domingo, 30 de dezembro de 2012

30.-UMA VISITA UM TANTO INSÓLITA


Ano 7*** PORTO ALEGRE Morada dos Afagos ***Edição 2342
Um domingo imprensado entre dois grandes feriados sabe mais a recesso de fim de ano. As lépidas e fagueiras blogadas dominicais, neste último domingo de 2012 trazem o registro de uma visita insólita à Morada dos Afagos. 
Dizem que visita de urubu significa purificação, vigilância constante, renascimento, nova visão, limpeza e cura.
Estimo que esta visita — registrada por Silvana Hebel em dia da semana passada — traga os melhores augúrios para cada uma e cada um leitores deste blogue, quando deste último domingo do ano já vislumbramos 2013.

6 comentários:

  1. Como autêntico flamenguista sou suspeito para comentar sobre o urubu, mas quanto aos votos assino embaixo. Aproveito o momento e conclamo a todos que nesta virada façamos um ato simbólico, peguemos uma sacola plástica, destas de supermercado, e em pequenos pedaços de papel escrevamos todas as angrúrias que nos atormentam; raiva, desilusão, ciúme, inveja, preguiça etc.. Próximo a virada, peguemos o saco com todos os pedaços de papel, e após amarrármos bem a boca do saco o enterremos juntos com todas as nossas mazelas.

    abraços

    Antonio Jorge

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  2. Limerique

    Era uma vez um urubu urbano
    Que vivia no espaço humano
    Olhava o horizonte
    Imaginando seu monte
    Aboletado como um bichano.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. URUBUS

      Urubus de cabeça preta como estes, muitas vezes vivem na periferia das grandes e médias cidades que, por incúria humana, acumulam dantescos lixões onde matéria orgânica em decomposição atrai as incautas aves que não têm onde procurar alimento, porque seu habitat foi invadido pelo homo sapiens. A propósito desses soberbos animais, publiquei em julho deste ano um texto “URUBUS”, cujo trecho reproduzo abaixo:
      "Os urubus, aves da família Cathartidae, primos pobres dos condores, são animais de extrema importância na natureza por serem necrófagos, ou seja, são aves que se alimentam de restos de animais já mortos. Apesar de feioso e com má fama, o urubu tem papel essencial na natureza. Como é um animal necrófago, que se alimenta de carne em putrefação, faz uma espécie de “faxina” nos locais onde vive, pois elimina do meio ambiente a matéria orgânica em decomposição”.
      Artigo que suscitou da leitora Letícia, mensagem solicitando informação de como salvar o bebê urubu que nasceu na floreira do edifício no qual ela trabalha, e que corre perigo de ser morto por funcionários “zelosos”, por causa do barulho que pode vir a fazer. Os funcionários já haviam removidos ovos da mãe urubu para impedir sua reprodução, e um dos filhotes nascidos morreu devido à chuva, daí o nome SUPÉRSTITE do único sobrevivente. Reproduzo abaixo a mensagem de SOS pela vida do pequerrucho que ela enviou:
      "Estive procurando no Google sobre urubus e vi um interessante artigo seu. Mas ele não respondeu minha dúvida, nem algum outro daí resolvi escrever! Tenho urubus, mãe e filho, morando na floreira de minha sala num edifício comercial, onde várias vezes ela pôs ovos que foram vistos e retirados, fato que reprovo totalmente, mas, desta vez o filhote está lá forte e aparentemente saudável! Contudo, eles, para o condomínio, não são bem vindos, e estou querendo saber até quando o filhote fica no ninho, pois, aparentemente, logo começará fazer barulho e teremos problemas se isto acontecer, a quem poderei pedir ajuda, mas que o mantenha em lugar seguro com a mãe? Agradeço atenção e aguardo resposta!" Letícia.

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  4. CONTINUAÇÃO

    Confesso que fiquei lisonjeado com a solicitação feita pela Letícia, mas, ao mesmo tempo, triste por me saber ignorante e incapaz de lhe dar uma resposta adequada que salve a avezinha. Como meu conhecimento sobre urubus se limita a pouco mais do escrevi no post, optei pelo mais óbvio: Aconselhei-a a brigar contra a remoção do bicho de seu local de nascimento, e colocar o IBAMA ou outro órgão ligado à preservação do meio ambiente na cola de quem quisesse prejudicá-lo. Feito isso, resolvi postar este texto com a intenção de, mais uma vez, lembrar aos leitores que nós somos responsáveis pelo mal que causamos ao meio ambiente, e que ainda há tempo de tentar alguma coisa no sentido de reverter o atual quadro de deterioração a que chegamos no Planeta azul. Podemos começar salvando os urubus, por exemplo. Pois bem, primeiro é edificante saber que um texto tão despretensioso tenha atingido a leitora sensível preocupada com a avezinha inocente. Depois, como já algumas vezes escrevi, o homem ocupa os locais que antes era domínio dos animais e depois culpa estes por “invasão” de espaço humano. Não poderia haver maior absurdo, os animais apenas tentam sobreviver num espaço que antes era deles. Mas, já que o modo que a maioria das pessoas vê as coisas não admite animais “selvagens” convivendo com humanos, o mínimo que podemos fazer é respeitarmos os espaços que eles eventualmente ocupam ao nosso lado. É imperioso que não vejamos os animais, quaisquer animais, como inimigos, devemos colocá-los no exato lugar que ocupamos na natureza: Seres com direito à vida. Assim, se a ave faz ninho na sua varanda, respeite-a, mantenha uma certa distância, deixe-a criar seus filhotes em paz. Depois ela irá embora e você continuará com sua vida normal, aliás, normal não, uma vida com a grandeza de quem realizou uma obra pela qual pode se orgulhar para sempre: agora você pode contar para todos que salvou uma vida, ou melhor, que salvou a humanidade. Surpreso? Para esclarecer reproduzo palavras de Leonardo da Vinci que vêm bem a calhar: "Chegará o dia em que todo homem conhecerá o íntimo de um animal. E neste dia, todo o crime contra o animal será um crime contra a humanidade." JAIR, Floripa, 03/10/09.

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  5. Muito estimado Jair,
    primeiro obrigado pelos Limeriques diários que brindas aos leitores deste blogue. São para mim momentos diários de poesia. Leio-os em voz alta para sorver a cadência.
    Obrigado pelo enriquecimento científico que deste à blogada de hoje. Aos conhecimentos acerca de urubus aditas a comovente luta de Letícia.
    Um dado a mais o Juliano de Almeida Elias ~~ diplomata brasileiro no Vietnam ~~ escreveu hoje no alerta à edição do blogue: “Lindo Urubu! Dizem que eles dão ótimos animais de estimação, tornando-se dóceis e leais como cães.”
    Obrigado pela parceria intelectual

    attico chassot

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