domingo, 9 de agosto de 2015

09.- PINGOS E RESPINGOS SABÁTICOS.

ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3070

Quando na segunda-feira, ouvi o escritor português Valter Hugo Mãe falando no Fronteiras do Pensamento acerca de sua necessidade de escrever, identifiquei-me com ele. É provável que, por tal, tenha resolvido escrevinhar algo desta semana.
Na manhã de ontem, mandei na lista do WhatsApp um convite ratificando a comemoração, em minha casa, pelo dia dos pais. Enderecei-a a “Filhas e Filhos; netas e netos”. Logo, em mensagem particular, fui, carinhosamente, advertido: “Esqueceste noras e genros”. Achei uma desculpa. “Considero as/os como filhas/filhos!” Sem muitos melindres, recuperei-me.
A semana inaugural do 2015/2 letivo foi fabulosa. Mesmo que tivéssemos as maiores temperaturas mínimas em agosto em mais de 100 anos. Dizia aqui, na segunda-feira que dentre os muitos bônus de ser professor, um é o de, a cada semestre, termos novas turmas e, algumas vezes, novas disciplinas. Nesta semana fiz estreia em três turmas.
Na manhã segunda dei a primeira aula de Teorias do Desenvolvimento Humano para um grupo de doze alunas e alunos que iniciava o curso de Licenciatura em Música. É significativo acompanhar os rituais, e de maneira especial, as emoções de acesso à Universidade. Alguns são da primeira geração que chega ao ensino superior.
 No mesmo dia à tarde foi a primeira aula de Enfoque Histórico e Sócio Antropológico na Universidade do Adulto Maior, para um grupo de mais de mais de meia centena de participantes, muitos dos quais estão ‘repetindo’ até a terceira ou quarta vez. Mesmo em sua maioria setentinhas ou mais, estavam gárrulos como alunos chegando a primeira vez à escola.
Na noite de terça tive a primeira aula de Ética, Sociedade e Meio Ambiente para cinquenta alunas e alunos de 5º semestre dos cursos de Música (na sua maioria), de Pedagogia e Educação Física. A maior parte já havia sido meus alunos em semestres anteriores. Anunciei, e causou agrado, que vamos trabalhar a Laudato sí’.
A propósito da encíclica do papa Francisco, nesta semana, por duas vezes, foi tema de minhas falas, além das referências em sala de aula.
Na quinta, como antecipei na blogada de quarta, fui um dos quatro participantes de painel "Oikouméne: a nossa casa comum", que numa promoção do NEEHV–Núcleo de Estudos de Educação, Espiritualidade e Histórias de Vida buscou trazer reflexões acerca da Laudato si’. Foi uma atividade muito enriquecedora pelos diferentes enfoques trazidos pelos outros três painelistas (um biólogo, um teólogo e um educador).
Na noite de sexta, a convite das coordenações dos dois mestrados (Reabilitação e Inclusão; Biociências e Reabilitação) fiz uma fala mais extensa acerca da encíclica Já tendo escrito aqui duas edição acerca da Laudato si’: Sobre o Cuidado da Casa Comum (09 de julho e 05 de agosto) faço apenas uma citação que não trouxe antes.
A teóloga estadunidense Christiana Peppard, professora da Fordham University de Nova Iorque afirma: “A Laudato Si’ é um documento fascinante no tocante à religião e à ciência. Ela recorre aos ensinamentos consagrados da Igreja segundo os quais a ciência e a fé não estão em contradição e diz duas coisas. Em primeiro lugar, a fé não deveria contradizer o que a ciência identifica como verdadeiro. Isso implica que as interpretações da Escritura podem mudar — uma ideia que o próprio Francisco exige em relação ao “antropocentrismo moderno”! — e isso é muito importante. Mas, em segundo lugar, Francisco destaca, com razão, que a ciência, em e por si mesma, não tem uma bússola moral suficiente. É preciso haver fontes de sabedoria e princípios naturais reunidos a partir de culturas e tradições religiosas para ajudar a dar suporte às compreensões humanas da finalidade da ciência, de como ela deveria ser praticada e do que significa para o comportamento humano” (IHU on Line, 03/08/2015 469, p.117).
Ao fim e ao cabo, votos que neste domingo dedicado aos pais, tenhamos muitas alegrias no homenagear e no ser homenageados. Vale curtir (numa acepção pré-facebook) muito esse dia comemorativo.

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