quarta-feira, 5 de agosto de 2015

05.- Laudato Si’


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3068

Ocorre amanhã, quinta, dia 6, no Centro Universitário Metodista IPA painel que busca trazer reflexões acerca da LAUDATO SI’: Sobre o Cuidado da Casa Comum. A atividade, promoção do NEEHV–Núcleo de Estudos de Educação, Espiritualidade e Histórias de Vida terá este desenho:
Tema: "Oikouméne: a nossa casa comum":(Sala A-116, às 17h)
1. Um terremoto em uma casa dita comum - Prof. Attico Chassot
2. Cuidando a criação - Prof. Carlos Augusto Normann
3. A Terra na concepção neotestamentária - Prof. Edgar Zanini Timm (a confirmar)
4. A Terra e a terra: concepções veterotestamentárias - Prof. Norberto da Cunha Garin
No segmento que me cabe, comentarei de maneira panorâmica a Laudato Si’, apresentando alguns destaques trazidos na edição deste blogue do dia 09 de julho, que não repito aqui.
Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?” (LS§160). Esta continuada pergunta, que há muito viemo-nos fazendo, é o âmago da Laudato si’, acerca do cuidado da casa comum.
Na nominação de meu segmento, apropriei-me de metáfora de John L. Allen Jr., um vaticanólogo estadunidense, residente em Roma: Mudar no catolicismo pode ser uma coisa curiosa. Esta encíclica muito esperada do Papa Francisco sobre o meio ambiente, Laudato Si’, parece a mais recente ilustração disso.
Aos não familiarizados com o assunto, grandes transições na Igreja Católica muitas vezes parecem irromper do nada, na sequência de um longo período em que a Igreja parece ter estado paralisada no tempo. Tal foi o caso, por exemplo, com o Concílio Vaticano II, em meados da década de 1960, que lançou o catolicismo em um curso de modernização e reforma.
A encíclica Laudato Si’ parece destinada a entrar para a história como um importante ponto de inflexão, o momento em que o ambientalismo ficou em pé de igualdade com respeito à dignidade da vida humana e à justiça econômica, ao lado do ensinamento social católico. Sem dúvida, esta publicação também transforma imediatamente a Igreja Católica no principal representante moral na pressão dirigida se combater o aquecimento global e as consequências advindas das alterações climáticas.
Há dias passados, em uma aula na Universidade do Adulto Maior, comentava a Laudato Si’ e não faltou quem dissesse: “Esta é uma encíclica para os esquerdistas!” Respondi: absolutamente correta a afirmação. Por exemplo, o Instituto Ludwig von Mises do Brasil www.mises.org.br uma associação voltada à defesa da economia de mercado, da propriedade privada, e em opor-se às intervenções estatais nos mercados e na sociedade, tem um texto dizendo: encíclica “Laudato Si´”: bem intencionada, mas economicamente insensata. Por que? Resposta óbvia.
Também os fundamentalistas religiosos se sentiram muito desgostosos. A página www.criacionismo.com.br diz, entre muitas outras críticas, que um “erro típico do romanismo, presente na encíclica Laudato Si: o erro de confundir deliberadamente o sábado com o domingo”.
Há quem afirme: “Francisco escolheu com cuidado o momento da publicação e de seu ativismo ambiental. Em setembro, a Assembleia Geral da ONU se reunirá para aprovar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ele pessoalmente discursará em Nova York. Depois, em novembro, haverá a Conferência do Clima em Paris, onde se espera que governos assinem um acordo global contra as mudanças climáticas. Segundo a WWF-Brasil, o papa poderá desempenhar um papel importante nessas reuniões internacionais, aumentando a pressão para que governos enfim assumam compromissos nas negociações climáticas.”
Talvez, estejamos vivendo um momento de alavancar o ECOmenismo: um movimento de união de esforços que extrapola os limites das religiões e tem o potencial de coligar religiosos, místicos, cientistas, ativistas, ateus e outros grupos.

Um comentário:

  1. Bom dia Mestre. Uma ótima escolha de tema para repensarmos o ambiente como um todo. Importante as reflexões do Para Francisco e parte da igreja que comunga os ideia papais. Penso que deve ser uma luta diária, nos pequenos exemplos, também nas discussões em espaços maiores como este, que continuaremos na resistência para deixarmos um mundo melhor para quem vier. Uma ótima quarta.

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