18.-REDES SOCIAIS: ¿UM MODISMO OU...?

Ano 7***www.professorchassot.pro.br***Edição 2392

A tentação era começar a blogada desta segunda-feira desejando ‘feliz 2013’ numa adesão apressada àqueles que fazem ser senso comum uma afirmação preconceituosa de que o ano (no Brasil) começa na primeira segunda feira depois do carnaval. Como não esposo esta tese, mantenho meus votos, mas eles se fazem adjetivados: um 2013 letivo muito feliz. Sim! Por ora estão terminando férias escolares e a Escola — denominação genérica para qualquer entidade de ensino desde a Educação Infantil à Pós-graduação — revitaliza-se nestes dias.

Para mim, que evoco uma memorável largada em 13 de março de 1961, este é meu 53º ano letivo — que considero iniciado na segunda semana de janeiro em Manaus, quando dei aulas na Rede Amazônica de Ensino de Ciências e Matemática — que promete ser prenhe de gostosas novidades.

Assim um 2013 letivo muito feliz a cada uma e cada um de meus leitores envolvidos com Escola. Acredito que sejam quase todos, enquanto alunos, professores, pais, avós...

Ontem, quando, repetidamente, re-olhava relógios para ambientar-me ao novo horário, pensava como para muitos de meus amigos essa ação não ocorria, pois residentes em outros países ou mesmo em regiões do Brasil, não mudaram de horário. Dava-me conta da ampla tessitura geográfica que nos envolve e globaliza, por intermédio das redes sociais.

Esta locução — redes sociais — que pode parecer ter chegado ontem em nosso cotidiano, fazendo-se um modismo, deve ter a idade da humanidade.

Parece natural que vejamos estas redes sociais agigantar-se a cada instante, determinando essa avassaladora (e muitas vezes, perversa) globalização.

Se hoje muitos de nós, poderemos, graça a diferentes plataformas de comunicação (outro modismo midiático laudado com quase êxtase por alguns) adentrar na Capela Sistina e contemplar o “Juízo Final’ de Miguel Ângelo, antes de começar o conclave para escolha do sucessor de Bento 16, também, pela mesma globalização vamos pagar mais caro um suco de laranja, devido a taxas impostas a produtos localmente produzidos.

Mas leio na Wikipédia: “Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns. Uma das características fundamentais na definição das redes é a sua abertura e porosidade, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os participantes. ‘Redes não são, portanto, apenas outra forma de estrutura, mas quase uma não estrutura, no sentido de que parte de sua força está na habilidade de se fazer e desfazer rapidamente’."

Dou-me conta que os meus mais de 1850 ‘facefriends’ não formam uma rede social. Por exemplo, nós não partilhamos valores e objetivos comuns, mesmo que, talvez, todos nós todos tenhamos nos manifestado contra Renan Calheiros, lutamos provavelmente por lutas muito diferenciadas em relação a controle da natalidade, aborto, casamentos homossexuais, uso da terra, tolerância religiosa...

Talvez, antes que Facebook se esboroe por saturação ad nauseam, possa esta potente ‘dita’ rede social se converter em espaços privilegiados (mesmo que muito menores) para que mulheres e homens criem, solidariamente, redes sociais voltadas ao bem comum.

Sonhando que utopias se concretizem, uma vez mais um 2013 letivo muito feliz para cada uma e cada um.