sexta-feira, 30 de setembro de 2022

AGORA, JÁ NA RETA FINAL DE EXPECTATIVAS

                                        ANO 17*** 30/09/2022***EDIÇÃO 2054 

É uma sexta-feira de um mês… / de uma semana… /de um dia… marcado por ansiedades. Setembro 2022 é ansioso. Agora já podemos dizer: é depois de amanhã! Tenho muito a narrar. Não há como não lembrar o último domingo de outubro de 2018. Então, em oposição aos que leva
vam armas na votação do segundo turno, levamos livros. Vivemos então à espera do término das eleições no Acre para conhecermos o resultado (tétrico) das eleições no resto do país. Depois de amanhã viveremos duas possibilidades: choraremos o esboroamento de nossos sonhos ou estaremos de alma lavada. Sumarizo uma pauta. Quase diria que não sei por onde começar. Coloco balizas. São quatro ilhas. O mesmo mar que as separa também as unem em um arquipélago: Alfa) agradecimentos; Beta) pendurando as chuteiras; Gama) a solitude em São Jerônimo; Delta) delírio e/ou mentiras/realidades.

 
     ALFA Primeiro um generoso agradecimento por centenas de acessos à edição de retorno ao blogue que fora silente por todo inverno. A primavera o fez redivivo. Agradeço aos retornados que há muito são parceiros. Encantou-me quem sentiu que o retorno se fazia num texto perfumado. Mas também canto loas aos catecúmenos recém arribados. 
     BETA Há atividades que esperamos chegar, mesmo quando não sejam queridas. Há que anunciar a chegada de tempos de pendurar as chuteiras. Neste ocaso de setembro esse momento se cristaliza. Nesta manhã de 30 de setembro, Uiara Mendes Ferraz de Pinho, aluna do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática, da Rede Amazônica em Educação em Ciências e Matemática / REAMEC defenderá sua Tese Doutoral: “Narrativas, experiências e singularidades de docentes que formam doutores para a área de educação em ciências e matemática”. Esta é a última Tese que levo a defesa. A Tese da Uiara -- que se faz doutora quase junto com a chegada de seu Ravi, que nasce neste outubro -- é a nona Tese doutoral que orientei (4 na Unisinos + 5 na Reamec). É preciso justificar o número reduzido de doutores que orientei: eu fiz doutorado quando já aposentado na UFRGS (1991/1994). Orientei, além dos 9 doutores, 33 mestres, 2 co-doutores e um pós-doutor. Há ainda 5 mestrandos na UNIFESSP em quase conclusão. Sonho que esse pendurar as chuteiras se espraie em palestras e colaborações em ações que atendam convites de colaborações institucionais. 
  
 
 GAMA A solitude é um Paraíso provisório. Hoje, 30 de setembro -- dia da Bíblia para algumas denominações cristãs, por ser dia de São Jerônimo (347-420) doutor da Igreja Romana. Em A ciência através dos tempos o apresento como proto-Gutenberg, por ter produzido a vulgata, no século quarto. São Jerônimo por sua produção (destaque para tradução da Bíblia do hebraico do grego para o latim, então língua do povo. É também protetor dos Tradutores, das Secretárias, dos Jornaleiros, dos Bibliotecários, dos Arqueólogos, dos Biblistas). No último domingo, 25 de setembro (quando pela primeira vez, desde 21 de junho, dormi sem acompanhante; exigência filial já há muito violada) aprendi com São Jerônimo que a solitude é como um Paraíso provisório. Ratifiquei (e adito este mote ao meu brasão imaginário) quando agradecia o livro Infinito em um junco: a invenção dos livros no mundo antigo [Irene Vallejo, 500 p. ISBN 978-65-5560-468-9] (Aqui e agora, prometo uma resenha) que meu amigo Nelson Marques, desde Natal, RN me enviara. Ofereço excerto da mensagem como prova da solitude jeronica. “Meu querido amigo! Estou aqui para celebrar contigo a completação de um terço do sumarento livro que me presenteaste. Como do livro tu já conheces trago narrativas do cenário no qual leio teu sumarento regalo. A manhã é ensolarada e os ditos ventos de finados estão ausente. Estou sob a parreira que me permite fruir o sol. Ouço música gregoriana pois esta o texto (quase) exige. Vez ou outra, sabiás fazem solo. Os bem-te-vis são por demais esganiçados: poderiam ir cantar em outro mosteiro. Fiz intervalos. Plantei rúculas. Colhi amoras. Sonhei reencontros”. Há que me assumir como um adepto da solitude, que pratico há anos e que agora aprendo, com São Jerônimo, como sendo um paraíso provisório.
     DELTA Delírio e/ou mentiras: Anunciara na edição pretérita que não traria muito mais de minhas desventuras hibernais. A final a pergunta: por que na tarde de terça-feira o senhor caiu? parece ainda sem resposta. No relato da edição passada não considerei algo muito significativo no relato que faço agora e marca a credibilidade que ele possa ter ou não. Podemos considerar um livro de ficção (= um romance) como um conjunto de mentiras. Não parece uma situação simpática esta consideração, mas pode ser verdadeira. A literatura da área da psicologia tem um termo dicionarizado que passa a ser incluído em minha história: "DELÍRIO é um estado de alteração mental que faz com que um indivíduo apresente uma visão distorcida da realidade, sendo que isso pode ser demonstrado de diferentes formas, por meio de uma confusão mental, de uma redução da consciência e até mesmo de alucinações" (Fonte: Rede D'Or Hospital São Luiz, São Paulo). Então, eu -- cientificamente -- delirei! Ou viajei! 
     Sonhando que no pôr-do-sol do primeiro domingo de outubro vivamos uma primavera, como anunciou o Professor Donizetti, para ver os botões das flores acabarem de se abrir.

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