terça-feira, 27 de novembro de 2012

27.- INTERNET ROUBA-NOS HORAS DO DIA



Ano 7*** PORTO ALEGRE/MORADA DOS AFAGOS ***Edição 2309
Parece ser senso comum, que neste século 21, nós lemos — em suporte papel — menos e também reduzimos em muito nossos momentos de lazer. Já comentei aqui, em mais de uma vez, a rapidação da passagem do ‘tempo Cairós’ quando estamos conectados. E mais, se não vemos lá no canto inferior direito o sinal de conexão, parece qua não sabemos trabalhar.
Lembro, quando meus filhos eram crianças e tinham que fazer alguma representação de seu pai, em mais de uma oportunidade, me desenhavam numa rede com um livro. Bons tempos. Hoje são raros, um melhor, muito raros os momentos de curtir uma rede com um livro. É provável que meus netos me representem no computador.
"Será que vivemos num mundo muito melhor só porque podemos fotografar a comida no prato e postá-la para todos os nossos amigos antes de começar a comer?". Com essa provocação, o escritor estadunidense Jonathan Franzen (nascido em 1959) questiona a influência que as mídias sociais têm tido na cultura contemporânea. O comentário está na p. E4 da Folha de S. Paulo de ontem.
Apesar de se confessar um "viciado em e-mails", que não fica mais de duas horas sem checar a caixa postal, Franzen expôs seu mau humor acerca do "vício planetário" com relação à internet, ao falar no sábado, primeiro dia da 26ª edição da Feira do Livro de Guadalajara, que acontece até dia 2 de dezembro na cidade mexicana.
"Se a internet for a droga definitiva, estamos bem. Mas ninguém sabe ainda se será. Até outro dia, era o cigarro. E, de repente, as pessoas pararam de fumar num domingo e na segunda começaram a clicar compulsivamente em seus smartphones. Quem sabe não vamos nos cansar disso em algum momento?"
E reforçou que vê os livros hoje como produtos de consumo de uma minoria cada vez mais reduzida. "Os livros sempre foram para poucos. Agora a disputa é muito mais intensa, e o desafio do escritor é maior. A diferença é que, quando saímos da internet e entramos num livro, percebemos que, na realidade, temos muito mais horas em nossos dias."
Para sobrar mais tempo para leitura de verdade, faço uma edição mais curta. Tomara sobre tempo para curtir um livro nesta última terça-feira de novembro.    

7 comentários:

  1. Não me considero um viciado sem cura deste vício chamado de internet, mas reconheço que perco muitos momentos checando emails e redes sociais. Ainda mais com a vinda dos Smartphones que tem acesso a qualquer momentos da rede. Porém ainda me alento de ser um aficionado por livros de papel.
    Preocupo muito também com um maior isolamento daqueles que passam horas a fio na internet de um modo geral (leia-se redes sociais) pois acaba perdendo momentos prazerosos ao lado da famílias e amigos não virtuais.

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  2. Sou um saudosista ferrenho, apaixonado pelos livros, mas vejo na internet um advento bem maior nos dias de hoje. É o do imediatismo, voce pensa, voce posta e pronto; está estabelecida em questão de segundos uma comunicação entre voce e um incontável número de pessoas. Nestes tempos de interesses capitais, os meios de comunicação cada vez não dão mais voz as pessoas, e sim ao capital. Não importa o que voce diga, importa quanto tenha para pagar para dizer. E ali no meio virtual o tímido se transmuta no atirado, a feia vira a bela com sua fotos cuidadosamente tiradas no seu melhor ângulo. As pessoas não se ouvem mais, mais "curtem" no facebook, compartilham e até comentam. Estamos entrando numa nova era da comunicação.

    abraços

    Antonio Jorge

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  3. Ola Chassot
    Grande verdade que ao nos libertarmos da internet parece que o tempo é bem maior. Pude constatar isso no ultimo sabado à tarde. Deixei o computador e lado e sentei-me no sofá saboreando algumas escritas do Lutzenberger. Mesmo com aquele tempo maravilhoso lá fora, dia de muito sol e clima ameno, fiquei inebriado pelas frases e parágrafos, coisa que ha muito nao fazia. Tambem me pergunto: Será que um dia nao nos cansaremos deste vício das Redes Sociais e dos E-mails?
    Abraço JB

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  4. Muito estimados Bruno, Antonio Jorge & Jairo,
    os três que de Itapipoca, Niterói e Canoas adensaram a blogada acerca da Internet como ‘vício’ que nos dá prazeres, mas nos cobra tempos preciosos e faz fugar deleites de outrora que talvez o jovem Bruno não conheceu, mas que o Antônio Jorge e o Jairo têm saudades.
    Talvez eu devesse ir para a rede ‘aquela que se assemelha a útero materno’ que nos aconchega,

    attico chassot

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  5. Querido Chassot,
    Tenho notado que a capacidade de concentração e a memória das pessoas também fica diminuída devido às redes sociais...
    O foco necessário para uma leitura atenta e profunda, a disciplina para ouvir uma aula o palestra por 45-60 minutos, uma peça de teatro de 3h,
    ou de apreender conhecimentos sólidos fragiliza-se de tantas distrações e rapidez de informações aljofradas nos murais...
    Grande abraço,
    Guy.

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  6. Li no fim da tarde de ontem um email pedindo uma informação, enviado após meio-dia. Escrevi pedido desculpas pela demora em dar retorno. Pensei no absurdo disso. Depois teremos crianças (e já temos) mais ansiosas, agitadas, e devidamente medicadas.

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  7. Limerique

    Gosto da internet, mas não a vivo
    Meus momentos com ela inativos
    Prefiro a aventura
    De uma boa leitura
    De um livro com texto reflexivo.

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