sábado, 8 de fevereiro de 2014

08.— TURISMO COM CHUVA EM GENEBRA


ANO
 8
ANNEMASSE – França

EDIÇÃO
 2677

O 17º dia — dos 23 dias desta viagem — foi primeiro com chuvas. Não é fácil fazer turismo com chuva. Com uma mão segurar o guarda-chuva e com outra procurar a localização em um mapa já empapado e rasgando-se exige certo malabarismo.
Tomei um ônibus em Annemasse e em um pouco mais de meia-hora estava no centro de Genebra. Como havia estado na cidade há 11 dias, as orientações foram facilitadas. Por exemplo, quando o ônibus chegou ao relógio das flores, disse-me: ‘agora ele vai cruzar a pont Mont Blanc e subir até a gare!’
Visitei algumas igrejas — e o tempo com chuvas aliou-se ao meu gosto de conhecer igrejas. Num dia frio e chuvoso ser acolhido em uma igreja quentinha, faz-nos devotos.
Repeti a visita a duas para conhece-las melhor: a imponente basílica católica de Notre-Dame e catedral (da Reforma) de saint Pierre que tem junto a linda capela dos Macabeus. Estive ainda na linda igreja protestante de saint George na rue de Temple e na muito acolhedora igreja de Madaleine de propriedade da igreja protestante e paróquia alemã-suíça.
Das quase sete horas que fiquei em uma das cidades mais ricas (e mais caras) mais de três foram fruídas em duas atividades, que eram as centrais para mim quando me decidira enfrentar a chuva para fazer turismo: 1) O sítio arqueológico da catedral de Saint Pierre. 2) O Museu Internacional da Reforma. Um pequeno destaque de um e outro.
O sítio arqueológico da catedral de Saint Pierre oferece possibilidades de uma exploração do subsolo de Genebra. Esta é uma experiência única em um local excepcional da Cidade Velha no interior da colina genebrina. Várias áreas foram especialmente concebidas e apresentadas com técnicas de museus modernos, um dos sítios arqueológicos mais importantes e melhor restaurado da Europa, conhecido como uma biblioteca arqueológica. Há oportunidade de se ver peças, espações e construções do século 3º a. C e termina com a construção da atual catedral que data do século 12.
Na Catedral de São Pedro contém os restos de igrejas que a precederam, a datação mais antiga de volta para o final do século 4º, fornecendo evidências de início e desenvolvimento do cristianismo em Genebra. No porão da Saint-Pierre também apresenta vestígios de ocupação pré-cristã dos poços de colina, área de tratamento de trigo em período cristão.
O Museu Internacional da Reforma é um espaço de cultural que procura divulgar a história da Reforma Protestante, em particular os capítulos dessa história que se desenrolaram na cidade de Genebra, um dos principais centros desse movimento e que foi o lugar no qual viveu o reformador João Calvino (na ilustração estátua do museu) durante grande parte de sua vida.


O museu situa-se na rue du Cloître número 4 e o local escolhido para albergar o museu é simbólico: a Maison Mallet —junto à catedral de Saint Pierre —, o edifício onde se situa o museu, foi construído em 1723 precisamente no mesmo local onde se situava o Convento de Saint-Pierre, local onde em 21 de maio de 1536 os habitantes de Genebra decidem adotar a Reforma. Ao lado da Maison Mallet, fica a Catedral de Genebra. O museu foi inaugurado em 15 de Abril de 2005.
Em 2007, apenas dois anos após a sua inauguração, o museu recebeu o Prêmio de Museu do Conselho da Europa, um prêmio atribuído por esse órgão desde 1977 a museus que dão uma notável contribuição a um maior entendimento da rica diversidade da cultura europeia.
Os momentos que passei aí foram de preciosos aprendizados.

Assisti no mesmo espaço a exposição temporária anunciada ao lado, mostrando a caricatura que sempre pretendeu ridicularizar certos defeitos da Igreja e que existe há séculos: a Idade Média deu exemplos significativos. Há exemplos de caricaturas a propósitos das guerras de religião que colocam a Europa ao fogo e sangue no século 16. Pinturas, folhas soltas, medalhas, objetos de todos os tipos são apresentado, apoiando sátira rudes, agressivas e, às vezes, emocionantes.
Neste sábado, ainda condicionado a condições meteorológicas pretendemos ir à Berna.

4 comentários:

  1. A historia da humanidade confunde-se com a historia das religiões. Como diria Feuerbach, a criatura cria o criador.
    abraços

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Limerique

      "Que belos vitrais e arquitetura" veja!
      "Desta viagem é o bolo com cereja"
      É o mestre turistando
      E de novo vibrando
      Com sua compulsão de visitar igreja.

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  3. O Antonio fez uma observação que me leva a pensar no, também, uso da religião para controlar, dominar, hegemonizar.
    Grande abraço.

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