sexta-feira, 17 de junho de 2022

Da utilidade do inútil


ANO 16*** 17/06/2022***EDIÇÃO 2051

 O blogar desta sexta-feira já é a antepenúltima edição deste lento primeiro semestre 2022. Hoje, além de chuvas intensas com muitos relâmpagos à madrugada, temos algo que de maneira usual é  sempre exótico: um ponto facultativo: dia em que a jornada de trabalho é opcional, ou seja, é a própria empresa que decide se haverá expediente ou não. O termo facultativo é descrito: “que pode ser feito, ou não; definido por haver escolha e não obrigação; optativo.” 

Os pontos facultativos são divulgados pelo governo todo fim de ano, nas últimas semanas de dezembro, por meio de uma portaria. Neste ano, na última terça-feira, dia 13/06, o governo definiu que a sexta-feira, dia 17 seria de ponto facultativo (que se seguiu a festa religiosa católica romana celebrando que o pão e o vinho são corpo e sangue de Cristo). Para diferentes religiões cristãs o pão e o vinho representam o corpo e o sangue de Jesus (e não como crêem os católicos que dizem ser e não representar) Ser =/= representar.

Ao lado de entrar em dogmas religiosos podemos, por discussões ligeiras, dizer que o adjetivo facultativo é completamente dispensável junto ao substantivo ponto.  

Outra leitura que pode ser feita nestes tempos de pantagruélica propaganda eleitoral: o governo não dará aumento aos funcionários; então, dá como benesse um dia sem trabalho, quando as tarefas a serem realizadas pareçam que o trabalho dos funcionários não seja importante.

Parece que o adjetivo facultativo é inútil. Tenho outras inutilidades que a cada momento afloram: os micro-rótulos.


Vou trazer apenas   três situações de vários alimentos cotidianos.

  1. Quem sabe, ao ler as informações trazidas em uma lata de cerveja, onde é fabricada a cerveja. Quantas informações se tornam ilegíveis não apenas pelas micro-letras, mas pelo fundo da lata, loco das escritas.  

  2.  As barras de chocolate trazem muitos escritos, que nem se ousa saber o assunto incognito. E não estou me referindo aos escritos nos lindas letras árabes. Veja na imagem quanto espaço se faz inútil.

  3. Produtos como vinhos têm os mesmo microescritos se procedentes da Argentina, do Chile, do Uruguai (apenas citar os nossos vizinhos mais próximos), muito presentes em nossas mesas.   

Se o adjetivo facultativo parece dispensável, vinho, cerveja ou chocolates talvez fossem mais saborosos se conhecêssemos as informações que nos são sonegadas. Pelo direito de conhecermos o que nos é tirado.


Um comentário:

  1. Saudações, meu bom amigo Áttico! Às suas palavras, "Pelo direito de conhecermos o que nos é tirado", meu apoio pela consciência que nos identifica e diferencia, pela compreensão que nosso cérebro nos lega na longa história humana, sua trajetória, e por saber com o que nos envolvemos, convivemos e vivemos. Passando por aqui para abraçá-lo, ainda que EaD (educadamente, mesmo com distância geográfica).

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