terça-feira, 11 de dezembro de 2012

11.-ANTICLERICALISMO: ¿O QUE É ISSO?



Ano 7*** PORTO ALEGRE Morada dos Afagos ***Edição 2023
A blogada desta terça-feira tem um desenho diferenciado. Vou desvelar (e aqui, cabe a ação verbal: vou reapresentar tema que está um pouco esquecido). Começo comentando algo sobre anticlericalismo e, depois, busco justificar porque resolvi desembolorar assunto que antes eu não examinara.
Abro com duas consultas ao Priberam:
Anticlerical: (adj. 2g.) Que, geralmente sem atacar a religião, combate abertamente o clero e as estruturas da igreja.
Anticlericalismo: (s. m.) 1. Sistema que pretende que o clero se ocupe apenas do espiritual dos fiéis. 2. Conjunto de ideias anticlericais. Que faz oposição ao clero, quanto às suas ideias e preponderância.
A Wikipédia registra o verbete, transcrito a seguir, com original ilustração: Na Dinamarca a escultura de um tiranossauro pastoreando ovelhas foi a forma artística escolhida para criticar a influência do papa e da Igreja Católica sobre o ocidente.
Anticlericalismo é um movimento histórico que se caracteriza por condenar a influência dominante de instituições religiosas, especialmente do clero da Igreja Católica (padres e bispos), sobre aspectos sociais e políticos da vida pública. Sua atitude denota uma crítica à instituição eclesiástica e à hierarquia católica em geral, o que não implica necessariamente em anticristianismo, ou seja, o sujeito pode-se ser anticlerical e cristão.
O anticlericalismo propugna pela separação e não interferência entre as esferas do poder religioso e do civil. O ativista anticlerical critica a ação política das instituições religiosas.
O anticlericalismo é mais frequente no cristianismo, mas há atitudes anticlericais nas demais religiões.
O anticlericalismo foi um sentimento presente no iluminismo, Revolução Francesa, revoluções proletárias e/ou socialistas. Como consequência, existem países laicos que barraram (ou reduziram) a influencia clerical em sua política (e até mesmo estatizando as propriedades clericais), servindo de exemplo, Países como França, Cuba, Venezuela, Itália, República Tcheca etc.
Parece, salvo uma avaliação mais precipitada, que neste século 21, diferente do começo da segunda metade do século passado, o anticlericalismo está mais tenuemente presente. Antes, talvez, por mais forte interferência das igrejas no mundo laico, eram mais fortes as bandeiras anticlericais.
Estas reflexões nos remetem ao Século 18, o Século das Luzes, de onde o alerta kantiano ainda ressoa: Sapere aude! Tem coragem de pensar! Liberta-te daqueles que querem pensar por ti e pensa! Então, aparece a figura proeminente daquele que foi ícone do anticlericalismo: o Livre pensador: Voltaire.
François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 — Paris, 30 de maio de 1778), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.
Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio. É uma dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana. Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas.
Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, ele frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo. Ficou conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke.
Mas porque a trazida deste assunto hoje? Amanhã, vou trazer um texto de dolorosa atualidade: pedofilia na igreja. Não conhecêssemos o autor, membro de destaque de uma ordem religiosa católica, diríamos que se trataria de um escritor anticlerical, que ‘usa a pena qual espada!’. Confiram então!

2 comentários:

  1. Todo organismo poderosmo, e a igreja segue a regra, tenta impor suas "verdades absolutas". No feudalismo a igreja impunha ao fiéis; "és pobre e seu senhor rico pois é a vontade de Deus" e gerações de miseráveis passavam a míngua e a servidão sob a égide do destino. Mas o discurso não mudou muito, agora é "pobre na terra, rico no céu".

    abraços

    Antonio Jorge

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  2. Limerique

    País constitucionalmente laico
    Governado por cérebros prosaicos
    Igreja dá as cartas
    Revel a Magna Carta
    O Brasil é um Estado arcaico.

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