sexta-feira, 13 de abril de 2012

13.- UMA SEXTA-FEIRA, TREZE, COM CHORO E PEDIDOS



Ano 6*** www.professorchassot.pro.br ***Edição 2081
Um dos maiores questionamentos aos estudantes, enquanto orientadores de trabalhos acadêmicos — e isto vale desde trabalhos de graduação a teses de doutorado — é ‘Qual é teu problema de pesquisa?’ E, então há uma exigência recorrente: o problema de pesquisa deve ser algo cuja resposta se está buscando, logo não sabe a solução. Então vem um argumento: ‘Ah! Mas eu acho que...!’ ‘Perfeito! Isto pode ser uma das tuas hipóteses... mas, ainda não é tua resposta! Pesquisar é preciso!’
Há leitores que poderão estar surpresos com o tom de abertura desta blogada de sexta-feira, 13: uma aulinha de como se orienta uma pesquisa.
Há uma explicação. Em um dia desta semana houve uma crise existencial. Não minha... Não exporia tamanha intimidade aqui. Uma crise existencial deste blogue. Claro que se a crise é da criatura, ela afeta ao criador.
Questionava-me acerca da continuidade do mesmo. Cheguei a minutar no lapkoft mensagem de despedida, a cerca de cem dias do completar seis anos. Desisti, não porque imaginasse meus leitores pranteando a decisão. Talvez porque a um dos problemas aflorou resposta. Por que escrevo? Escrevo porque me dou conta que não poderia viver numa sociedade ágrafa. Tenho prazer no escrever; e mais, para mim isto é algo terápico.
Vencida esta crise, como tudo na vida, surge outro problema que há muito tento resolver: gostaria de ter uma pálida ideia de quem são alguns dos cerca de 200 pessoas que a cada dia acessam este blogue. Sei quais são os países e cidades, mais sei muito pouco acerca dos leitores.
Assim, sonharia que esta blogada de hoje desencadeasse algumas respostas como comentários. Quem quiser não se identificar faça como anônimo. “Sou de Cacimbinhas, RS, vou formar-me como técnico agrícola, acesso este blogue há mais de um ano, uma vez por semana”. Neste blogue não há que digitar senha ou aquelas palavras misteriosas para provar que não se é robô. A opção de não deixar comentário pode ser alternativa a enviar um correio eletrônico para achassot@gmail.com Sonho que terei dezenas de respondentes que ‘amenizarão minha crise’.
Quiçá, alcançaria a remissão total de meu infortúnio se ao lado da informação acerca de quem acessa o blogue soubesse o porquê do acesso. Isto seria o auge. Na noite desta terça-feira, quando voltava de minha jornada de aulas na graduação que se estendem até 22h50min, portanto justificadamente cansando, fui revigorado com esta mensagem: “tuas postagens têm fomentado reflexões em mim. Não estou dizendo que troquei a minha fé, pelo contrário, tenho-a fortalecido, porém tenho descoberto significados mais profundos para a minha fé, e observado outros pontos nela". Não é preciso esta densidade nas respostas, que parece bastante exagerada.
Na noite de quarta-feira recebi de uma querida ex-aluna: “Mestre, voltei a esta postagem [a referência era a postagem de 30 de março, onde transcrevi o diálogo de duas professoras acerca de seguir os desígnios divinos] para comentar que utilizei esta edição em uma aula, e após a discussão, propus elegessem uma notícia de jornal e tentassem a reescrever usando três diferentes óculos. Final do mês é a apresentação. No aguardo!”
Há dias passados, comovi-me com comentário de uma muito prestigiada filósofa: “Chassot, que coisa mais bonita e educadora! Li três dos temas blogados e penso que prestam um grande serviço à cidadania crítica a que te propões. Um grande e grato abraço por essa energia sem fim que brota de ti! Anna Carolina Regner”.
Esta aí o pedido da blogada de hoje: Brindar-me com o saciar minha interrogação: “Quem me lê?” e aos mais despegados um plus: “Por que me lês?”
Concluo com a frase que encerravam os convites fúnebres (e que espero não seja um mau presságio de sexta-feira, 13): “Antecipo agradecimentos.” 

16 comentários:

  1. Caro Attico,

    creio que não é preciso apresentar-me, não?

    Ler teu blogue é um ritual diário, apesar de não comentar todos os dias, pode ter certeza de que acompanho cada postagem, lendo-a na íntegra.

    Desnecessário dizer o quanto admiro seu trabalho e sempre indico aos meus estudantes algumas de suas postagens, para que passem por aqui e também possam parar um pouco e refletir sobre o mundo que vivemos, através de tuas multifacetadas postagens.

    Abraços,

    PAULO MARCELO

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  2. Leio o blogue por que, além de serem assuntos instigantes, confio na autoria. Por que fui aluna do autor, sei de sua paixão por ensinar a descortinar nossos olhares, e por que tento a cada dia seguir este caminho. Por isso que leio o blogue.

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  3. Inclusive já sugeri que os comentadores do blogue tentasse um encontro, juntamente do Mestre, claro.

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    1. Gostei da sugestão da Profa. Marília: quem sabe um almoço para colocarmos o papo em dia.

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  4. Caro Mestre!
    Sou de Lavras-MG, visito teu blog todos os dias, é uma das primeiras coisas que faço. Ler teu blog já faz parte da minha rotina diária. Não pares de escrever pois sentiremos muita falta de você. Te considero como um amigo...

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  5. Caro Chassot,
    Entendo perfeitamente a tua crise existencial, passei por crise semelhante em data bem recente. Ainda não estou totalmente convencido a deixar de publicar meu blogue. Contudo, fazendo uma conexão internética deduzida de nossas reflexões, ouso dizer que você tem neste blogue sua janela para o mundo. Uma janela que te permite olhar o que se passa lá fora, como também permite que outros deem uma olhadinha no interior de sua "casa". Essa troca, essa interação é saudável e plenamente normal. todos gostamos de expor ideias e, se não formos muito kafkanianos, olharmos o quintal do vizinho. Além disso, teu blogue é um dos poucos da bloguesfrera que traz erudição aos leitores, o resto tudo é só abobrinhas. Abraços blogueiros, JAIR.

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  6. Caro Chassot,
    Não nos conhecemos ainda pessoalmente, mas virtualmente há pouco mais de um ano. Sou leitor do seu blog desde que o conheci e como também edito um blog entendo perfeitamente a necessidade de saber quem os nossos leitores e porque nos lêem. Acredito que não precise de uma apresentação formal minha, mas o motivo pelo qual venho aqui com constante frequência é poder partilhar ideias, questionamentos, notícias, ponderações e discussões que são feitas diariamente por você e seus leitores. Grande abraço.

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  7. Bom dia, Mestre!
    Acho que você já sabe que sou um "cariucho", morador de longa data no Rio, sem esquecer minhas raízes portoalegrenses.
    Uma das coisas que mais me deixa admirado é o seu alucinante ritmo de atividades, muitas vezes relatado neste blog.
    Eu torço para que não abandone a redação, pois aprecio bastante alguns temas que você coloca em evidência, além de curtir as suas viagens pelo Brasil.
    Em quase dois anos de blogsfera, tenho apreciado bastante este pequeno universo de opiniões e divagações, e acho que estaria perdendo alguma coisa se não o frequentasse!
    Abraços!

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  8. Caro Chassot,
    pela quantidade de comentários até agora, 10h07, pode se perceber que não é desta vez que vais morrer. Quer dizer que o teu blog irá desaparecer. Percebo que essa crise é recorrente: ano passado também li algo semelhante por aqui. Quero te consolar: o meu blog conta apenas com o teu comentário, na esmagadora maioria das vezes. Confesso que é o teu comentário que me sustenta, quer dizer, sustenta a continuidade do blog.

    Minha expectativa é de que vais receber muitos comentários, mas não serão suficientes para saciar a tua sede de saber quem te lê diariamente. Eu, por exemplo, te leio porque sempre escreves algo relevante. Dele tenho aprendido lições preciosas para o debate da ciência da fé, e como és um homem de fé, sinto-me alimentado pelas tuas postagens.

    Um forte abraço com o votos de que superes a crise existencial, a do teu blog, evidentemente!

    Garin

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  9. Caro Mestre!






    eu sei que sabes que sou leitora diaria...descupas por nao ser comentarista diaria....mas peles deuses...nao nos prive de tua sabedoria diaria....com admiracao....
    Elzira.

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  10. Hahahahaha, querido amigo!
    Por favor, não sinta-se assim! O que posso dizer, venho aqui de tempos em tempos, quando venho, venho no demais dias, depois acabo me distanciando por motivos de trabalho, ou ocasos da vida mesmo... Mas, se não sou assídua, sabes que sou uma das leitoras mais criticas! hahahahahaha, justamente porque sei que receberás com atenção e cuidado, até por que acho que o objetivo de um blog é debater idéias, fomentar o interesse por assuntos, e já lhe falei sobre isso, por mail.
    Grande abraço
    Eunice - Porto Alegre

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  11. Hahahaha Amigo! Exagerada? Não! Hahahahahaha! Querido amigo, devo o texto, mas fica aqui um pouco da explicação, parcialmente dada acima. Não há exageros, há honestidade. Sou sincera, as vezes muito (hehehe). Então, escrevi o mail, realmente penso isso. Veja, o amigo traz reflexões contrárias as minhas, inicialmente, não possuía a necessidade de me questionar sobre alguns assuntos, apenas eles estavam lá e os intuía. Quando comecei a ler aqui, percebi que algumas coisas me deixavam inquieta, mas não conseguia por de forma racional exatamente o que eu intuía. Pois bem, tive que pensar mais sobre o assunto. Pensando mais, procurei mais, pesquisei mais, li mais. Fiz questionamentos internos. Nunca abandonei nem por um momento minha crença, mas questionei os argumentos que usava. Quando questionei meus argumentos, percebi outros, e procurei contrapontos.
    Naquela noite que mandei o mail, fiquei até as 4 horas pensando... pensando e escrevendo sobre aquilo que divergimos. Hoje estou aqui, ao lado de uns 6 livros (fora o pesquizado na internet) procurando outros pontos para argumentar os contrapontos que existem sobre meus pensamentos. Não penso que isso deva acontecer com todo mundo. Contudo, se aconteceu comigo, não é um bom objetivo para as tuas postagens?
    Grande abraço
    Eunice

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  12. Mais uma vez, são as idéias contrárias que fomentam as argumentações. Depois que me deparei com idéias contrárias, fomentei maiores argumentações. Não criamos grandes avanços, infelizmente, se estamos confortáveis, é preciso o problema para impulsionar a caminhada. Quando deparei com uma pessoa que tenho apreço e considero inteligente, ou melhor, culta, com idéias divergentes, foi preciso incitar argumentação. Constantemente nos deparamos com contrapontos tão mal feitos, ou feitos por pessoas que nem realmente sabem os explicar. Isso torna fácil demais a contra argumentação. Mas não funciona no seu caso. E o melhor de tudo... Recebida com atenção.
    Att.
    Eunice

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  13. p.s, coloquei "inteligente, ou melhor, culta", pq acho que todos são inteligentes, podem ser ignorantes alguns em alguns pontos, mas acho que todos somos inteligentes.

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  14. JOSÉ CARNEIRO escreveu de BELÉM
    Carissimo amigo:

    Respondendo às suas perguntas da sexta feira lamurienta, como você mesmo acaba de chamá-la.

    1 - Quem me lê?

    Eu, que procuro em todas as fontes aquela na qual a água sorvida faz bem ao meu organismo, vale dizer, à minha alma, ao meu espírito inquisidor e diletante.

    1 - Porque o leio?

    Comecei a lê-lo após conhecê-lo pessoalmente e ver frutificar a amizade. Dai veio a curiosidade pelo blog, cuja qualidade me fez assiduo. Preciso dizer mais alguma coisa?
    Pretendo continuar na assiduidade da madrugada.
    Grande abraço,

    José Carneiro

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  15. Querido professor!

    Penso que todos nós temos crises e nos perguntamos por que faço determinada coisa? para quem?Será que alguém se importa?
    O importante é que você é feliz com o que faz. O senhor escreve maravilhosamente bem e tem uma sabedoria que precisa ser transmitida de alguma, de várias formas. E uma dessas formas é o blog.
    Não leio todo dia, mas no final de semana tento acompanhar.
    Continue querido mestre. Seus conhecimentos nos são importantíssimos.
    Abraços,
    Eliane Maria Cocco
    Professora de Matemática na E.E. de Educação Básica Sepé Tiaraju Supervisora do PIBID na Escola Mestranda em Educação na URI Frederico Westphalen, RS

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