ANO 16 ***28/12/2022 *** EDIÇÃO 2030
Algo inserto, de maneira imprevista no recesso, foi elaborar o relatório do terceiro ano (2021) da bolsa CAPES de Professor Visitante Nacional Sênior na Amazônia (PVNS-Amazônia). A tarefa era árdua. Busquei os relatórios do primeiro (2019) e segundo ano (2020). Então uma constatação: no primeiro ano não existe nenhuma menção à palavra live. No segundo, esta mesma palavra aparece como uma mega-estrela. Este novismo já marca o relatório de 2020, especialmente ao narrar o significado de uma data 13MAIO2020. Então, saboreava minha primeira live. Eu atendia convite da III Semana de Química da Universidade Federal do Cariri, câmpus Brejo Santo: transformar a palestra que fora agendada como presencial em uma fala virtual. Acolho o convite sem qualquer preocupação. Com muita antecipação envio a apresentação. Sou despreocupado. Cumpriria uma rotina... apenas quebrando um jejum de dois meses de vacuidade de aulas ou palestras. À véspera parece que cai a ficha (metáfora que nos remete a algo agora démodé: quando num orelhão ouvíamos cair a ficha se estabelecia a ligação). Agora, estou mais mexido.
Chega a quarta-feira. À madrugada insone. Tenho a sensação que estarei em Brejo Santo de maneira presencial. Nego à pandemia a autoridade de nos transmutar em seres virtuais. O dia se esparrama imenso.Tentava fazer de uma porção de minha biblioteca lócus que me permitisse estando aqui... estar lá. Tudo parecia exótico. O horário aprazado — 18 horas — não chegava nunca. Depois de dezenas de minutos, que pareceram horas, chego ao Cariri. Sinto-me um alienígena.
Então uma sensação inusual: chegam comigo à UFCA mulheres e homens de todo Brasil. Foi uma sensação fantástica ‘ver’ conhecidos e desconhecidos, que identificavam sua pertença a Universidades e a Institutos Federais de todo Brasil. Mais de meio milhar. Então não era mais um alienígena. Era, agora, um indígena na minha tribo. E logo me dizia ter vivido minha primeira live.
Lanço redes na internet e ratifico sensações: a livecização deu certo. Mas agora o 'gostinho' se tornou uma nova realidade e as lives fizeram, então, diferente o meu fazer Educação, já de quase 60 anos.
Na tabela que segue, se pode observar que em maio, depois da live inaugural, houve mais três. Já em junho, julho e agosto houve 12, 14 e 15. Terminava o pandêmico 2020 com 88 lives realizadas. Os números da terceira linha são os subtotais de cada um dos meses. Em 2020 a média mensal é 11.
Na tabela seguinte estão os números das 75 lives (e os subtotais) em 2021:
A média mensal em 2021 ficou em 6,2. Isto é quase metade da média mensal de 2020. Parece não ser difícil explicar a redução de 11 para 6,2: primeiro os três meses (Jan/Fev/Jul) usuais de férias. Em 2020 as lives eram novidades e havia muitas ofertas (de muitos nomes famosos). Também posso referir que 2020 os meus títulos solicitados ficam disponibilizados em dois canais no YouTube. Estas lives podem ser acessadas, a qualquer dia e hora, para visualizações individuais ou para uma aula. Sei que parece ser diferente estar sendo assistido ao vivo ou em uma gravação. Isto vale para quem assiste e para quem fala. Eu recordo pelo menos uma ou duas vezes, em um mega-congresso, gravei minha fala só com uma pessoa da área técnica; a palestra depois assistida por mais de 1200 pessoas. Para mim teve diferença, pois parece ser diferente.
Contar em 31/12/2021, com 163 lives realizadas em 20 meses (cerca de 8 lives por mês ou duas por semana) é uma contribuição significativa na formação de homens e mulheres mais críticos, envolvidos na construção de um Planeta Terra mais justo. Para plasmar este propósito trago, como prefácio e posfácio de todas as lives que participo, excertos da encíclica Encíclica Laudato Si' que se fazem como antídoto a políticas ambientalistas, que são agressivas aos cuidados necessários do Planeta Terra, nossa casa comum.
Qual a situação em 2022? Nesta segunda-feira, encerro janeiro com Zero lives. Vivo uma abstinência que me faz saudoso. Credito a meu recesso (de 18DEZ a 16JAN) e, mais especialmente, a tradição de janeiros feriais.
Na terça-feira, 01FEV se reinauguram as ‘minhas’ lives: ‘estarei’ em Guaratinguetá, na EE Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes, discutindo Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Para um reinício de recuperar saudades, terei mais duas lives, na primeira semana de fevereiro: na quinta-feira, dia 3, falo desde a Universidade Federal de Viçosa, no Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Formação de Profissionais da Educação (GEPPFOR) para dialogar com a Prof. Dra. Rita Márcia Andrade Vaz de Mello sobre Para que(m) é útil o ensino? título do livro que narra minha tese doutoral. Na quinta-feira, dia 3, na Universidade Federal de São Paulo, em Diadema dialogarei com o Prof. Dr. Thiago Antunes de Souza, acerca da defesa de uma Alfabetização científica: direito universal.
Numa agenda ainda em construção (e com disponibilidade), neste fevereiro ainda estarei no IFMG no Campus de São João Evangelista, na abertura do III Colóquio de Ensino e Tecnologias Educacionais propondo uma Alfabetização científica pré-requisitada por alfabetização digital um direito Universal.
Que tenhamos muitas lives com muitos interrogantes. Estou em oitiva, expectante.
Que privilégio contarmos com a sua presença no GEPPFOR/UFV !
ResponderExcluir