sexta-feira, 18 de agosto de 2023

18/09/2023 ANUNCIANDO UMA TRÍADE DIGITAL

 18/09/2023 ANUNCIANDO UMA TRÍADE DIGITAL

    ANO

 17

LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO

2737

18/08/2023  Mesmo com anúncios de um ciclone da vez já há sabores de Primavera. Mas, antes de anunciar a tríade primaveril renovo meu pedido de desculpas pelo problema técnico da última edição. Para compensar as perdas de então, teremos uma tríade editorial acerca de ALFABETIZAÇÃ0 CIENTÍFICA. No próximo 01/09/2023 teremos uma questão crucial a responder: para uma pessoa pouco letrada, o que é mais útil ser alfabetizado em idioma materno ou ser um migrante digital?  

Esta edição do blogue poderia ter um nome poético: assemblage. Aprendi essa palavra em rótulos de vinhos. No Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, um enólogo explicou que consiste de vinho formado pela reunião controlada de dois ou mais varietais em proporções estudadas. Assim, por exemplo, {cabernet sauvignon + merlot} poderiam formar uma assemblage (o substantivo é feminino, numa evocação à assembleia), ou {tanat + pinot noir}, outra. Observaram como esses varietais (palavra não dicionarizada, usada para indicar tipos de cepas) têm nomes sonoros. Aqui a palavra cepa (que pode ser usado para designar cebola, a partir de seu nome genérico) esta sendo usada em duas acepções no ramo das videiras: 1) caule ou tronco da videira, de onde nascem os sarmentos; ou 2) estirpe, linhagem ou tronco de família; cepo. 

O Houaiss me diz que assemblage significa composição artística realizada com retalhos de papel ou tecido, objetos descartados, pedaços de madeira, pedras etc e diz que a etimologia é da palavra francesa homônima assemblage (datada de 1493) 'conjunto constituído de elementos ajustados uns aos outros'. Já que estou brincando com palavras transcorreram duas que são dissonantes. Sarmento: mesmo que em Porto Alegre tenha na família Sarmento Leite das mais importantes, sarmento ser ‘vara que a videira dá cada ano’ nunca me soa bem, talvez por que evoque mais um ‘cão sarnento’. Outra é cepo, que para mim sempre foi ‘pedaço de tronco cortado transversalmente’ e não um ramo de videira.

Assim reúno aqui algumas evocações que me parecem importantes e que espero comportem uma sumarenta edição do blogue. Faço nela uma assemblage

Sem muita dificuldade podemos dividir os humanos quanto a alfabetização digital em três grupos:

 *nativos digitais, **migrantes digitais e ***alienígenas digitais.

1) Os nativos digitais são aqueles nascidos no século 21; se comunicam com sucesso por emojis e prescindem inclusive do idioma de berço (= aquele falado por seus pais). Muitos deles jamais escreveram em suporte papel e sua comunicação se faz exclusivamente em smartphone ou assemelhados. Lápis ou caneta e caderno ou blocos de notas não existem em seu mundo.

2) Os migrantes digitais são a imensa maioria dos nascidos no século 20 que em suas vidas foram (por muitos anos) analfabetos digitais, mas — não raro, com árduo aprendizado — deixaram de ser alienígenas e ingressaram na tribo dos nativos digitais.  Já há 20 anos, escrevi um texto no qual celebrava o meu cinquentenário de uso da escrita. Nesse artigo descrevi como fui alfabetizado em uma lousa de ardósia [uma lâmina de ardósia enquadrada em madeira (muito semelhante em alguns aspectos físicos a um tablet de hoje)]. Nela se escrevia ou desenhava com ponteiros ou estiletes da mesma pedra (ardósia).

3) Os alienígenas digitais formam um grupo muito numerosos e muitas vezes, são invisibilizados. A maior parte daqueles que não ‘usam’ dos recursos do mundo digital são marginalizados no hodierno. Os alienígenas digitais são originários de dois subgrupos distintos: C1) não querem aprender a novilíngua; C2) não têm condições econômicas de aprender a novilíngua (não tem internet e/ou um smartphone). Os alienígenas digitais são incapazes de usar os mais comuns meios de transportes urbanos, pois não conseguem operar um aplicativo (um dos novos ícones do mundo digital).


NATIVOS DIGITAIS 

MIGRANTES DIGITAIS

  ALIENÍGENAS DIGITAIS

Nascidos no Século 21; se comunicam por escrito prescindindo inclusive de alfabetização língua materna. Diálogos — usando apenas emojis — podem oportunizar uma frutuosa comunicação entre nativos digitais.

 

a imensa maioria dos nascidos no século 20) que em suas vidas foram (por muitos anos) analfabetos digitais, mas — não raro, com árduo aprendizado — deixaram de ser alienígenas e ingressaram na tribo dos nativos digitais

é um grupo muito numeroso e, muitas vezes, invisibilizado. A maior parte daqueles que não ‘usam’ dos recursos do mundo digital, são, cada vez mais marginalizados no hodierno.

dois subgrupos

3.1 Se negam aprender: 

NEGACIONISTAS

3.2) não têm condições DESAFORTUNADOS

  

6 comentários:

  1. Muito bom Professor, me enxergo em meio aos migrantes digitais! Saudações.

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  2. Excelente professor Chassot!! Realmente ,entre nós existem estes três grupos!!

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  3. Exatamente assim professor. Arrisco até a dizer que muitos nativos digitais se quer saberão como funciona um telefone com fio. Nós migrantes digitais nascemos em uma época que telefone sem fio não existia. Hoje em dia até o Google está sofrendo com o surgimento do ChatGpt. Oremos. Abraços meu e do Ravi.

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  4. Quando tu nasceste teus pais e teus avós fizeram programações acerca de teu futuro certamente tiveram êxitos. Agora quando fizemos previsões para o Matheus (nascido na terceira década do século 21) não arriscamos futurições. Obrigado por participações aqui!

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  5. Joeli querida! Obrigado por sonharmos em Jequié, na Bahia em uma futurição incógnita!

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  6. Uiara querida. As incógnitas aí no Acre, são desconhecidas para o Ravi (nascido na terceira década do século 21) como para o Matheus, filho professor Rodrigo Maysonave.

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