ANO
8 |
RAMALAH
- Palestina
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EDIÇÃO
2669
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Hoje o local de postagem tem duplo significado simbólico. Para esta sexta-feira, há muito
temos planejado um tour alternativo, ainda incerto, por questões de fronteira,
à Palestina.
Reconhecendo a Palestina já como um país, esta edição
mesmo prepostada em Jerusalém é considerada como realizada de Ramalah, (futura)
capital do estado palestino, considerando como se o blogue fosse nela postada.
A edição que encerra o primeiro mês do ano, imersa em
relatos feriais, nesta Jerusalém que desde a tarde de quarta-feira nos encanta
faz o registros de duas pérolas locais — o Museu
do Holocausto e o Mercado — que
ontem curtimos, como o sumo gostoso de uma de suas frutas mais gostosas — a
romã — que temos sorvido aqui.
Museu do Holocausto Yad Vashem (em hebraico: יד ושם ou Yad VaShem, a "Autoridade
de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto") é o memorial oficial
de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto. A origem do nome é um
versículo bíblico: "E a eles darei a
minha casa e dentro dos meus muros um memorial e um nome (Yad Vashem) que não
será arrancado." (Isaías 56:5.)
O novo Museu da História do Holocausto, aberto em março
de 2005, foi construído numa estrutura de um prisma triangular. Tem 180 metros
de comprimento, na forma de um espigão, que corta a montanha. As suas paredes
ásperas são feitas de concreto, e cobre uma área superior a 4.200 metros
quadrados, a maior parte dos quais subterrâneos.
As mostras estão organizadas cronologicamente, com os
testemunhos e os artefatos acentuando as histórias individuais usadas para
salientar a narrativa histórica ao longo do museu. O museu está projetado de
forma que o visitante comece a visita num plano superior, prossiga para o ponto
subterrâneo mais baixo no centro do museu, e depois lentamente suba em direção
à saída. A saída da exposição principal termina num miradouro com uma espetacular
vista das montanhas a Oeste de Jerusalém. O visitante sai de um corredor
sombrio para a luz do sol direto (conforme a hora do dia e a situação
atmosférica) que ontem quando saímos, depois de quase 4 horas, estava um começo
de tarde esplendoroso.
Realmente nos emocionamos com tudo que vimos e ouvimos.
Alargamos nossas histórias. Relemos os momentos de bestialidades nossos
(enquanto humanos) no século 20.
Mercado de frutas e verduras (e de muitas coisas outras mais) Shuk Machané Yehuda (ou traduzindo ao português: Mercado Acampamento de Judá) foi a nossa
segunda pérola de ontem. Há quem diga que se em Jerusalém houvesse três locais
de visitação estes seriam: o Muro das Lamentações, a Torre de David e o mercado
de Machane Yehuda. Os dois primeiros por representarem a natureza religiosa e
histórica de Jerusalém — o lugar a partir do qual o povo judeu se desenvolveu.
Mercado Machane Yehuda, no entanto, representa o passado, o contemporâneo e o
futuro do coração de Jerusalém. O Machane Yehuda integra, de uma forma única, o
velho e o novo. Tanto quanto um mercado movimentado ou um bairro, incorpora
alimentos, bebidas, lojas, bares, restaurantes. O shuk ainda mantém suas
características mais importantes: ele permanece autêntico, com todos os sabores
e aromas, as cores e a secular interação dos vendedores com multidões.
O mercado Machane Yehuda é amplamente reconhecido como um
símbolo da Jerusalém, e por uma boa razão: hierosolimitanos
o veem como um lugar que os
representa, os simboliza, e lhes dá uma identidade única em um contexto social
israelense maior. Ele é apelidado de "Machneyuda", que também é o
nome de um dos melhores restaurantes israelenses localizados no mercado. Mas
este nome tem algo indizível com a linguagem. Ele está além das palavras,
porque lembra os hierosolimitanos de
si mesmos, suas infâncias, e a Jerusalém que amam. Mesmo que a cidade tão
longeva tenha hoje muitos centros comerciais e de entretenimento, há algo sobre
o mercado de Machane Yehuda que atrai as pessoas, mesmo sem uma lista de
compras. Talvez seja a capacidade de simplesmente ser o que dizem os habitantes
desta cidade ser: pessoas que amam a vida e que amam Jerusalém.
Foi que nós experimentamos um pouco no Machane Yehuda tarde
de ontem, depois das emoções do Museu do Holocausto. Por isso talvez, aquela sopa
de alho tenha feito bem não só ao corpo, mas também à alma na quinta-feira
fria.