Ano
7*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2231
“Publish or Perish” é uma histórica frase
cunhada para descrever a pressão no meio acadêmico exigindo de forma rápida e
continua publicações para manter-nos vivos. Nestes tempos de continuadas
avaliações somos aguilhoados com um ferrete: "Publicas ou pereces".
Há uma semana
tivemos lançado no país o RUF, Ranking das
Universidades da Folha, que está dando que falar. Assim, hoje o assunto é
nesta linha.
Na quinta-feira
recebi (e certamente milhares de professores), em meu correio pessoal ‘um
anúncio’ ou como se dizia quando eu era pequeno ‘um reclame’ ou mais
recentemente ‘uma propaganda’. Os dois Programas de Pós-graduação que trabalho
repassaram a todos os docentes (e talvez, aos discentes) a mensagem.
Eis a peça
publicitária:
Publicação na Revista Sodebras
Prezado Professor
Publique seu artigo na Revista
Eletrônica Técnica Científica SODEBRAS (Soluções para o Desenvolvimento do
País), com Qualis da CAPES, nota B5, ISSN 1809-3957. Atende muitas áreas do
conhecimento e possui um corpo de pessoas capacitadas em cada área para
verificar seus artigos.
Para submeter o artigo o Senhor deve
seguir as instruções no site: http://www.sodebras.com.br, lembrando-se que o
trabalho não pode exceder 8 páginas.
O prazo para publicação na Revista
Sodebras é de até 3 meses, após o pagamento.
Contando com sua participação,
antecipadamente agradecemos.
Cordialmente
Zélia de Araujo Pedran, Equipe
Sodebras
Imediatamente
respondi as coordenações, com cópia para todos e também para dona Zélia, assim:
Colegas,
aí parece estar uma nova maneira de mercantilizar a educação, escreve-se um
artiguete e paga-se uma pequena fortuna e se dá uma engordadinha no Lattes.
Prefiram publicar em revistas de Programas de Pós-graduação. Com expectativas,
attico chassot
Recebi adesão
de colegas dos dois Programas. Todos concordando, inclusive alertando para o
desvalor de publicar em revista Qualis B5.
Salvo
avaliação equivocada, trata-se de mais uma arapuca para alguns faturar. Não é
sem razão que há no endereço destaque para um carrinho para ser colocado nele ene unidades de R$ 456,00 para pagar,
uma para cada artigo submetido. Há também chamada para participação no comitê
científico, sem menção de retribuição pecuniária.
Posso ter
laborado em erro, até porque ao ler alguns artigos, encontrei textos
significativos, relevem. Penso que não cabia me omitir a um alerta.
Dedico esta blogada aos editores
de revistas acadêmicas — muitas vezes fazem um trabalho insano e pouco
reconhecido.
Querido companheiro(também intelectual), sempre atento a temas punjantes!
ResponderExcluirAo denunciar essa nova faceta do processo de mercantilização da vida contemporânea, mais uma vez teu blog presta um serviço à educação! Fica a pergunta de como empresas com tais propósitos têm acesso às listas de emails de seus pesquisadores...
Com carinho e sempre muita admiração, Gelsa.
Vivemos o reinado do capital, tudo adquire um valor pecuniario, até a informação de nossos dados para fins não éticos. Com isso perde-se a qualidade, a privacidade e a paciencia.Assim em determinados momentos agimos tal qual Cristo e viramos a mesa dos vendilhões do templo. Parabéns pela virada Mestre Chassot.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Um bom alerta de teu Blog para esta nova forma de tornar a educação um produto comercializavel. Em tempos de liberalismo, onde se aconselha pouca interferencia do Estado, nada como fazer proveito de todas as oportunidades. Por isso, "oportunistas" se imiscuem nos mais diversos segmentos para buscarem o "lucro" a qualquer custo. Obrigado Chassot.
ResponderExcluirAbraço do JB
Limerique
ResponderExcluirIntelectuais tratados como artistas
Para publicarem artigos em revistas
Em papéis duvidosos
Nem tanto cheirosos
Que se fazem de ciência arrivista.