sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

08.- DOULA: ¿QUE PROFISSIONAL É ESSA?


Ano 7***www.professorchassot.pro.br***Edição 2382
Eis uma das manchetes da Folha de S. Paulo, do último dia 01FEV13: “Hospitais recuam e liberam trabalho de doula durante o parto”. Acredito que muitos (mesmo letrados) ao lerem a manchete a ficaram devendo. O meu corretor do word não conhecia o que é doula.
O excelente dicionário Priberam é esclarecedor: DOULA (inglês doula, do grego doúle, mulher escrava) s. f. Mulher que dá apoio e formação a outra mulher durante a gravidez, no parto e após o parto.
A Wikipédia, quanto a etimologia, acrescenta: A palavra "doula" vem do grego antigo, na qual se escrevia δούλη: o ditongo ού ("ou") lê-se "u". Doula, em grego, significa literalmente escrava: desde a antiguidade, a palavra designa uma criada doméstica ou escrava. Como a palavra tem essa conotação negativa na Grécia, lá a profissional moderna é chamada de "assistente de parto". Traduziu-se, livremente, como "a mulher que serve".
Há vários sítios acerca de ‘doulas’. Dois ‘parecem’ oficiais: www.doula.org.br & www.doula.com.br
O primeiro é da ANDO — Associação Nacional de Doulas. No segundo, há dados de ‘discutíveis’ pesquisas que anunciam: a atuação da doula no parto pode diminuir em 50% as taxas de cesáreas; em 20% a duração do trabalho de parto; em 60% os pedidos de anestesia; em 40% o uso da oxitocina; e em 40% o uso de forceps.
Há informações explicitas que doulas não são parteiras. Mesmo sendo anunciados cursos há informações explicitas que a profissão não é. ainda, reconhecida.
A notícia da Folha explicava: Os hospitais Santa Joana e Pro Matre Paulistana recuaram nesta semana da decisão de restringir a entrada de doulas — mulheres com experiência em maternidade que dão assistência a grávidas antes, durante e após o parto.
Ainda no final deste janeiro, a imprensa trazia comunicados dos hospitais que permitiam a entrada das doulas apenas se elas fossem a única acompanhante da mãe, tirando, assim, o lugar do pai da criança. Os hospitais alegavam que a medida era para "manter os baixos índices de infecção hospitalar nas unidades".
Esta decisão gerou a mobilização de gestantes e ativistas nas redes sociais em defesa dessas assistentes, que não têm a atividade regulamentada no Brasil. Na foto de Yasuyoshi Chiba, AFP uma grávida em manifestação pró humanização do parto.
Em 2012, a presença das doulas na hora do parto chegou a ser proibida pelo Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro). O veto, porém, foi derrubado pela Justiça Federal. Há associações médicas no Brasil que — corporativistamente — bradam: ‘não há saúde sem médicos!’
Agora, unidades de saúde decidiram fazer o recadastramento das doulas para que elas possam estar na hora do parto junto com o acompanhante da gestante, na maioria das vezes, o pai da criança.
Pertenço a uma geração que usualmente nasceu em casa com assistência de parteiras que acompanhavam a mãe antes, durante e após o parto. Minha mãe teve sete filhos (o 3º e 4º  gêmeos) dos quais apenas o último (nascido em 1954) foi em hospital. Nos seis em casa houve acompanhamento de parteira, também antes e depois do parto. Lembro das herméticas visitas da dona Jupira, especialmente em pré-natais.
Talvez, assim como ainda recentemente a acupuntura era considerada uma prática charlatã e hoje é especialidade médica, as doulas, em breve, sejam reconhecidas. ¿Será que os médicos também vão querer, como na acumpuntura, querer exclusividade?

2 comentários:

  1. Disse Sergio Sérvulo da Cunha na introdução do seu "Dicionário Compacto de Direito" Editora Saraiva 4ª edição, " O conhecimento não é produto que se possa comprar, pronto e acabado, numa prateleira, mesmo que seja da melhor biblioteca. Copiar é a melhor maneira de se extraviar, pensando e criticando é que se faz ciência."
    As doulas fazem ciência...

    abraços

    Antonio Jorge

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  2. Limerique

    De repente a coisa se faz normal
    Entra em cena Doula profissional
    Tanto mãe como bebê
    Que bom, veja você
    São assistidos em parto natural.

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