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Agenda de Lives em página |
EDIÇÃO 3694 |
Uma evocação à data 06/11/1939 inaugura os blogares
de novembro deste pandêmico 2020. A data, para mim, é aquela mais solicitada. É
a minha DN.
Vivemos interrogações. Como o bolsonarismo vai
sobreviver à derrota do
trumpismo? Algo já
foi anunciado: para as eleições presidenciais de 2023 no Brasil haverá cédulas
de papel. O presidente Messias deve ter achado emocionante esta longa espera de
escrutinares. Ou reconheceu que a metodologia da pátria mãe é mais vulnerável à
fraude. Isto lhe favorece,
Mas a celebração por Vivemos interrogações ao
redor merece um facilitar ao blogar. Aposso-me de excerto que escrevi esta
semana para outro texto e me presenteio com um facilitar de um trabalho das sextas-feiras.
É muito provável que vários de meus leitores
tenham uma conferência de cerca de uma
hora. Uma homília proferida com sapiência por Dom Carlo Maria Viganò, ex-embaixador
do Vaticano nos Estados Unidos. A surpreendente conferência é acerca da crise
na Igreja e no mundo. O Papa Francisco é responsabilizado por tal crise e é
apresentado como um antipapa ou anti-Cristo. A conferência está na íntegra no
endereço desta nota*!.
Ouvir este arcebispo da Igreja católica romana causa asco e
desconforto. Não é trivial tentar abrandar nossa santa ira após ouvir este
medievo arauto cismático. Por tal, mesmo não sendo fiel da Igreja do Papa,
ofereço um contraponto.
Parece significativo como crentes ou não crentes nos emocionamos
com Papa
Francisco: Um homem de palavra. Agradeço ao sociólogo Prof. Daniel Cardoso
que me indicou esta pérola.
Como o outro lado da moeda parece significativo saborear o filme
Papa
Francisco: Um homem de palavra (Pope Francis: A Man of His Word), 98
minutos, Estados Unidos, 2018. Diretor: Wim Wenders. Disponível em Netflix.
O documentarista Wim Wenders, para a produção deste filme,
acompanhou o Papa em suas muitas visitas espirituais pelo mundo e suas
respostas às questões globais atuais sobre morte, justiça social, imigração,
ecologia, desigualdade econômica, materialismo e o papel da família.
No filme (ver nota *2) sobre o Papa Francisco há
pouca informação biográfica. O longa-metragem mostra sua eleição como Papa no
dia 13 de março de 2013, o primeiro Papa das Américas, o primeiro do hemisfério
sul, o primeiro jesuíta e o primeiro Papa com o nome de Francisco, em homenagem
a São Francisco de Assis.
O filme começa com Francisco tomando o nome de São Francisco de
Assis. O documentário se inicia na cidade de Úmbria, sendo narrada reflexão que
parece ter sido balizada pela Encíclica Laudato Si'. Então
Wim Wenders combina um vai e vem com dramatização contemporânea de cenas da
vida de São Francisco, embora num estilo de um velho filme mudo em preto e
branco. Palavras criam a contradição inerente do filme.
A ênfase está nas palavras de Francisco sobre cinco anos de seu
papado, exortando as pessoas de boa vontade para serem boas e justas, para
fazer o bem. Vemos o Papa lavando os pés de prisioneiros e de sem-teto,
visitando áreas carentes em suas viagens, tocando os doentes, saudando e
conversando com prisioneiros de forma emocionante. Suas palavras nos incentivam
a fazer o que ele não pode, isto é, criar uma cultura de cuidados para os
nossos vizinhos neste mundo, tanto os de perto e quanto os de longe.
Os temas que Wenders são os que o Papa Francisco fala com
frequência e que podem ser encontrados tanto na vida de São Francisco de Assis
quanto no ensino social católico: dignidade humana, o bem comum, a
solidariedade, a subsidiariedade, justiça, família, comunidade, participação,
trabalho e dignidade do trabalho, direito à vida, segurança, comida, cuidados
com a terra, com a água e com o ar. Seus encontros inter-religiosos com líderes
da fé também estão incluídos.
Às vezes, Francisco parece cansado ou sobrecarregado quando fala
diretamente para a câmera; as melhores cenas são dele falando para as pessoas
sem perceber a intrusão da câmera. A estima de Francisco para a ciência é
fortemente mostrada no filme. O Papa adverte os governos a prestarem atenção ao
que a ciência está nos dizendo sobre a Terra, pois Deus nos deu a capacidade de
investigar, pensar e agir. O filme não deixa dúvidas sobre preocupação de
Francisco com a Terra.
A visita de Francisco às ilhas de Lampedusa, na Itália e de
Lesbos, na Grécia, chama a atenção para a crise global de refugiados. Ele
também falou dos direitos dos povos indígenas, de acolher estranhos e da
necessidade de parar o auto-destrutivo comércio internacional de armamentos. A
cena de sua resposta à pergunta do jornalista no avião papal sobre o
"lobby gay" está incluída: "se uma pessoa é gay e está buscando
o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgar? Devemos ser irmãos uns dos
outros. O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Ele diz que
ninguém deve ser marginalizado por isso. Eles devem ser integrados na
sociedade.
Ele também aborda o papel das mulheres. "As mulheres tinham
uma maneira distintamente diferente de olhar as coisas em comparação com os
homens. Tive reuniões sobre esse problema com membros do sexo masculino e, em
seguida, com membros do sexo feminino. A entrada das mulheres é
extraordinariamente rica! É necessário. O mundo não pode ir em frente se não
existir complementaridade ou reciprocidade entre homens e mulheres. Temos de
inte
grar as mulheres! Porque um mundo sem liderança, aconselhamento
e visão das mulheres não pode avançar.
Pessoas curiosas sobre Francisco e os que chegam à igreja vão
aprender que o nosso Papa é humano, um homem que caminha entre nós e que dá o
seu melhor para seguir o Senhor Jesus. Quais são os dois ingredientes para uma
vida feliz? Para Francisco é um sorriso e um senso de humor, mas ele realmente
tem que parar com as piadas de sogra. Talvez isto, infelizmente, mostre que o
mundo do Papa ainda é um mundo de homens. Há trabalho a ser feito. O fato de
Wenders incluir esta observação talvez diga muito sobre ele mesmo como
cineasta.
Espero que a parceria de cada uma e cada de meus leitores se espraiem em cada dia de mais um circuito solar que comecei às 4 horas da madrugada. Agradeço as comoventes mensagens recebidas em diferentes plataformas. Algumas destas mensagem há que transcreva-las para a minha fortuna crítica. Estas manifestações inundaram o meu ser professor nesta data significativa. O Jairo, mesmo em tempos pandêmicos honrou a tradição e me trouxe um livro. Sou muito grato aos quitutes saborosos e estou muito comovido com as lindíssimas rosas vermelhas que se fizeram a surpresa da data.
*1 https://www.youtube.com/watch?v=Z1sU2iv73EI
*2 Parte das informações trazidas acerca do filme tem como fonte
http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/579151-papa-francisco-um-homem-de-palavra-retrata-esperanca-e-fe-vivida
Saudações de sábado, meu amigo Áttico! Também sinto uma crescente gastura em ouvir a tal homilia do cismático. Nem por isso vamos excluí-lo, mas as práticas daquele discurso, sem qualquer dúvida, dizimariam os diferentes. Lendo sua postagem, pensei no filme "Memórias do Cárcere", baseado no livro de Graciliano Ramos. Frente ao autor retratado e apresentando-se como ateu, volta-se um fanático ameaçando-lhe de morte: morte aos ateus de todos os credos! Pois bem! Se há tanta maldade em Francisco, então, ele deveria, também, defender o fim daqueles que lhes são diferentes. Mas, como bem está em tua postagem, Francisco responde com amor, perdão e inclusão. O pior é que, tanto o fanático quanto o religioso catedrático defendem a fé pela morte, pelas armas e pela exclusão. Defendem um deus que destrói, evidentemente, conforme as conveniências de quem manda e determina as relações e a convivência. Bem, comemoro contigo a grande pessoa de Francisco e as boas reações que o mundo começa a apresentar. Em breve, também nós, no Brasil, reagiremos. Independente do nome e da definição que a fé tenha, a crença na vida e na dignidade deve sobrepor-se, sem excluir ou matar, porque não defendemos a "cruz", falsa cruz, com armas. Abraços de saúde!
ResponderExcluirCaro Mestre, Francisco é o SER que a Igreja estava precisando, humano e com valores CRISTÃOS. Sabemos que a ala reacionária e ultra conservadora teme que as pessoas, assim como a igreja se humaniza. Eles gritam, choram, esbravejam...a pergunta é: Por quê??? Mau caratismos ou interesses políticos? Ideologia?...Sou Francisco, voltar à barbárie não...Abraços!!!
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