sexta-feira, 6 de novembro de 2020

06/11/2020 ### Papa Francisco: Um homem de palavra Papa Francisco: Um homem de palavra


 

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Uma evocação à data 06/11/1939 inaugura os blogares de novembro deste pandêmico 2020. A data, para mim, é aquela mais solicitada. É a minha DN.

Vivemos interrogações. Como o bolsonarismo vai sobreviver à derrota do trumpismo? Algo já foi anunciado: para as eleições presidenciais de 2023 no Brasil haverá cédulas de papel. O presidente Messias deve ter achado emocionante esta longa espera de escrutinares. Ou reconheceu que a metodologia da pátria mãe é mais vulnerável à fraude. Isto lhe favorece,

Mas a celebração por Vivemos interrogações ao redor merece um facilitar ao blogar. Aposso-me de excerto que escrevi esta semana para outro texto e me presenteio com um facilitar de um trabalho das sextas-feiras.

É muito provável que vários de meus leitores tenham uma conferência de cerca de uma hora. Uma homília proferida com sapiência por Dom Carlo Maria Viganò, ex-embaixador do Vaticano nos Estados Unidos. A surpreendente conferência é acerca da crise na Igreja e no mundo. O Papa Francisco é responsabilizado por tal crise e é apresentado como um antipapa ou anti-Cristo. A conferência está na íntegra no endereço desta nota*!.

Ouvir este arcebispo da Igreja católica romana causa asco e desconforto. Não é trivial tentar abrandar nossa santa ira após ouvir este medievo arauto cismático. Por tal, mesmo não sendo fiel da Igreja do Papa, ofereço um contraponto.

Parece significativo como crentes ou não crentes nos emocionamos com Papa Francisco: Um homem de palavra. Agradeço ao sociólogo Prof. Daniel Cardoso que me indicou esta pérola.

 


Como o outro lado da moeda parece significativo saborear o filme Papa Francisco: Um homem de palavra (Pope Francis: A Man of His Word), 98 minutos, Estados Unidos, 2018. Diretor: Wim Wenders. Disponível em Netflix. 

O documentarista Wim Wenders, para a produção deste filme, acompanhou o Papa em suas muitas visitas espirituais pelo mundo e suas respostas às questões globais atuais sobre morte, justiça social, imigração, ecologia, desigualdade econômica, materialismo e o papel da família.

No filme (ver nota *2) sobre o Papa Francisco há pouca informação biográfica. O longa-metragem mostra sua eleição como Papa no dia 13 de março de 2013, o primeiro Papa das Américas, o primeiro do hemisfério sul, o primeiro jesuíta e o primeiro Papa com o nome de Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis.

O filme começa com Francisco tomando o nome de São Francisco de Assis. O documentário se inicia na cidade de Úmbria, sendo narrada reflexão que parece ter sido balizada pela Encíclica Laudato Si'. Então Wim Wenders combina um vai e vem com dramatização contemporânea de cenas da vida de São Francisco, embora num estilo de um velho filme mudo em preto e branco. Palavras criam a contradição inerente do filme.

A ênfase está nas palavras de Francisco sobre cinco anos de seu papado, exortando as pessoas de boa vontade para serem boas e justas, para fazer o bem. Vemos o Papa lavando os pés de prisioneiros e de sem-teto, visitando áreas carentes em suas viagens, tocando os doentes, saudando e conversando com prisioneiros de forma emocionante. Suas palavras nos incentivam a fazer o que ele não pode, isto é, criar uma cultura de cuidados para os nossos vizinhos neste mundo, tanto os de perto e quanto os de longe.

Os temas que Wenders são os que o Papa Francisco fala com frequência e que podem ser encontrados tanto na vida de São Francisco de Assis quanto no ensino social católico: dignidade humana, o bem comum, a solidariedade, a subsidiariedade, justiça, família, comunidade, participação, trabalho e dignidade do trabalho, direito à vida, segurança, comida, cuidados com a terra, com a água e com o ar. Seus encontros inter-religiosos com líderes da fé também estão incluídos.

Às vezes, Francisco parece cansado ou sobrecarregado quando fala diretamente para a câmera; as melhores cenas são dele falando para as pessoas sem perceber a intrusão da câmera. A estima de Francisco para a ciência é fortemente mostrada no filme. O Papa adverte os governos a prestarem atenção ao que a ciência está nos dizendo sobre a Terra, pois Deus nos deu a capacidade de investigar, pensar e agir. O filme não deixa dúvidas sobre preocupação de Francisco com a Terra.

A visita de Francisco às ilhas de Lampedusa, na Itália e de Lesbos, na Grécia, chama a atenção para a crise global de refugiados. Ele também falou dos direitos dos povos indígenas, de acolher estranhos e da necessidade de parar o auto-destrutivo comércio internacional de armamentos. A cena de sua resposta à pergunta do jornalista no avião papal sobre o "lobby gay" está incluída: "se uma pessoa é gay e está buscando o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgar? Devemos ser irmãos uns dos outros. O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Ele diz que ninguém deve ser marginalizado por isso. Eles devem ser integrados na sociedade.

Ele também aborda o papel das mulheres. "As mulheres tinham uma maneira distintamente diferente de olhar as coisas em comparação com os homens. Tive reuniões sobre esse problema com membros do sexo masculino e, em seguida, com membros do sexo feminino. A entrada das mulheres é extraordinariamente rica! É necessário. O mundo não pode ir em frente se não existir complementaridade ou reciprocidade entre homens e mulheres. Temos de inte

grar as mulheres! Porque um mundo sem liderança, aconselhamento e visão das mulheres não pode avançar.

Pessoas curiosas sobre Francisco e os que chegam à igreja vão aprender que o nosso Papa é humano, um homem que caminha entre nós e que dá o seu melhor para seguir o Senhor Jesus. Quais são os dois ingredientes para uma vida feliz? Para Francisco é um sorriso e um senso de humor, mas ele realmente tem que parar com as piadas de sogra. Talvez isto, infelizmente, mostre que o mundo do Papa ainda é um mundo de homens. Há trabalho a ser feito. O fato de Wenders incluir esta observação talvez diga muito sobre ele mesmo como cineasta.

Espero que a parceria de cada uma e cada de meus leitores se espraiem em cada dia de mais um circuito solar que comecei às 4 horas da madrugada. Agradeço as comoventes mensagens recebidas em diferentes plataformas. Algumas destas mensagem há que transcreva-las para a minha fortuna crítica. Estas manifestações inundaram o meu ser professor nesta data significativa. O Jairo, mesmo em tempos pandêmicos honrou a tradição e me trouxe um livro. Sou muito grato aos quitutes saborosos e estou muito comovido com as lindíssimas rosas vermelhas que se fizeram a surpresa da data.

*1 https://www.youtube.com/watch?v=Z1sU2iv73EI

*2 Parte das informações trazidas acerca do filme tem como fonte http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/579151-papa-francisco-um-homem-de-palavra-retrata-esperanca-e-fe-vivida

2 comentários:

  1. Saudações de sábado, meu amigo Áttico! Também sinto uma crescente gastura em ouvir a tal homilia do cismático. Nem por isso vamos excluí-lo, mas as práticas daquele discurso, sem qualquer dúvida, dizimariam os diferentes. Lendo sua postagem, pensei no filme "Memórias do Cárcere", baseado no livro de Graciliano Ramos. Frente ao autor retratado e apresentando-se como ateu, volta-se um fanático ameaçando-lhe de morte: morte aos ateus de todos os credos! Pois bem! Se há tanta maldade em Francisco, então, ele deveria, também, defender o fim daqueles que lhes são diferentes. Mas, como bem está em tua postagem, Francisco responde com amor, perdão e inclusão. O pior é que, tanto o fanático quanto o religioso catedrático defendem a fé pela morte, pelas armas e pela exclusão. Defendem um deus que destrói, evidentemente, conforme as conveniências de quem manda e determina as relações e a convivência. Bem, comemoro contigo a grande pessoa de Francisco e as boas reações que o mundo começa a apresentar. Em breve, também nós, no Brasil, reagiremos. Independente do nome e da definição que a fé tenha, a crença na vida e na dignidade deve sobrepor-se, sem excluir ou matar, porque não defendemos a "cruz", falsa cruz, com armas. Abraços de saúde!

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  2. Caro Mestre, Francisco é o SER que a Igreja estava precisando, humano e com valores CRISTÃOS. Sabemos que a ala reacionária e ultra conservadora teme que as pessoas, assim como a igreja se humaniza. Eles gritam, choram, esbravejam...a pergunta é: Por quê??? Mau caratismos ou interesses políticos? Ideologia?...Sou Francisco, voltar à barbárie não...Abraços!!!

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