quarta-feira, 18 de maio de 2011

18. Diálogo de aprendentes

Ano 5

Porto Alegre

Edição 1749

Escrevo – passa um pouco da meia noite – quando estou recém chegando de muito movimentadas aulas de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa para o grupo de alunos de licenciatura em Educação Física e em Filosofia no Centro Universitário Metodista do IPA. Tinha uma blogada pré-pronta com uma portada interrogante: ¿Cadelas menstruam? ¿E... gatas? A resposta ficará postergada, pois quando retornei recebi relatos que determinaram expedita troca de manchete.

Antes de trazer o que determinou a troca de manchete, uma referência a um dos pontos de agenda de hoje. Vou bisar as atividades da tarde da última quarta-feira: aulas do curso de História da Ciência para alunos do ensino médio e do fundamental do Colégio São Mateus da ULBRA em Cachoerinha. As 4 horas com os estudantes são antecedidas e sucedidas por saborosas viajadas com o Professor Guy Barcellos, curador do Museu da Natureza que promove o curso.

AC matéria que determinou a troca de assunto desta blogada foi a prazerosa atividade da tarde de ontem: mais uma edição (a terceira) dos “Diálogos de aprendentes”. Na edição de ontem alunos de três turmas de ‘Saberes Escolares’ [Químicos, Físicos e Matemáticos] dos cursos de licenciaturas da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais dialogaram comigo em Porto Alegre desde sua sala de aula.

Constituirá esta blogada dois textos: um, comentários da Profa. Dra. Christiane Cunha Flôr que liderou a iniciativa; outro, relatos dos estudantes do grupo da Química. Assim, postergo meu texto, e com os votos de uma boa quarta-feira e um convite para lermo-nos amanhã, com a provável resposta a pergunta que hoje foi defenestrada. Agora, os dois textos anunciados.

Caro professor Chassot


A experiência de hoje à tarde com o Diálogo de Aprendentes foi extremamente gratificante. Os estudantes ficaram muito motivados a estudar saberes populares, sendo que inclusive minha turma resolveu fazer coletivamente uma atividade que, a princípio, fariam individualmente, que é a busca por saberes populares que estejam próximos aos seus lugares de vivências. Resolveram ir a um asilo e ter essa conversa com os idosos, o que, creio eu, renderá bons frutos! E estão ansiosos para realizar a qualificação de seus trabalhos apresentando-os a você.

Hoje estávamos todos um pouco tímidos, acredito que, em parte, por causa da estranheza que o novo sempre causa. Estamos acostumados a ter e lecionar aulas, e fugir a esse modelo, mesmo que seja num formato diferente, é muito difícil. Mas estamos empenhados, eu e meus estudantes, em dar continuidade aos diálogos e aprender a fazê-lo em um outro formato, mais descontraído, mais curioso. Isto também se constitui em aprendizado para nós, e é muito gratificante a sensação de estarmos sempre em formação. Através desse caminho, posso dizer que não SOU, professora, mas TORNO-ME professora a cada turma, cada conteúdo e cada desafio. E é uma grande honra poder contar com sua colaboração por diversas vezes neste meu tornar-me.

Estavam presente hoje ao diálogo também os professores Guilherme Trópia e Cláudia, da área de ensino de biologia, O professor Paulo, da área de ensino de Física, os professores Ivonir, Guilherme Lopes, Érika e eu, da área de ensino de Química e a professora Margarete da área de ensino de Matemática, sendo que esta última comentou que trabalha um texto da Gelsa, de um livro que você organizou, com as turmas da pedagogia. Ficamos todos muito felizes com a oportunidade.

Estou enviando anexo um relato que a turma de estudantes de Saberes Químicos fez questão de escrever, creio que para expressar suas impressões e expectativas com o diálogo e a influência deste em sua percepção das atividades que irão desenvolver.

Agradeço novamente pela oportunidade e pelo grande prazer que sempre são nossas conversas e trocas de ideias. E aguardo nova oportunidade de realizarmos mais um diálogo. Um carinhoso abraço: Cris Flôr

Hoje, 17 de maio de 2011, fizemos um “Diálogo de Aprendentes” com o professor Áttico Chassot, sobre o tema “Saberes Populares” na Universidade Federal de Juiz de Fora. Neste diálogo, cerca de 30 estudantes dos cursos de Química e Física, e oito professores das áreas de Educação em Química, Física, Matemática e Biologia puderam, através do Skype, trocar experiências acerca do assunto.

Essa conversa permitiu que pudéssemos refletir a respeito dos saberes primevos e daqueles que os detêm. Percebemos então a importância do diálogo entre gerações, para que esses conhecimentos não sejam perdidos com o passar do tempo. Sob o lema “Quando um velho morre, é como uma biblioteca que se queima”, os estudantes da turma de Saberes Químicos Escolares resolveram fazer uma visita a um asilo para trocar experiências, com o objetivo de preservar esses conhecimentos primevos dos idosos. As conclusões deste trabalho serão apresentadas ao professor Áttico Chassot em uma outra conversa.

Ao professor Chassot, nossos agradecimentos pela atenção!

Turma de Saberes Químicos Escolares da professora Cristhiane Flôr.

6 comentários:

  1. Caro Chassot,

    meus cumprimentos pela experiência interativa com os aprendentes da Universidade Federal de Juiz de Fora. Deve ter sido duplamente emocionante poder compartilhar conhecimentos a uma distância tão grande em tempo real. Nesse sentido a internet se constitui numa poderosa ferramenta e possibilita contatos à distância oportunizando um compartilhar de conhecimentos/experiências em as barreiras das distâncias. Emocionante também para os aprendentes do outro lado da internet que assim poderam ter uma aula com um mestre experiente e da melhor qualidade.

    Um grande abraço!

    Garin

    http://norberto-garin.blogspot.com/

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  2. Muito querido amigo Garin,
    obrigado por tão atencioso comentário. Estas novas tecnologias mudam nossas maneiras de fazer Educação. Alguma também complicam. Esta manhã fiz um treinamento do ‘siga’ me senti limitado, mesmo que seja bloguista e dê aulas por Skipe.
    Um agradecimento pela parceria intelectual
    attico chassot

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  3. MARIA HELENA de Juiz de Fora escreveu

    Boa tarde!

    Ontem eu estava na discussão sobre saberes populares, eu não sou da turma, pois eu já fiz esta disciplina, mas a professora Cris convidou a todos, então fui prestigiar aquela agradável conversa.

    Gostei muito do que foi discutido, e algumas coisas tem uma ligação em uma área que estou a me interessar muito: A história da ciência. Não há dúvidas que o saber popular ajudou muito a ciência, mas infelizmente esta é esquecida e não valorizada.
    Espero que consiga fazer mais discussões como aquela e nos presentiar com a sua sabedoria.

    Um grande abraço professor,

    Maria Helena

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  4. Maria Helena querida,
    sabes que ao recordar que eras aluna do curso de Química da UFJF imaginara que talvez estivesse nos ‘Diálogos de Aprendentes’ obrigado por tua presença e por teu tão estimulante comentário.
    Com amizade

    attico chassot

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  5. Querido Chassot,
    O trabalho foi/é fantástico! Só fiquei com uma dúvida? Saberes Químicos Escolares é uma disciplina, no currículo deles?
    Abraços com saudades!

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  6. Querida Joélia,
    na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, nas licenciaturas há disciplinas de ‘Saberes Escolares’ [Químicos, Físicos e Matemáticos] para cada um dos cursos de licenciaturas.
    Um afago do
    attico chassot

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