sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

ADEUS….2022 PARA TE ESQUECER!

 ANO 17*** 30/12/2022***EDIÇÃO 2064

Na edição de abertura de dezembro, informava que apenas duas edições deste blogue circulariam no último mês do ano: uma dia 23/12 -- dedicada ao Natal -- e outra, dia 30 (de São Silvestre) ou de despedida do ímprobo 2022.  A edíção natalina circulou e minha colega Manuella Amado do IFES, no dia de Natal, me obsequiou com este comentário: Sempre um deleite ler sua blogada! Feliz Natal, Mestre! Quanto a edição de São Silvestre esta se tece aqui e agora. Agrada-me compartilhar com meus leitores estas tecituras. Faço um auto-plágio recordando que “voltamos a saborear o sumarento binômio: escrever<>ler com singular alegria”. Assim, neste preludiar está feito o intróito da edição de 30/12/2022

Alertava, então,  por usar um adjetivo que não é de nosso cotidiano, que ímprobo [Árduo, difícil, duro, pesado] é proparoxítono. Ignoro quantos de meus leitores adjetivam o ano que estamos amargamente dando adeus como um ano tão amaldiçoado. Dirão alguns que exagero. Aceito a imprecação.

Trago uma informação pessoal acerca do ano que se esvai: o número de dias (41) em três hospitais em 2022 é maior que o total como hospitalizado nos meus anteriores 82 anos. Vale lembrar a causa e as consequências do ocorrido na primeira tarde de inverno no Hemisfério Sul, quando buscava chegar a uma tomada para ligar um smarthphone. As consequências do ocorrido são lembradas a quase cada momento (especialmente quando preciso levantar-me estando sentado em assentos muito fofos).  

A literatura da área da psicologia tem um termo dicionarizado que passa a ser incluído em minha história: "DELÍRIO é um estado de alteração mental que faz com que um indivíduo apresente uma visão distorcida da realidade, sendo que isso pode ser demonstrado de diferentes formas, por meio de uma confusão mental, de uma redução da consciência e até mesmo de alucinações" (Fonte: Rede D'Or Hospital São Luiz, São Paulo). Então, eu -- cientificamente -- delirei! Ou viajei! 

Não cabe aqui e agora detalhar as concepções cartesianas de medicina produzidas para que se viva mais e melhor. Trouxe o tema como contra exemplo da medicina que ‘nos cuida’ hoje. No meu recente périplo por três hospitais ratifiquei o quanto somos cada vez mais tratados por especialistas que diagnosticam o ouvido direito, mas não são capazes de fazer um prognóstico do ouvido esquerdo. Parece -- e a observação é muito pessoal -- que sabemos muito pouco acerca dos diferenciados metabolismos de nosso corpo. Trago um exemplo: uma tarde, no terceiro hospital (portanto, já mais de 37 dias de meu medicalizado inverno 2022), entra um médico e afirma: vamos tirar líquido da pleura. Pergunto (por não saber o que dizer): quando? Resposta: agora. A aparelhagem do médico é ínfima. Um anestésico faz a punção de uma agulha ser indolor. Por sucção um recipiente vai coletando um líquido quase transparente. 1,5 litro informa o médico do lado esquerdo; em outro dia retiraremos do lado direito. Convoco minha leitora ou meu leitor a imaginar uma garrafa de água mineral de 1,5 litro alojada no lado esquerdo. Eu não sabia onde se localizava a pleura. Mais! Eu nem sabia o que era pleura; muito menos que eu tinha pleura. Aliás, devo reconhecer que meus conhecimentos anatômicos são sofríveis. Sou um contra exemplo das concepções cartesianas acerca do autoconhecimento de meu corpo.

Votos de um bom 2023 com mais oportunidades de aprendizados de nosso corpo. Oxalá leiamo-nos aqui na próxima sexta-feira.

Para não dizer que não falei do Santo: Amanhã é dia de São Silvestre. Há que convir que a homenagem ao santo, colocando sua celebração litúrgica no último dia do ano, paradoxalmente, apagou a memória do homenageado. Este desapareceu à medida que seu nome cresceu.

Pelo menos na cultura brasileira falar em São Silvestre é falar na corrida (ou nas corridas, há também: São Silvestrinho) que ocorre no último dia de cada ano. Há também anúncios de ‘bailes de São Silvestre’ ou de ‘réveillon de são Silvestre’. Lembro também de um hotel com este nome, que já me hospedei em Passo Fundo. São Silvestre é topônimo de bairros e distritos no Brasil e freguesia em Portugal.

Mas, ¿e o santo? Aposto um doce, como se dizia em priscas eras, que a maioria dos meus leitores não conhece uma figura muito importante na história do mundo cristão dos primeiros séculos. Confesso que, até desenhar esta edição, não sabia muito mais que Silvestre fora um papa. Há outro (Silvestre II) que foi papa de 999 a 1003, num dos ápices do milenarismo no mundo ocidental. Mas como papas já são vários... qual o destaque do ‘santo do dia’?

São Silvestre I foi o 33º Papa, por 21 anos, entre 31 de janeiro de 314 até 31 de dezembro de 335 [por isso sua celebração é amanhã], durante o reinado do imperador romano Constantino I, que determinou o fim da perseguição aos cristãos, iniciando-se a Paz na Igreja. Constantino entra na História como primeiro imperador romano a professar o cristianismo, na sequência da sua vitória sobre Magêncio na Batalha da Ponte Mílvio, em 28 de outubro de 312, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão.

Encerro este último blogue com a mensagem acerca das festas que enviei a colegas e amigos:

Gente muito querida! Vivemos festas! Crentes ou increus / homoafetivos ou heteroafetivos / gremistas ou colorados / bolsonaristas ou esquerdistas e outros tantos binômios! 

Vivemos festas!

É Natal! Estamos despedindo um 2022 amargo pois insano e sonhamos com um 2023 prenhe de Esperanças!...

Poderíamos -- nesse sumarento período festivo --  esquecer as diferenças e curtirmos sermos mais iguais.

 


3 comentários:

  1. Parabéns, Mestre Chassot! Sempre com um texto "sumarento"!!! Bom Ano Novo, caro amigo!!!

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  2. Paizinho, obrigada por tanto! És e será sempre meu MESTRE Clarissa Campani Chassot

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  3. Meu grande mestre e agora meu amigo...que orgulho....

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