quinta-feira, 19 de agosto de 2010

19.- Recordando um agosto trágico

Porto Alegre Ano 5 # 1477

Esta blogada é tecida com um registro muito pessoal, mas o faz marcadamente dentro da dimensão que já se fez tradição: trazer pitadinhas do cotidiano do editor deste blogue. Pois hoje é muito mais que uma pitadinha. Desde o começo da noite de ontem eu tenho uma presença muito querida na Morada dos Afagos.

Como a Clarissa e o Carlos tinham compromissos de virar a noite na sua Oficina do Notebook fui brindado com a Maria Clara aqui. Ela fez/faz minha noite/manhã diferente. Primeiro jogamos ‘Memória’. Perdi fragorosamente três rodadas. A sagacidade da menininha de 4 anos me impressionou. Na primeira perdi por 17X3. É verdade que melhorei um pouco e na terceira a derrota foi mais amena: 13X7.

Para a janta tivemos a presença querida da Gelsa. Nos encantamos ouvindo os relatos da vivaz menina. Os rituais de encerrar o dia para envolveram em transformar uma camiseta de evento de Educação Química na Bahia em camisola. A Ana Lúcia, como odontopediatra, se orgulharia dos cuidados de sua afilhada. Agora a Maria Clara ainda dorme.


A noite foi de festa pelo menos para a metade dos gaúchos. O Internacional com muitos méritos é bi-campeão da Libertadores da América. O foguetório que se estendeu pela madrugada traduziu a justa euforia.

Esse agosto que já passa da metade ainda não teve aqui a triste recordação daquela que foi talvez a maior tragédia provocada por humanos. Trago uma pequena evocação, sem pretensão de uma análise que o fato merece.

Em 2010 se comemora o 65º aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo, um feito de luta e de resistência aos povos que pôs um fim a um período de terror que marcou a história recente da humanidade. Esse aniversário também está associado, mas não por boas razões, ao primeiro bombardeio atômico de duas cidades. As japonesas Hiroshima e Nagasaki foram as primeiras vítimas da nova arma.

Na madrugada de 6 de Agosto de 1945 o bombardeiro B-29, pilotado pelo coronel Paul Tibbets, decolou da base aérea de Tinian no Pacífico Ocidental, a aproximadamente 6 horas de voo do Japão. A aeronave chamava-se Enola Gay, nome da mãe do piloto.
A meteorologia determinou a escolha do dia 6. No momento da decolagem, o tempo estava bom. O capitão da Marinha William Parsons armou a bomba durante o voo, desarmada durante a decolagem para minimizar os riscos. O ataque foi executado de acordo com o planejado e a bomba de gravidade, uma arma de fissão de tipo balístico com 60 kg de urânio-235, comportou-se como esperado.
Inicialmente, o alvo seria Quioto, ex-capital e centro religioso do Japão, mas o secretário da Guerra, Henry Stimson, trocou-o por Hiroshima, por ser uma cidade situada entre montanhas, detalhe que amplificaria os efeitos da explosão.
O avião aproximou-se da costa a mais de 8 mil metros de altitude. Cerca das 8h, o operador de radar em Hiroshima concluiu que o número de aviões que se aproximavam era muito pequeno não mais do que três, provavelmente - e o alerta de ataque aéreo foi levantado.
Os três aviões eram o Enola Gay, o The Great Artist (em português, "O Grande Artista") e um terceiro avião que no momento não tinha batismo mas que mais tarde seria chamado de Necessary Evil ("Mal Necessário"). O primeiro transportava a bomba, o segundo tinha como missão gravar e vigiar toda a missão, e o terceiro foi o avião encarregado de fotografar e filmar a explosão.
Às 8h15, o Enola Gay largou a bomba nuclear sobre o centro de Hiroshima. Ela explodiu a cerca de 600 metros do solo, com uma explosão de potência equivalente a 13 mil toneladas de TNT, matando instantêneamente um número estimado de 70.000 a 80.000 pessoas e destruindo mais d e 90% das construções da cidade.
Nagasaki foi atingida no dia 9 de agosto, às 11h02 da manhã. Inicialmente o plano era de jogar a bomba sobre Kokura, em Fukuoka. Mas o tempo nublado impediu que o piloto visualizasse a cidade, escolhendo a segunda opção. Os americanos não consideravam Nagasaki "um alvo ideal" porque a cidade é rodeada por montanhas, o que diminuiria a devastação de gente e de edifícios.
A bomba, chamada Fat Boy, era de plutônio 239, com potência equivalente a 22 mil toneladas de TNT, ou seja, 1,5 vez mais potente que a bomba jogada sobre Hiroshima.

Que a evocação de tão espetacular feito bélico sirva para cada vez mais aliarmo-no na busca da Paz. Uma muito boa quinta-feira.

5 comentários:

  1. Bom dia Professor!
    Nada melhor para evocar a tão sonhada Paz do que essas belas imagens de Maria Clara!
    Ouvindo [lendo] teu relato sobre as tuas perdas para ela no jogo da memória, visualizei meu filho e meu pai em situação semelhante, mas a 'briga' aqui era por encontrar uma página de jogos infantis na internet.
    Essas crianças estão, cada dia mais, passando à nossa frente!
    Abençoados sejam!!!
    =]
    Uma quinta de muita Paz, pois acredito que sim, seja possível!

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  2. P.S.: Muitíssimo grata pelas palavras em virtude do 5º aniversário do QUIMILOKOS!
    Como o senhor havia publicado pelo Guestbook do blog, eu republiquei através dos comentários, ok?!
    []'s

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  3. Muito querida Thaiza,
    obrigado por teus comentários.
    Imagino-me ~~ releve que eu lembro que este verbo é fazer imagens ~~ teu pai, na gostosa curtição do avonado, sendo desafiado por teu filho. Ontem o que mais me encantei com a Maria Clara é que ela me dava dicas de como eu acertar. Isto me remete a tuas palavras: não será isso um dos melhores ícones da Paz, que muitos de nos tanto desejamos.
    Agora a Maria Clara recém deixou a Morada dos Afagos. Não queria ir a escola. Queria ficar aqui. Saber que em dezembro também terás tua princesinha é maravilhoso.
    Uma quinta-feira com afagos de Paz e muitos sonhos a embalar,
    attico chassot

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  4. Muito querida Thaiza,
    uma bloguista que faz alfabetização científica já há cinco anos no QUIMILOKOS,
    perfeito a tua opção. Tudo se deveu às minhas limitações em colocar o comentário em lugar apropriado e também não ver as postagens no ‘guestbook’. Um dia a Maria Clara vai me ensinar isso. Ela (4 anos e 4 meses) digita no Google ‘jogos’ e o resto podes imaginar.
    Com votos de Paz,
    attico chassot

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  5. De: Matilde Kalil de Bohórquez [mailto:mkalil@q-analysis.com]
    Enviada em: quinta-feira, 19 de agosto de 2010 11:32
    Para: Attico Chassot

    Querido Profesor Chassot,
    Me he quedado con una intriga. ¿Por qué si Hiroshima estaba rodeada de montañas era un buen blanco? después indica que Nagasaki también es rodeada por montañas, pero no lo consideraban un buen blanco justamente por eso. (¿Habré leído mal?)
    Saluditos, MK
    *******************
    De: Attico Chassot [mailto:achassot@gmail.com]
    Enviada em: quinta-feira, 19 de agosto de 2010 11:46

    Muito estimada Matilde,
    tua observação é bem posta. Todavia não sei as razões, pois como alertas, não fazem sentido as diferenciações. Vou buscar resposta.
    attico chassot
    ****************************
    De: Matilde Kalil de Bohórquez [mailto:mkalil@q-analysis.com]
    Enviada em: quinta-feira, 19 de agosto de 2010 12:12
    Querido Profesor Chassot,
    Ya encontré una explicación!!! saluditos, MK
    Tormentas de fuego
    Las bombas nucleares devastaron Hiroshima y Nagasaki. Sin embargo, los efectos del bombardeo sobre cada ciudad no fueron iguales: la situación geográfica de cada lugar influyó sobre el grado de destrucción. En Hiroshima, emplazada sobre un valle, las olas de fuego y radiación se expandieron más rápidamente y a mayor distancia que en Nagasaki, cuya orografía montañosa contuvo la expansión de la destrucción.
    http://www.monografias.com/trabajos33/hiroshima-nagasaki/hiroshima-nagasaki.shtmla

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