quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
CHORANDO POR PETRÓPOLIS
ANO 16***18/02/2022*** EDIÇÃO 2033
Já narrei aqui várias vezes: tão logo posto a edição semanal do blogue,
de vez em vez, me assalta buscas acerca do que escrever na sexta-feira
seguinte. Lembro sempre de uma pergunta recorrente de minha mãe: o que
vou cozinhar amanhã (para dar de comer ao casal mais sete-filhos).
O assunto desta semana é bi-catalisado pelo meu colega e querido amigo
Messeder -- ou para ser mais reverente -- Prof. Dr. Jorge Messeder,
coordenador do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências (PROPEC)
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro IFRJ do Campus de Nilópolis.
Eu estive apenas uma vez em Petrópolis, a cidade imperial que nos
faz chorar mais de centena de mortos. Vivi, então, o privilégio
de ter como cicerone o Messeder. Foram dois dias magníficos,
nos quais a visitação do Museu Imperial foi a pérola da coroa.
Outra dimensão do Messeder neste blogar: Estar escrevendo um texto,
por sua solicitação, acerca dos diferentes momentos na História do
Brasil da educação química. Depois de discorrer sobre a educação
no Brasil colônia, no vice-reino do Brasil [Elevação do Brasil
a Vice-Reino e término do Governo-Geral, com a mudança da capital
de Salvador para o Rio de Janeiro (1763). A 27 de janeiro de 1763
foi à cidade do Rio de Janeiro é elevada a categoria de capital
do Brasil], da vinda da família imperial, o destaque é o império
com seus dois imperadores. Nesta parte do texto discorro acerca
da Educação nos 67 anos de Império do Brasil:
07/SET/1822 -- 15/NOV/1889. Neste tempo temos: 1o Império (1822--1831) /
as Regências (Período regencial é o decênio de 1831 a 1840 na
História do Brasil, compreendido entre a abdicação de D. Pedro I
e a "Declaração da Maioridade", quando seu filho D. Pedro II teve a
maioridade proclamada.) / 2o Império (1840--1889).
Antes de falar acerca da Educação nos 67 anos de Império, vale
apresentar algo destes dois protagonistas.
Dom Pedro 1o no Brasil (Dom Pedro 4o, em Portugal)
(Queluz, 12/OUT/1798 – Queluz, 24/SET/1834), foi o primeiro
Imperador do Brasil como Pedro 1o de 1822 até sua abdicação
em 1831. Era o quarto filho do rei João VI de Portugal e
sua esposa a rainha Carlota Joaquina da Espanha. Pedro viveu
seus primeiros anos de vida em Portugal até que as tropas
francesas invadiram o país em 1807, forçando a transferência
da família real para o Brasil. Com a volta de João VI para
Portugal, ficando Pedro no Brasil, como seu regente.
Ele precisou se envolver com ameaças de tropas portuguesas
revolucionárias e insubordinadas, com todas no final
sendo subjugadas. Desde a chegada da família real
portuguesa em 1808, o Brasil tinha gozado de grande autonomia
política, porém a ameaça do governo português de revogar essas
liberdades criou grande descontentamento na colônia. Pedro ficou
do lado dos brasileiros e declarou a Independência do Brasil
em 7 de setembro de 1822. Foi aclamado como seu imperador
no dia 12 de outubro de 1822.
Dom Pedro 2o (Rio de Janeiro 02/DEZ/1825 – Paris, 05/DEZ/1891)
foi o segundo e último monarca do Império do Brasil. Foi imperador
durante 58 anos. Nascido no Palácio imperial de São Cristóvão,
no Rio de Janeiro, foi o filho mais novo do imperador Pedro e da
imperatriz consorte Maria Leopoldina de Áustria. A abrupta abdicação
do pai e sua partida para Portugal, tornaram Pedro o imperador com
apenas cinco anos. Obrigado a passar a maior parte do seu tempo
forte senso de dever e devoção ao seu país e seu povo. Por outro lado,
ressentiu-se cada vez mais de seu papel como monarca. Teve a maioridade
decretada para assumir o governo, fazendo do Império do Brasil potência
emergente na arena internacional. A nação distinguiu-se de seus vizinhos
hispano-americanos devido à sua estabilidade política e especialmente
por sua forma de governo: uma funcional monarquia parlamentar
constitucional. O Brasil também foi vitorioso em três conflitos
internacionais (a Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e a
Guerra do Paraguai) sob seu império, assim como prevaleceu em outras
disputas internacionais e tensões domésticas. Um erudito, o imperador
estabeleceu uma reputação como um vigoroso patrocinador do conhecimento,
da cultura e das ciências. Ele ganhou o respeito e admiração de
estudiosos como Graham Bell, Charles Darwin, Victor Hugo e
Friedrich Nietzsche, e foi amigo de Richard Wagner, Louis Pasteur
e Henry Wadsworth Longfellow, dentre outros.
Dom Pedro II não permitiu nenhuma medida contra sua
remoção e não apoiou qualquer tentativa de restauração
da monarquia. O imperador deposto passou os seus últimos
dois anos de vida no exílio na Europa, vivendo só. Algumas
décadas após sua morte, sua reputação foi restaurada e seus
restos mortais foram trazidos de volta ao Brasil em meio a
amplas celebrações.
Encerro este blogar que também chora com Petrópolis.
Petrópolis significa a cidade de Pedro e a cidade é a de Pedro 2II.
O sufixo polis, presente em dezenas de topônimos no Brasil, significa
a polis grega ou a cidade. Assim temos por exemplo
Teresópolis = cidade de Teresa; Florianópolis = cidade de Floriano
(sabemos, com razões, a muito essa homenagem desagrada, e por tal
a cidade carinhosamente de Floripa); Nilópolis = Cidade de Nilo Peçanha;
O sufixo polis não é associado apenas em cidades: Higienópolis são nomes
de dois bairros nobres de São Paulo e de Porto Alegre e os ditos bairros
se dizem cidades da Higiene.Uma situação mais exótica é Ilópolis
nome um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, produtor de erva-mate.
O nome deriva de Ilex paraguariensis (nome científico da erva-mate).
Querido mestre, muito triste o que ocorreu com Petrópolis! Vamos unir forças em prol da reconstrução dessa cidade histórica.
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