domingo, 22 de janeiro de 2012

22.- DESPEDINDO MENDOZA



Ano 6 ***           Mendoza/Buenos Aires         *** Edição 1999
No começo desta manhã estaremos deixando Mendoza, para vencidos cerca de 1.000 km, por via aérea, estarmos em Buenos Aires, antes do meio-dia. Nosso sábado mendocino foi muito gostoso, mesmo que os jornais digam ‘estarmos en un enero que quema’. Não sei se para abrandamento do calor, mas aqui vi algo inédito: no café matinal o hotel disponibiliza espumante. Isto certamente faz parte do culto a Baco que referi ontem.
Desde a manhã e até meia tarde curtimos a parte central da cidade com nossa amiga venezuelana Loreto. Encantou-nos a arborização da cidade. Recordando o que comentava ontem, ter sido esta região desértica, ver todas as ruas com imponentes árvores como salso chorão, plátanos e outras é salutar a impressão de sempre estarmos em tuneis verdes.
 Outro detalhe que também já referi, mas que neste sábado vi mais atenção são os canais que correm em ambos os lados de cada pista de rolamento dos automóveis. Como é uma cidade que praticamente não chove toda a vegetação que cresce junto a estes canais, parece ser consentida. Lembrei-me de uma citação que diz: “O que é inço para alguns, pode ser flor em meu jardim”, Há impressão, que as árvores que são muito cuidadas, se inclinam, qual animal, para beber água nos canais.

Por cerca de duas horas visitamos o Museu histórico da municipalidade de Mendoza. Este museu nasceu como resposta à necessidade de expor e conservar os restos arqueológicos encontrados entre 1989 e 1991 nas escavações realizadas no antigo “Cabildo” (Casa de Governo) de Mendoza e de sucessivas construções no mesmo sítio. Também desempenha uma função como centro de desenvolvimento das atividades culturais do centro histórico da cidade. Tivemos no museu uma excelente aula que se iniciou com detalhes da história pré-colombiana, especialmente da chegada e dominação dos Incas, depois a chegada dos espanhóis que 1561 iniciaram a construção e detalhes do terremoto de 1861, seguido de três dias de incêndio e depois inundações, quando a população de cerca de 15 mil habitantes ficou reduzida a cerca de dois terços.
Em redor deste Museu, localizam-se outras construções históricas que também foram escavadas e exibidas: a Antiga Fonte da Praça — nos subterrâneos da qual fizemos uma muito significativa visita — e os restos do Ex-Convento e Iglesia Jesuítica (Igreja Jesuíta) conhecidos atualmente como “Ruinas de San Francisco”.
Nossa caminhada teve uma interrupção para uma cerveja Andes e a companhia com Loreto se encerrou com um almoço pelas 16h. Então celebramos um estar juntos nestes três dias resultante de ‘uma acidental’ proximidade de assentos na viagem transandina. Realmente é inexplicável entender o ‘mistério dos encontros’.
No final da tarde fiz ainda uma caminhada até o extenso Parque San Martin, cuja área é bem maior que a parte central da cidade. Meu objetivo era visitar o magnífico conjunto de portões, pois seguindo um costume europeu de jardins e parques, foram adquiridas um conjunto de uma firma da Escócia.
O conjunto é composto por três portões de ferro, duas folhas cada, conectados por portas. A abertura de acesso principal tem 6,30 m de largura por 6,70 m de altura e 3,90 m do lado de largura por 4,71 m de altura. Os portões são montados sobre uma base de pedra (granito) de 0,85 m de altura. O conjunto tem um comprimento de 31,50 m e seu ponto mais alto 9,40 m altura.
Assim esta domingueira se faz deste breve relato que é quase uma despedida da agradável Mendoza. Um bom domingo a cada uma e cada um.

3 comentários:

  1. Uma boa chegada à terra de Jorge Luis Borges!

    Muita Paz!

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  2. Caro Chassot,
    Minha experiência de Mendoza resume-se a viagem que fiz logo depois da malfadada aventura da ditadura militar da Argentina, aquilo que se convencionou chamar "Guerra das Malvinas". Os citadinos estavam entre perplexos, assustados, tristes e jubilosos, não era um bom clima, de modo que meu olhar sobre a cidade ficou prejudicado. Você nos traz uma olhada muito mais otimista e turística que me faz sonhar em voltar aí de novo. Parabéns pela blogada, JAIR.

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  3. Prezado Mestre Chassot!
    Depois de alguns dias novamente em Concordia, para um casamento de sobrinha, me conecto novamente para ver tua jornada argentina. Tenho curiosidade em conehcer Mendoza, e vejo que pelos teus relatos há muitos lugares interessantes para se descortinar. Interessante tambem o que relatas sobre detalhes da história pré-colombiana no museu. Incitou mais ainda minha curiosidade. Abraço e Bom Retorno. JB

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