeiro capítulo  esta ‘decisão profissional’ que ocorre quando, reprovado em desenho no vestibular de Engenharia e não encontrando emprego, “minha mãe, sempre muito pragmática no comando de sete filhos, teve então uma ideia audaciosa. Por que tu não vais ao Colégio Jacob Renner? Lá podem estar precisando de professor. Havia na proposta de minha mãe duas fabulosas ousadias: a mais significativa, ela muito católica recomendar-me uma escola mantida pela Igreja Episcopal; é preciso recordar que o Concílio Vaticano II só começaria no ano seguinte, e o vigário católico da cidade negava a eucaristia aos pais que colocassem os filhos no Jacob Renner, que era uma escola gratuita. Professores católicos certamente mereceriam a excomunhão. A outra, o crédito que ela tinha no seu filho, admitindo que esse tivesse requisitos de ser professor. Mãe é mãe!” (p.29).

Hoje, celebro aqui, os 53 anos compartindo, com uma natural dose de vaidade duas postagens no Facebook e duas mensagens. São quatro presentes de aniversário recebidos na segunda e terça feiras desta semana.

Maria da Graça Mendes escreveu: "Este foi o meu melhor professor, no Julinho [Colégio Estadual Julio de Castilhos onde fui professor em 1964/68], no pré-vestibular e na UFRGS...Fez apaixonar-me pela química, pela física e pela ciência em geral... Obrigada professor Attico Chassot! Grande Abraço!"

Fernando Noguez [aluno em 2014 no Centro Universitário Metodista do IPA] escreveu

"Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?" RICHARD DAWKINS. Cada aula com o mestre Attico Chassot é um caminhão de cultura e informação na bagagem!

Lucas Gandra do IFMS de Coxim MS enviou esta mensagem: Boa Tarde mestre! É com imensa alegria que lhe comunico que aquele simples trabalho para uma disciplina da graduação sobre o seu livro se tornará nessa semana um minicurso intitulado "A ciência é masculina ou as posições de destaque na ciência são masculinas" onde proponho mais um momento de reflexão sobre a sua obra agora com toda a comunidade acadêmica do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul câmpus Coxim-MS no Seminário sobre a participação de mulheres promovido pelo IFMS. O evento ocorrerá amanhã a tarde em breve lhe mando como foi o desenrolar do minicurso. Espero em breve encontrá-lo novamente no ENEQ em Ouro Preto para adquirir um pouco mais de conhecimento sobre o seu magnífico trabalho e a sua incomensurável experiência, sou um acadêmico pequenino ainda, mas participativo que aos poucos vou conquistando meu espaço e fazendo a diferença.

Professor Guy B. Barcellos do I. E. E. Paulo da Gama, de Porto Alegre enviou esta mensagem: Querido Mestre,

apesar de silente, estás comigo a cada segundo de meu ensinar<=>aprender. Estou trabalhando a disciplina de Seminários Integrados do EM Politécnico (primeiros anos) e o livro-texto é "A Ciência através dos tempos". Elaborei todo conteúdo programático em cima dos temas abordados pelo livro, irei ensiná-los em aulas expositivas que antecedem as atividades específicas de pesquisa de cada grupo. Revisitar tua obra tem sido um regozijo. Hoje fizemos um cine-debate sobre Hipácia, referente ao dia da mulher. Antecipo que a culminância será conhecer o autor, já que estes não estavam lá ano passado. Abraços com admiração que inça, Guy

Estar já na intensa vivência do 54º ano de magistério autoriza-me pensar que daqui uns anos escreva o 2º volume de Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto. Aguardem.