sexta-feira, 18 de outubro de 2013

18.—UM SIM, A POLITECNIA


ANO
 8
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 2564

Esta edição é um espraiamento da edição de ontem. Com pertinência foi me cobrado posicionamento acerca da proposta da SEDUC-RS para o ensino médio. 
Quando escrevi e comentei aqui Um prelúdio para outro Ensino Médio, p. 7-13, prefácio mais orelha que escrevi para o livro Reestruturação do Ensino Médio: pressupostos teóricos e desafios da prática [AZEVEDO, José Clovis; REIS, Jonas Tarcísio (orgs). São Paulo: Fundação Santillana e Moderna, 2013, 192 p. ISBN N 978-85-6348-915-9*] admitira ter feito fé pública em favor da politecnia.
O título desta postagem traz explicita minha posição. Ratifico meu posicionamento transcrevendo um dos comentários à edição de ontem que endosso, mas, antes um convite para uma sobremesa saborosa ao final ‘Limeriques do poeta Jair C. Lopes, sobre generalista versus especialista’:
Muito estimado Mestre Chassot,
primeiro estranhava que há muito o senhor permanecia silente acerca das propostas da SEDUC-RS para o ensino médio. Perguntava-me: será que o Chassot é contra? Depois li, vez que outra, o senhor referindo palestras para/em algumas CREs, mas nunca li posicionamento mais explicito seu. Claro que alguém que há tantos anos escreve e fala sobre as exigências de um ensino indisciplinar não poderia ser contra as propostas como estas que se implementa no Rio Grande do Sul.
Em uma de suas falas no 33º EDEQ na UNIJUI, na semana passada, o senhor não só apoiou, com todas as letras a politecnia, como fez uma fala brilhante mostrando possibilidades. Falar na necessidade de um ensino indisciplinar (como tem sido seus escritos e palestras) em um encontro disciplinar como o EDEQ (que afinal tem 34 anos) é fazer ruir castelos carcomidos por ranços cartesianos. Não é sem razão que suas posturas feyerabendianas são execradas por alguns.
No seu blog hoje o senhor traz uma das questões mais relevantes que nós professores estaduais vivemos: óbice que existe com duelo desigual: especialista versus generalista. Permita-me repetir aqui a sua frase que é muito contestada (leia-se não aceita) pelos meus colegas professores de Química: “Afilio-me à defesa da formação generalista na Educação Básica e mesmo na graduação. A especialização deveria ocorrer somente na pós-graduação”. Este afã de querer transformar criancinhas em cientistas mirins é pernicioso.
Parece que os professores de Química são os mais resistentes. A fala do dito fundamentalista que o senhor escreve: “Sou professor de Química e cabe-me ensinar bem Química e não Biologia, muito menos História e jamais envolver-me com filosofia” é descritiva de conversas em sala de aula, pelos que resistem à politecnia. Entre os mais de 500 professores que estavam no EDEQ, talvez seja esta ainda a fala da metade. Aliás se estes foram à UNIJUÌ para ratificarem suas posturas tomaram o ônibus errado. Lá afora comentários laterais, as outras falas foram em sintonia com posturas como a do senhor. Os fundamentalistas não ouviram loas a seu deus cartesiano.
Mestre Chassot, tentando aderir cada vez mais a tese que já ouvi o senhor defender muitas vezes: a ciência cresce com a especialização; por outro lado para lermos o mundo com os óculos da Ciência e mesmo para contribuir para que ela ajude a explicar e transformar o mundo para melhor, é cada vez mais necessária uma ampla visão generalista.
Professor obrigado por esta blogada,
Marcelo, lavoisierano, sim; mas, feyerabendiano, também.

Especialista: "Só faço minha parte!"
"Afinal, da ciência sou baluarte"
O mundo é vário, contudo
Não existe o sabe-tudo
Generalista vê o mundo com arte.
Palavra de ordem nessa parada
É, portanto, sapiência variada
Não se ater só a conteúdo
É saber um pouco de tudo
Especialista sabe tudo de nada.

Um comentário:

  1. Limerique

    Receita para formatar um burrão:
    Atenha-se à sua especialização
    Seja cartesiano puro:
    "Eu sei, estou seguro!"
    "Portanto ao ecletismo digo não".

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