domingo, 9 de fevereiro de 2014

09.— APRENDENDO COM PAUL KLEE


ANO
 8
B E R N A – Suíça

EDIÇÃO
 2678

Esta edição ocorre desde Berna. Com esta blogada, se adita mais um país de onde já houve postagem nestes 7,5 anos. No começo deste périplo eram 17 países (não nesta sequência): Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia, México, Estados Unidos, França, Espanha, Reino Unido, Holanda, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Dinamarca, Suécia e Rússia. Agora foram aditados Israel, Palestina e Jordânia e a Suíça passa ser o 21º país. A contabilização de meus 46 países visitados não aumenta aqui, pois desde 1989 já vim mais de uma vez à Confederação Helvética, nome mais apropriado à Suíça.
Berna — a capital da Suíça — nos seduziu à primeira vista. É uma cidade predominantemente de fala alemã. Isto vimos logo ao chegar pelas 12h30min (estamos a cerca de 180km de Annemasse) quando fomos a um restaurante e saboreamos o mais típico daqui: salsichas com chucrute (o sauerkraut, de minha infância) com chope, é claro. Junto ao restaurante era para vermos os ursos — que dão o nome à cidade — mas como é inverno, eles não aparecem, pois estão hibernando.
A cidade conta com cerca de 130 mil habitantes e é atravessada pelo rio Aar — conhecido pelo menos dos aficionados por palavras cruzadas (= rio mais importante da  ApenasSuíça). Esta manhã, ao numa muito movimentada e bem sinalizada autoestrada afloraram conhecimentos remotos de geografia ao ver os nomes de Neuchatel, Fribourg, Interläken, Bassel, Zurich... Apenas um destaque às rodovias, para algo que jamais observara: diferentes protetores sonoros, para proteger vilas e cidades dos ruídos dos automóveis, ônibus e caminhões (estes mais raros pela restrição ao transporte rodoviários de cargas, que deve ser ferroviário).
Berna está inscrita no Patrimônio Cultural Mundial da UNESCO, graças ao patrimônio medieval de sua Cidade Antiga (na foto), que atravessando séculos continua muito bem preservado.
Entre os berneses ilustres há dois que pertencem as nossas bibliotecas: o pintor Paul Klee e o físico Albert Einstein. Neste sábado aprendemos mais sobre o primeiro, visitando por algumas horas a Fundação Paul Klee, onde há uma excelente exposição temporária: Paul Klee — Vida e Obra. Não apenas seus desenhos e pinturas nos encantaram, mas detalhes de sua vida, que trago em seguida. Neste domingo, vamos visitar a casa onde viveu Einstein.
Paul Klee [Münchenbuchsee (próximo à Berna), 1879 — Muralto, 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, grandemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo, e surrealismo.
Klee era um desenhista nato que realizou experimentos e, consequentemente, dominou a teoria das cores, sobre o quê ele escreveu extensivamente. Suas obras refletem seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, seus ânimos e suas crenças pessoais, e sua musicalidade. Dedicou muito de sua produção a crianças.
Ele e seu amigo, o pintor russo Wassily Kandinsky, também eram famosos por darem aulas na escola de arte e arquitetura Bauhaus.
Uma das pinturas de Klee, Angelus Novus, 1920 (ao lado), foi alvo de interpretação pelo filósofo alemão e crítico literário Walter Benjamin, quem comprou a pintura em 1921. Em sua Tese Sobre A Filosofia da História, Benjamin sugere que o anjo ilustrado na pintura possa ser visto como algo representando o progresso na história.(a seguintereprodução é Poliphonie, 1932)
Em 1938, a Steinway fabricou uma série de pianos em homenagem a Paul Klee, e comemorando a forma com a qual Klee havia unido as formas de arte musical e visual. Apenas 500 pianos foram produzidos nesta série. Paul Klee descreveu a série como “uma grande honra e privilégio. Esta homenagem afirmou o trabalho de minha vida.”.
Hoje, uma pintura de Paul Klee pode ser vendida por mais de $7.5 milhões de dólares estadunidenses.
Um museu (na foto) dedicado a Paul Klee foi construído pelo arquiteto italiano Renzo Piano em Berna, Suíça. O Zentrum Paul Klee foi inaugurado em junho de 2005 e agrupa uma coleção de cerca de 4.000 obras do artista.

3 comentários:

  1. Uma dádiva poder conhecer o habitat onde se preserva a história e contribuição desses imortais.
    Aquele abraço.

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  2. Caro Mestre Chassot
    Leio com empolgação tua jornada por terras do Oriente Médio e agora a esplendorosa e tão propalada Suiça. Me ponho curioso a saber como deve ser esta terra, pois tem um dos menores índices de pobreza mundiais. Quem sabe possamos aprender muito dessa realidade e implantarmos em nosso país.
    Aqui estive envolvido na perda de um Tio meu nesta última semana, que teve seu quadro bastante acelerado depois da perda de minha mãe. Já estava bastante enfraquecido e isso o deixou bastante fragil, nao resistindo. Também perdemos o grande artista da Sbornia, Nico Nicolaiewsky.
    Abraço do JB

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  3. BERNA
    Curva do Aar, cidade quase eterna
    Curiosa relíquia que já foi romana
    Suíça ilustríssima cidade de Berna
    Acolhedora, tradicional e humana

    Com justiça, um patrimônio cultural
    Pelo mundo civilizado reconhecida
    Estando no topo do ranking mundial
    Mostra uma humildade agradecida

    Lá Einstein trabalhou em patentes
    Também nasceu Paul Klee, o pintor
    Berçário dessas tão ilustres gentes

    Que mostraram ao mundo seu valor
    Os que para lá vão ficam contentes
    E trazem na bagagem melhor sabor.

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