domingo, 8 de maio de 2011

08.- No dia das mães uma parábola judaica

Porto Alegre * Ano 5 # 1739

Hoje é domingo dia das mães. A marca maior neste dia para mim, e provavelmente para um número significativo de meus leitores, é a saudade. A data faz aumentar a curtida saudade que tenho de minha mãe. É para ela a homenagem mais significativa neste dia. São para ela estas gloxínias que me evocam as tantas variedades gloxínias que ela cultivava com paixão e que inspirava a artesã que fazia flores que enfeitaram muitas pessoas em bailes e casamentos.

Parece que há quase senso comum, pelo menos no mundo ocidental, o proverbial ‘ser mãe judia’. Acerca disso há livros e se amealham dezenas de anedotas. Trago uma parábola que diz muito da sabedoria das mães que podem ser a das italianas, das portuguesas, das russas, das islâmicas, ao fim e ao cabo das... mães.

Em novembro de 2006 assisti à peça teatral ‘Alma imoral’ baseada em texto de livro homônimo do Rabino Nilton Bonder. Contei isso aqui então, mas não sei quantos de minha centena de leitores diários, era já presença aqui. Autorizado por uma possível mutação de leitores, trago, uma vez mais uma pequena parábola judaica, que ouvi na peça que referi. Antes de narrá-la aqui: dois detalhes.

O primeiro: contar que 2007/1 – meu primeiro semestre de Centro Universitário Metodista do IPA – lecionei a disciplina Políticas da Educação Brasileira, não muito a feição de um iconoclasta das leis. Coloquei então na prova final esta questão: Comenta a parábola e busca conexões com nossas aulas deste semestre. Os comentários foram preciosos. Encantou. Por exemplo, ser eu comparado com a mulher do rabino.

O segundo: algo do autor do livro referido. Nilton Bonder (Porto Alegre, 27/12/1957) é rabino e escritor. Recebeu sua ordenação rabínica no Jewish Theological Seminary em 1987 é autor de livros reconhecidos nacional e internacionalmente (publicados também na Holanda, Itália, Alemanha, Estados Unidos, China, Rússia, Coréia do Sul, Espanha e República Tcheca) sobre diversos temas vistos sob uma ótica judaica. Nilton Bonder é rabino e líder espiritual da Congregação Judaica do Brasil, é doutor em Literatura Hebraica.

E agora a parábola. Adito nela meus votos de um muito de um muito bom domingo e uma especial homenagem a todas as mães.

Uma mulher junto com seus filhos sofria de fome. Recebeu uma galinha de alguém que dela se apiedou. Vai consultar o rabino da comunidade para saber se a ave poderia ser sacrificada de acordo com o ritual religioso para ser transformada em alimento.

O rabino e sua esposa recolhem-se em oração com a galinha enquanto a famélica fica aguardando. O rabino olha para os livros e para a galinha. E uma vez mais consulta os livros e examina a galinha. Entrega a ave para sua esposa para que avise à faminta, que a galinha não pode ser usada como alimento. A esposa toma a penosa e a entrega a mulher dizendo que a ave é apropriada para servir de alimento. Enquanto essa sai correndo para matar sua fome e de seus filhos, o rabino que ouvira o veredicto diferente do que aquele que ele pronunciara, repreende a esposa. Ela, que também era mãe, argumenta: Tu olhaste para os livros e para a galinha e tiraste uma conclusão; eu olhei para a faminta e para a galinha e também tirei também uma conclusão.

5 comentários:

  1. Bom dia Professor!
    =]
    Adorei a parábola!
    É incrível como as mães têm uma visão diferente de mundo!
    E digo isso não apenas pela parábola em si, mas por mim mesma!
    É fascinante perceber, aos poucos, como nossa vida já não nos pertence mais, como tudo o que fazemos, não o fazemos mais por nós mesmas!
    É maravilhoso se sentir valorizada, ainda mais por presentes tão valiosos que Deus nos dá!
    =]
    Desejo toda a felicidade do mundo à sua Gelsea e às suas filhas, que bem sei também já são mães!
    Que a luz divina possa continuar a guiá-las e enriquecê-las cada dia mais de sabedoria e doçura!
    .
    Um abençoado domingo ao senhor e aos seus!
    .

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  2. Muito querida Thaiza,
    minha candente homenagem ao teu bonito “ser mãe’. Mesmo sabendo que a Ellen já seja uma sapequinha com quase meio ano, ainda evoco tu grávida (ícone maior da Maternidade) em julho em Brasília. Desejo o melhor para a ti como mãe e também às mães que curtes (especial a tua mãe e a tua avó).
    Obrigado pelos votos à Gelsa e às minhas filhas.
    Hoje curto muito a saudade de minha mãe, falecida há quase 10 anos.
    Um dia melífluo para ti
    attico chassot

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  3. Caro Chassot,
    Abaixo reproduzo texto que escrevi para minha mulher num dia das mães de um passado recente:

    PARA UMA MÃE REALIZADA
    No dia das mães nada mais natural que recordar dos filhos. Uma mãe só é mãe em função dos filhos que pôs no mundo. Como hoje teus filhos estão literalmente no MUNDO e, como assim tu planejaste, deves te considerar uma mãe que cumpriu o que se propôs. Dois filhos saudáveis, honestos, trabalhadores e úteis à sociedade é o que te torna uma mãe realizada. Não importa que exista meio planeta entre tu e um deles, e que do outro, dez horas de vôo te separem. Entre tu e eles há a comunhão de pensamentos e objetivos e muito amor que os une, independente da distância que exista. Parabéns pelos filhos que tens os quais são produto de teu labor e das horas que dedicou às suas vidas. As noites mal dormidas foram investimento que renderam juros na forma de satisfação e amor que eles a ti dedicam. Beijos, JAIR.

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  4. Meu estimado Jair,
    lindo o que podes dizer da mãe de teus filhos.
    A minha homenagem a ti e a ela.
    Com crescente admiração
    attico chassot

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  5. Estimado Chassot,
    Adorei a parábola. Eu no lugar daquela mãe faria o mesmo.Pois hoje com a presença de Henrique na minha vida sou uma outra mulher.
    Obrigada pelo carinho neste dia que me emociono muito, mesmo tendo o privilégio de estar com minha mãe, minha sogra e meu filho.
    Saudades!!!!

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