terça-feira, 1 de março de 2011

01. – Educação, Ano 14, nº 166

Porto Alegre * Ano 5 # 1671

Começa março... sempre um mês muito especial. Por muito tempo foi o mês de abertura do ano letivo. Agora este já vai adiantado em muitas Escolas. O nome "março" surgiu na Roma Antiga, quando era o primeiro mês do ano e chamava-se Martius, de Marte, o deus romano da guerra. Em Roma, onde o clima é mediterrânico, março é o primeiro mês da primavera, um momento ideal para se iniciar um novo ano, e se começasse, então, a temporada das campanhas militares. Por tal, dedicado ao deus da guerra.

Na Rússia o ano iniciava em 1º de março até o final do século 15. O Reino da Grã-Bretanha e suas colônias continuaram a utilizar o dia 25 de março para iniciar o ano até 1752, quando, finalmente, adotaram o calendário gregoriano. Muitas outras culturas e religiões ainda celebram até hoje o Ano-Novo em março.

Nas geografias onde é editado este blogue março determina o fim do verão. Espera-se o outono, que neste 2011, inicia dia 20. Por estas bandas o outono é a estação mais agradável de todas.

Antes de trazer a meus leitores o assunto que se faz central desta edição, um registro de ontem. Pela manhã no Centro Universitário Metodista do IPA iniciei mais uma turma de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa. Estavam 13 alunos todas da Licenciatura em Música. Alguns dos quais já músicos profissionais há um tempo que vêm buscar uma certificação acadêmica; outros fazem deste curso uma segunda graduação, Discutimos fundamentalmente a ementa da disciplina, que já comentei aqui na última quarta-feira.

Como ensaio da ‘hora da rodinha’ que estará presente nas aulas, trouxe notícia presente em jornal de domingo: Ex-morador de favela vai reger Orquestra Sinfônica Ele morou quatro anos numa favela do Butantã (zona oeste de SP), quando criança. Foi quando conseguiu comprar seu primeiro violino, aos 12 anos, em seis longas e difíceis parcelas, influenciado por um desenho animado.
Mas compensou. Na última semana, o violinista Reginaldo Henrique Nascimento, 36, foi nomeado maestro-assistente da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, com a missão de organizar os espetáculos e reger a orquestra na ausência do titular.

O interesse pela música surgiu enquanto via um desenho animado. O personagem Woodstock, do Snoopy, assoviava a canção "O Mio Babbino Caro", do italiano Giacomo Puccini. "Nunca me esqueço daquele momento. Tinha uns dez anos e decidi que seria músico. A música mudou minha vida."

Aos 15 anos ganhou uma bolsa para participar da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, mas continuava a participar de outros eventos, como casamentos, para complementar a renda da família. Dois anos depois, o violinista entrou na Universidade Livre de Música e no ano seguinte já conseguia viver só da música. Foi nessa mesma época que foi admitido na Sinfônica de Ribeirão Preto.

Segundo ele, nunca existiu a pretensão de ser regente. Hoje, ele é, ainda, aluno do último ano do curso de música da USP Ribeirão, e já prevê fazer um curso na Polônia, onde pretende ficar por um mês estudando.

Mas, agora quero apresentar, como se novidade fosse, uma revista mensal, que já está no ano 14, nº 166: Educação. Conheça-a no www.revistaeducacao.com.br Fiquei muito orgulhoso quando neste fim de semana recebi a revista e com uma chamada de capa (ilegível na figura que ilustra esta edição), acima da palavra EDUCAÇÃO, que diz ATTICO CHASSOT: POR UMA CIÊNCIA INDISCIPLINAR. Na revista há uma entrevista que concedi em 11 de janeiro pelo Skipe ao jornalista Rubem Barros, que trabalhou como repórter de educação na antiga Folha da Tarde (atual Agora S. Paulo), e é editor das revistas Educação e Escola Pública da Editora Segmento de São Paulo. A íntegra da entrevista pode ser acessada a partir do endereço acima, buscando o número destacado ou em revistaeducacao.uol.com.br/ Há assuntos para excelente leitura. Destaco especialmente a qualidade do texto ‘Oração subordinada’ acerca do ensino

religioso.

Com meus votos de uma excelente abertura de março adito a seguir um índice analítico da revista comentada para que meus leitores elejam excelentes textos.

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - O DESAFIO DA VALORIZAÇÃO

Elevar a carreira docente a um novo patamar é uma premissa do setor. A proposta do novo PNE aborda o tema em pelo menos quatro metas. Para atingi-las, será preciso mover algumas pedras

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PNE - POR DENTRO DO PNE

Confira as 20 metas enviadas ao Congresso Nacional no ano passado

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ENTRE MARGENS - NEM AO DIABO LEMBRA...

Convém prevenir investidas que firam o princípio da laicidade na escola

[ A arte de negociar ]

AULA ABERTA - SOBRE OS SONHOS DA HUMANIDADE

Que seria de nós sem o socorro do que não existe?

[ Aula Aberta ]

CAPA - ORAÇÃO SUBORDINADA

Objeto de disputas, o ensino religioso tem sido praticado mais como eco das crenças de quem ensina do que como olhar sobre um objeto variado e multifacetado. Decisão do Superior Tribunal Federal sobre o ensino confessional poderá criar novo marco legal

[ Capa ]

CAPA/ESTADO E RELIGIÃO - IMBRÓGLIO LEGAL

Ensino religioso é a única disciplina sobre a qual o Estado brasileiro abre mão de seu poder de determinação e fiscalização

[ Capa ]

CAPA/PESQUISA - CONFUSÃO DE SENTIDOS

Práticas associam universo ético a religião

[ Capa ]

CAPA/DIDÁTICOS - PRECONCEITO EM PAUTA

Estudo aponta predominância cristã e intolerância contra homossexualidade e deficiência física

[ Capa ]

COMPORTAMENTO - VIDA PARTIDA

Estudantes que vivenciam a separação dos pais tendem - se não forem bem assistidos - a piorar no desempenho escolar. Os educadores podem ter papel importante na detecção de problemas

[ Comportamento ]

CONTRAPONTO – LAICIDADE

Educadores e responsabilidade política

[ Contraponto ]

CURRÍCULO - CAMINHO DA FLEXIBILIDADE

O pesquisador espanhol Miguel Zabalza fala sobre as tendências contemporâneas para a escolha dos conteúdos escolares

[ Currículo ]

ENTREVISTA - ATTICO CHASSOT - CIÊNCIA COMO PRODUÇÃO CULTURAL

Ao refletir sobre a educação científica no Brasil, químico e educador gaúcho defende que o ensino leve em conta a história e a filosofia da ciência - e que seja "indisciplinar"

[ Entrevista ]

FORMAÇÃO - ALUNO OU PROFESSOR?

Proposta de campanha, o Programa Bolsa Alfabetização traz à tona uma questão importante: qual o principal papel do "aluno pesquisador", ensinar ou aprender?

[ Formação ]

LEITURAS EDUCADORAS - EM DEFESA DA IMAGINAÇÃO

Os contos do francês Pierre Gripari e as formas criativas de abordar o indecifrável da existência

[ Leitura ]

PONTO E VÍRGULA - COMO COMEÇAR UMA NARRATIVA

Há dois tipos principais de narradores: um cria a história conforme a escreve; o outro pensa tudo antes de contá-la

[ Ponto-e-vírgula ]

4 comentários:

  1. Querido Mestre Chassot! Iniciar março lendo sua entrevista sobre um ensino indisciplinar é motivador. Seus ensinamentos sempre o são para mim. E sigo entre ações e utopias aui em Minas Gerais! Um abraço: Cristhiane Flôr

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  2. Querida Cris Flor,
    obrigado por teu querido retorno; fazia temo, que nem tenho neste computador te endereço.
    Desejo que continues fazendo das utopias realidades ai na UFJF.
    Um afago com saudades
    attico chassot

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  3. Ave Chassot,

    obrigado pela excelente dica. A revista é ótima.

    Estamos a todo vapor no Museu da Natureza.

    Em breve farei contato para levar-te a contar a História da Ciência aos meus sedentos pupilos.

    Saudoso abraço,
    Guy

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  4. Meu caro Guy,
    estou sequioso para estar no Museu da Natureza. Vamos falar de História e Filosofia da Ciência para teus pupilos.
    A blogada de hoje – quarta-feira– fala de um museu de jornais que ressuscitam,
    Vibrando por te ter como leitor.
    attico chassot

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