ANO 14 |
AGENDA 2 0 2 0
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EDIÇÃO
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Minha agenda está derruída. A minha e a de meio mundo. Dia 17 de março, talvez passe para história como dia mundial de tentar refazer agendas. Março está vazio e (oh paradoxo!) nele nada mais é passível de agendamento. Talvez reste o dia de São Jose no dia 19. Nada mais... Nem a simpática capicua 30:03 subsiste.
Março terminou! Há iludidos que veem a quarentena decretada terminar em 1º abril. Só se seria no abril de 2021? Em 2020, numa situação otimista, torçamos para maio..., talvez, junho.
Março terminou! Há iludidos que veem a quarentena decretada terminar em 1º abril. Só se seria no abril de 2021? Em 2020, numa situação otimista, torçamos para maio..., talvez, junho.
Cheguei
a pensar em nominar esta blogada de Memórias
do cárcere. Seria desqualificar, entre tantos, Graciliano Ramos (1892-1953)
que com propriedade viveu e escreveu este título.
Para
mim ficar enclausurado não é problema... estou acostumado, já que moro
sozinho!!! Claro que a atual abstinência de viagens é bastante difícil para
mim!
Desde
que cheguei de Manaus, no limiar de sexta-feira, 13/03, algo que muito ouvi/ouço
são interferências (amorosas) para que abandonasse as viagens. Os argumentos
mais usados: o alerta que pertenço a grupo de risco. Houve quem afirmasse: “Minha
probabilidade de óbito por coronavírus é 1,27%. A tua é de 14,29%!” Isto me
chateia. Ser continuadamente posicionado como idoso me desagrada. Ser
discriminado.
Pior... ser excluído. Eis a quarta de nove recomendações da Prefeitura de Marabá PA. Convenhamos quem a cada mês, vai de Porto Alegre à Marabá por uma semana, não merecia esta afirmação de distanciamento físico. Por tal me chateei. Lembrei de tempos remotos quando os leprosos tinham que sinalizar sua chegada a um grupo saudável.
Pior... ser excluído. Eis a quarta de nove recomendações da Prefeitura de Marabá PA. Convenhamos quem a cada mês, vai de Porto Alegre à Marabá por uma semana, não merecia esta afirmação de distanciamento físico. Por tal me chateei. Lembrei de tempos remotos quando os leprosos tinham que sinalizar sua chegada a um grupo saudável.
Não
foi sem dificuldade que posterguei a ida à Marabá de março. Transferida a
viagem, vem as mais heterodoxas recomendação originada de profissionais de
respeitadas universidades brasileiras e do exterior. Se eu tivesse que seguir
um cagagésimo dos protocolos para sair e/ou para chegar em casa eu preferiria
ser mantido em casa para sempre.
Para
estes tempos de experimentação de uma quase prisão
domiciliar tenho
planos de colocar em dia fazeres atrasados (Lattes, IRPF, atualizar a catalogação
em minha Biblioteca…). Estou oferecendo uma maior disponibilidade ao meus SEIS
orientandos (4 mestrandos, 1 doutoranda e 1 pós-doutorando).
Se
terminada a quarentena, estiver com muita saúde e ainda sem dívidas
profissionais... terei bons motivos para festejamentos.
Ler
e escrever ficção é mais meta muito saborosa. Já li nestes dois primeiros dias
de recesso o livro da TAG/março: Um homem
bom é difícil de encontrar e outras histórias. O primoroso exemplar reúne dez
contos da estadunidense Flanery O’Connor (1925-1965). Ensaiei uma leitura
comparativa dos contos. Não preciso justificar porquê deixo a ficção de lado
para retomar: A História da humanidade
contada pelos vírus do brasileiro Stefan Cunha Ujvari, presente do Jairo há
quase 5 anos.
Desejo
aprender a viver mais offline>menos
online. Quero escutar menos notícias. Deseja o cada uma e cada
um dos meus leitores uma semana muito saudável.
Meu Caro CHASSOT! Concordo que o alerta de que somos idosos e, por isso, estamos no Grupo de Riscos é tremendamente chato. Na Escola já tive de ouvir esta semana esse AVISO, para que depois fosse dispensado para atividades In Home. Mas eu também já há muito faço trabalhos solitários, e me acostumei com as tarefas autônomas. Posso afirmar que estou preparado para as Quarentenas.
ResponderExcluirTambém já ouvi uma centena de orientações sobre o lava-mãos e as características do Corona. Mas eu que trabalhei em industrias de alimentos por muitos anos, estou pós-doutorado nestas teses microbiológicas.
Espero que em breve possamos retomar nossas vidas normais, onde as bactérias e vírus fazem festa e convivem conosco nos mais diversificados ambientes, sem máscara e álcool gel. (Aliás, ontem fui ao supermercado e fiquei espantado com a idiotice de alguns indivíduos remexendo as prateleiras, amealhando os últimos pacotes de papel higiênico e papel toalha, como se fossem para o Tibete em viagem sem volta).
Muito querido amigo Jairo! Excelente o teu comentário!
ResponderExcluirme vejo acolhendo tua solidariedade! Sonhando com tempos de saúde para todos!
Tinha que ser justamente no dia 17?
ResponderExcluirFora tal detalhe, vale lembrar que a crise que seguirá não será biológica, mas SOCIAL. Fica a reflexão: Nosso modo de vida anarco capitalista, anarco liberal, dará conta de resolver as questões que se apresentarão? Quem tem maior chance de óbito, por necessidade em ter de se ausentar de reclusão para buscar sustento??? Abraços....tempos de reflexão sobre a Sociedade que construímos.