terça-feira, 23 de abril de 2013

23.- DIA INTERNACIONAL DO LIVRO



ANO
7
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
2456
Hoje, 23 de abril, é o Dia Internacional do Livro. Esta celebração teve a sua origem na Catalunha, uma região da Espanha. A data começou a ser celebrada em 7 de outubro de 1926, em comemoração ao nascimento de Miguel de Cervantes, escritor espanhol.
“Impressão do livro moderno", quarta escultura (de seis) da caminhada berlinense das Ideias, construída por ocasião da Copa do Mundo da FIFA na Alemanha em 2006. Inauguração: 21 de abril de 2006 em Bebelplatz, praça perto da Unter den Linden em frente da Universidade Humboldt em Berlin. Celebra a Johannes Gutenberg, o inventor da impressão do livro Moderno volta de 1450 em Mainz.
Em 6 de fevereiro de 1926, o governo espanhol, presidido por Miguel Primo de Rivera, propôs oficializar a data e o rei Alfonso XIII assinou o decreto real que instituiu a Festa do Livro Espanhol.
No ano de 1930, a data comemorativa foi trasladada para 23 de abril, dia do falecimento de Cervantes. Mais tarde, em 1995, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, em virtude de a 23 de abril se assinalar o falecimento de outros escritores, como Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.
No caso do escritor inglês, tal data não é precisa, pois que em Inglaterra, naquele tempo, ainda utilizava o calendário juliano, pelo que havia uma diferença de 10 dias apara o calendário gregoriano usado em Espanha. Assim Shakespeare faleceu efetivamente 10 dias depois de Cervantes.
Falar em livros é evocar bibliotecas. Acerca destas já escrevi várias vezes aqui. Comentei acerca do privilégio de já ter estado em bibliotecas muito importantes. Assim estive na nova Biblioteca de Alexandria, no dia 23 de abril de 2002, quando estava prevista sua inauguração (depois adiada para outubro daquele ano, por razões de tensões no Oriente Médio). Contei aqui, em fevereiro de 2008, minha visita (talvez, a quarta) a magnífica biblioteca Nacional Francesa, abrigada em um dos mais impressionantes complexos arquitetônicos de Paris. Em outubro de 2008 estive por frutuosas horas na Biblioteca Britânica e reparti aqui o quanto ficara impressionado com as preciosidades que fruíra em Londres.
Estive já na Biblioteca da Universidade de Coimbra e em fevereiro de 2009 visitei duas impressionantes bibliotecas na Espanha: aquela do Real Monasterio de San Lourenzo, El Escorial e a da Universidade Complutense de Alcalá de Henares. Claro que estou referindo bibliotecas-monumentos.
Há aquelas que vamos para pesquisar. Recordo com saudades os dias quase inteiros que passava em 2002 na Biblioteca da UNED – Universidad Nacional de Educación a Distancia em Madrid ou as gostosas ‘viajadas’ que fazia na Biblioteca da Unisinos, nos anos que lá fui professor.
Curto uma biblioteca, como aquela que Matthew Battles descreve em A conturbada história das Bibliotecas, onde o leitor vai tocando os livros expostos nas estantes, levanta-os, sente-se o peso, aprecia as letras inclinadas, dispostas numa página de rosto, examina marcas deixadas por outros leitores e, quanto mais toca, mais fugidio lhe parece o saber ali contido. Todas as coisas que desconhece parecem estar lhe acenando por detrás das capas, nas entrelinhas.
Na biblioteca o leitor é obrigado a despertar daquele sonho de comunhão íntima provocado pela leitura. Ele é forçado a reconhecer a materialidade do mundo na sucessão interminável das lombadas, nos sons das páginas virando sobre as mesas, no atrito das capas que se espremem nas prateleiras, e nesse cheiro rançoso [Aqui, permito-me discordar de Battles; os livros têm um cheiro agradável, às vezes até sensual] que impregna qualquer ambiente em que há livros em grande número.
Na minha biblioteca deleita-me, vez em vez, aconchegar na rede e passear pelas prateleiras e mirar as lombadas. Evoco leituras. Recordo como determinado exemplar se fez meu. Sonho ler exemplares ainda por desvirginar. Degusto olhar meus livros.
Talvez, um dia, conte aqui, um pouco mais de minha biblioteca. Por ora um curtido dia do livro a cada uma e cada um.

4 comentários:

  1. Limerique

    Hoje é dia desse fiel amigo
    Que nos segue do berço ao Jazigo
    O livro simplesmente
    Nos transformou em gente
    E sempre nos acolhe num abrigo.

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  2. Limerique

    Era um velho que a certa altura
    Preocupado demais com cultura
    Não estava contente
    Ficara impotente
    Só ganhava livro tipo brochura.

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  3. Chassot
    adorei saber que hoje é o dia do livro.não pude visitar tantas bibliotecas como tu,mas só de ler teu relato passei por elas.Sei de um grande projeto de biblioteca virtual, sabes o endereço? entretanto te declaro curto como tu o cheiro do livro o toque do papel etc...

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    1. Muito querida colega e amiga Rosa,
      obrigado por prestigiares meu blogue..
      Pessoas de tua estatura intelectual fazem este blogue distinguido.
      O endereço da Biblioteca Mundial é http://www.wdl.org/pt/ quando de sua inauguração fiz uma blogada sobre ela, mas não tenho como referir agora.
      Agradecimentos com minha admiração

      attico chassot

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