sexta-feira, 30 de agosto de 2019

30.- AGOSTO SE ESVAI TAMBÉM COM FUSTRAÇÕES



ANO
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EDIÇÃO
3416
Prefácio esta última blogada de agosto se divide em dois momentos: no primeiro há um breve Prelúdio, que poderia ser dito como extraído de meu diário de viajor. O segundo momento é uma reflexão agustina para o mês que se esvai e que teima em não completar um sonhado tetramorfo.
Prelúdio: Quando esta edição começar a circular estarei na zona rural de Igrejinha RS. Neste fim de semana curto minha filha Clarissa e o Carlos, meu genro, a Maria Clara e a Carolina, minhas netas que têm lugares na dedicatória de A Ciência é masculina? É, Sim Senhora!. Vamos amanhar a terra e embalar sonhos. Sonho a dar uma biblioteca a uma escola que nos é lindeira.
Uma reflexão Agustina: Agosto se esvai. A videira já está podada, e... que venha setembro! Mas o dito mês do desgosto se esvai com frustrações. O esperado quarto raio para consolidar o catastrófico tetramorfo de tragédias com presidentes da República não cai.
Por três vezes, em minha história de viver uma República, que sonha ser democrática, vi cair raios demolidores na Presidência. Ei-los por ordem cronológica, até porque me dou conta que a maioria dos meus leitores conviveu apenas com um, no máximo dois.
Meninas e meninos, eu vi os três. Eu esperava/espero/esperarei o quarto!
1º) 1954, 24 de agosto: A morte trágica de Getúlio Vargas, no exercício da presidência. Ao lado ganhos sociais (especialmente trabalhistas), ganhamos uma Carta Testamento endereçada ao povo brasileiro escrita por Getúlio horas antes de seu suicídio. Existe uma nota manuscrita de suicídio, diferente da "Carta Testamento", da qual se conhecem 3 cópias, que foi divulgada mais tarde.
2º) 1961, 25 de agosto: Um mestre inato da arte da comunicação, Jânio, no intuito de se manter diariamente na "ribalta", utilizava factoides como a proibição do maiô e biquíni nos concursos de miss, a proibição das rinhas de galo, a proibição de lança-perfume em bailes de carnaval, e a tentativa de regulamentar o carteado. Em sua despedida diz: Fui vencido pela reação e, assim, deixo o Governo. Nestes sete meses, cumpri meu dever. Tenho-o cumprido, dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções nem rancores. Mas, baldaram-se os meus esforços para conduzir esta Nação pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, o único que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo. [...] Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes e para os operários, para a grande família do País, esta página de minha vida e da vida nacional. A mim, não falta a coragem da renúncia. Saio com um agradecimento, e um apelo. O agradecimento, é aos companheiros que, comigo, lutaram e me sustentaram, dentro e fora do Governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade.
3º) 2016, 31 de agosto: O impeachment de Dilma Rousseff consistiu em uma questão processual aberta com vistas ao impedimento da continuidade do mandato de Dilma Rousseff como presidente da República Federativa do Brasil. O processo fraudulento se estendeu de 2 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016
Não é difícil conjecturar qual a quarta peça que esperávamos para completar o tetramorfo. Mas, esperamos imerso em uma falsa ilusão.
Esta semana acendeu um pisca alerta, especialmente com conversas com alguns amigos: Vejo que laborei em um falso pressuposto, de maneira ingênua.
Sentia no meu convívio algo como senso comum: Aqueles que no triste 28 de outubro de 2018, não votaram como nós (este nós aqui não é um plural majestático: nós = meus amigos e eu) agora estavam desiludidos com seu candidato e estariam de nosso lado. Triste engano. Tristíssimo engano.
Havia algo que palpitava que aqueles que não votaram conosco no dia 28 de outubro, já estavam arrependidos das tantas perversidade praticadas pelo coiso que passaram para o nosso lado. Repito triste engano... mais ainda: há cada vez mais enfurecidos contra nós. Tenho ouvido, à madrugada, uma emissora de rádio que se diz ser uma Tribuna Livre para todos; realmente ela dá voz a quem ligar para ela e o que mais se ouve é que esse governo só não está fazendo as coisas melhores por causa desses ladrões do PT que não deixam o presidente governar e também desses comunistas que estão atrapalhando o governo, pois tudo que eles querem é instalar uma Venezuela no Brasil. Neste quadro de agressões vale recordar como foram agredidos no festival do cinema em Gramado, quando pediam um não à censura.
Merece o registo a vergonha a que são submetidos brasileiros que participam de eventos científicos no exterior. Interrogações como: enquanto brasileiros o que fizeram elegendo este governo. Se repetem a toda hora. Os 210 milhões de brasileiros são corresponsabilizado pelo voto de uma maioria dos quase 150 milhões votaram na última eleição presidencial.
Tempos difíceis...os que vivemos!

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

23.- 50 horas macapaenses maravilhosas



ANO
 14
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EDIÇÃO
3415
Era madrugada desta sexta-feira, quando retornava de uma viagem de 11 dias. Estes 11 dias que podem ser seccionados em 3+5+3, ou SP+GO+AP, foram significativos. De SP (6 falas em três Universidades) fiz narrar em edição anterior. Sobre GO, o registro acadêmico merece assinalar, além da palestra no IFG algo inédito: o primeiro encontro com Daniel Aldo Soares, na tessitura de um pós-doutoramento que ainda há de continuar a catalisar um sumarento espraiar da memorável sexta-feira, 16.
Hoje assesto óculos na terceira fração: os três dias de AP, que podem ser sumarizadas como 50 horas fabulosas e sumarentas que fazem o blogar de hoje.
Depois de deixar Goiânia, à madrugada de terça-feira, 20 chego, quase meio-dia, em Macapá onde sou acolhido pelo Ramon. Um e outro, por primeiro evocamos 25 de setembro de 2014, quando sem nos conhecermos pessoalmente ele, como agora me recebia no aeroporto depois de extensa jornada. Eu era, então convidado da FECEAP, Feira de Ciência do Estado do Amapá. Chegados ao hotel para check-in, me é indicado uma acomodação com mais 20 pessoas em mesmo quarto. O Ramon não tem indecisões. “Ou o professor é acomodado em quarto individual ou o levo embora, agora, e ele não participará do evento!” Participei do evento.
Desta vez tudo foi diferente. Ramon e eu almoçamos e depois fui levado a um muito bom hotel. Uma hora depois já estou participando do primeiro ponto de agenda na Universidade Estadual do Amapá, que como em 2016, era instituição que me convidava na minha terceira estada capital dividida pela imaginária linha do Equador. Não era um encontro fácil: participar de uma reunião com um grupo de pesquisa acerca de Educação na Ciência. Havia que ouvi-los e opinar. A dificuldade agrandava quando a cada momento ouvia: o referencial para esta pesquisa é chassot ano tal ou qual. Foram momentos de bons debates individuais.
O segundo ponto da agenda era no mínimo original (ou, como outra qualificação: muito chique): café na casa da reitora. A Professora Kátia recebeu a mim e mais uns 20 professores para um café supimpa que se fez cenário de diálogos, que não se pode classificar de saborosos, pois tinham ressaibos do mal-estar que corrói o Brasil.
A seguir no Jornal Diário fui entrevistado pela jornalista Ana Girlene No “Café com notícia”, que ofereceu possibilidades de análises da situação nacional, especialmente dos crimes ambientais que ocorrem na Amazônia. A minha estada também foi assunto em outras duas emissoras de rádio e duas redes de televisão.
Para a noite de terça-feira tinha um saboroso compromisso: um jantar à margem do Amazonas na pitoresca Fazendinha para saborear pescados, camarões, caranguejos na companhia da reitora e vários colegas. Há um momento, pensando nos compromissos da quarta-feira e no meu já remoto último despertar, não sem pesar, pedi para me ausentar.
Na manhã de quarta-feira, numa parceria institucional fui fazer uma palestra no Centro de Ciências Exatas da Universidade Federal do Amapá, a convite do Prof. Dr. Robert Zamora. Graduandos, Pós-graduandos e Professores de diversos cursos participaram da palestra. Após a mesma, fui convidado a almoçar com Prof. Robert e quatro funcionárias do Centro em um bucólico restaurante à margem do Rio Amazonas.
À tarde, numa atividade do PARFOR/Plano Nacional de Formação de Professores de Educação Básica, mostrei a mais de uma centena de professores da Educação Básica a importâncias de conhecer diferentes óculos para olhar o mundo natural. Nesta e em outras falas em Macapá, como já fizera em São Paulo e em Goiás, trouxe excertos da Encíclica Laudato Si’ como antidoto às políticas ambientais e indígenas do atual governo, mostrando que Papa Francisco, já há cinco anos nos alerta ao cuidado de nossa Casa comum.
Após a palestra autografei muitos livros e participei de dezenas de fotografias. Duas singularidades deste pós-palestra: apresentaram-me um professor que tem o apelido de Chassot, por ele estar continuamente me citando outro contou-me que na escola pública em que trabalha o laboratório de Ciências tem o meu nome. À noite fui brindado com mais uma janta, na qual além de saborear frutos do rio Amazonas pude conversar, mais extensamente, com alguns colegas, inclusive a reitora. Entendi também porque alguns professores se referiam encantados a atual gestão da UEAP.
À atividade que encerrava minha terceira jornada amapaense estava reservada a emoção maior. Um minicurso de História e Filosofia da Ciência, em geral com alguns participante, se transmutou em uma mega-palestra de quase quatro horas para mais de trezentos participantes, muito atentos. 
Foi algo monumental que me emocionou. Ao final foi sorteado um exemplar do “Das disciplinas à indisciplina”. A sorte escolheu a Brenda, aluna da Pedagogia da UEAP e também atual Miss Amapá, que ao vir colher o autógrafo, sob aplausos de participantes, disse-me que estava muito emocionada. Eu também fui presenteado com um conjunto de dez livros da Terra Indígena Wajãpi que anunciam como estão organizados para continuar vivendo bem na sua Terra. Acompanhava um cartão assinado por mais de uma centena de docentes, discentes e técnicos da UEAP.
Da UEAP fomos a um restaurante do qual se podia avistar as embarcações no rio Amazonas e saborear variedades de peixes, com boa cerveja quase em clima de última ceia macapaense.
Do restaurante fomos ao aeroporto aonde havia oito pessoas não apenas para despedidas, mas para fazer todos os trâmites do embarque. Três acompanharam até o Raio-X e disseram não irem adiante pois era proibido.
Encerrava-se assim 50 horas maravilhosas em Macapá. Estas se espraiaram quando me incluíram, à noite, no grupo ‘#chassot na UEPA’, que preparou minha visita e a cada memento da viagem de ontem me emocionavam. Sonho com uma quarta viagem ao Amapá.


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

16.- Desde outro ponto cardeal



ANO
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EDIÇÃO
3414
Esta edição do blogue é postada desde Inhumas GO. Há quase um ano, aditei a minha história mais um outro ponto cardeal: Inhumas. Aqui está um dos meus Norte.
Entre a jornada paulista, de três dias com seis falas em três Universidades e a terceira etapa em Macapá AP há uma fala no IIFG, instituto Federal de Goiás, está a expectativa de reencontrar Danila, pois duas semanas de férias em julho parecem pertencer a uma quimera distante de tempo quase infinito.
Por estes dias, fui questionado porque não escrevia no blogue histórias do cotidiano. Acredito que a trazida aqui, com muita frequência de excertos do meu diário de viajor, cumpre este sugestão.
Minha interlocutora contestou: precisa-se histórias com outros. Depois disso, ela no Facebook me brindou com um adjetivo qualificativo inédito, portal parece que merecia ser acatada. Afinal, não se chama qualquer um de inoxidável.

Disse que na última apresentação de livro para meu amigo Guy Barros Barcellos ensaiara uma Seleta, que já tem três episódios. Vou hoje trazer os escrevinhares de uma delas aqui. Talvez, dê tessituras.
O texto de abertura desta Seleta é uma anedota (numa acepção menos conhecida: Breve narração de caso verídico pouco conhecido), presente na minha relação com querido museólogo. Me aventuro narrar como começou o que hoje é uma grande amizade.
Ao privilegiar os afetos não resisto a contar aqui como conheci, bem recentemente o Guy. Nosso primeiro encontro se fez anedótico. Era outubro de 2010 — dou-me conta que em menos de dez anos já vivemos tantas gratificações intelectuais — eu ministrava um minicurso de História e Filosofia da Ciência na esteira do 30º Encontro de Debates de ensino de Química na PUC do Rio Grande do Sul. De passagem citei Leeuwenhoek (Delft, 1632-1723) um comerciante de tecidos, importante cientista e construtor de microscópios em Delft, nos Países Baixos. Contara que ele descreveu a estrutura celular dos vegetais, chamando as células de "glóbulos", utilizando um microscópio feito por ele mesmo (possuía, talvez a maior coleção de lentes do mundo no século 17, cerca de 250 microscópios), foi o primeiro a observar e descrever fibras musculares, bactérias, protozoários e o fluxo de sangue nos capilares sanguíneos de peixes.
 Comentei que Leeuwenhoek era amigo de um grande pintor... e, a memória faltou-me, acrescentei que o imemorado pintor holandês era o autor de   quatro célebre: Moça do brinco de pérola, trazendo detalhes da obra, acerca da qual havia um livro que se fez filme muito apreciado... mas eu devia o nome do autor.
Narrei acerca de uma reprodução de ‘A leiteira’ que possuo e não me ocorria o famoso pintor seu autor e a memória seguia me faltando. Creditava-me, assim, a uma dívida com os participantes. Um ou dois minutos depois, um deles disse: ‘Vermier, professor!’ Vislumbrava humildade, o Professor Guy não deixou transparecer o polímata que é. Mostrou um smartphone (à época algo ainda bastante raro), no qual o oráculo Google lhe viera em ajuda. A dignidade do Guy neste episódio se fez ícone para mim. Ainda em dezembro daquele ano fui fazer uma palestra no Museu da Natureza, em Cachoeirinha, dentro dos atos inaugurais do mesmo. Minhas visitas ao Museu e a amizade com o Guy se adensaram.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

09.- Das emoções de ser professor



ANO
 14
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EDIÇÃO
3413
Recordava haver uma citação bíblica que referia algo como: “Não se acende um candeeiro para colocar embaixo da cama, mas sim em lugar de destaque para que ilumine todo ambiente.”
 Não a encontrei na bíblia que tenho em meu smartphone e que uso mais do que aquela que está à vista d’olhos na minha mesa de trabalho e surpreendeu na noite da última terça-feira meus queridos Maria das Graças Cleophas (UNILA) e Jorge Messeder (IFRJ) que me alegraram com suas muito queridas presenças, aqui na Morada dos Afagos, na última terça-feira.
Quis, com meu texto bíblico, provavelmente apócrifo, justificar o catapultar o comentário a última blogada do escritor sorocabano Élcio Mario Pinto: Chassot, querido e caro amigo! De volta às teclas vejo-me diante de uma de suas ótimas blogadas. Somamos aos teus sentires: Dri, em consultas médicas, diz do que a fez adoecer. São as mesmas causas com sintomas que se prolongam. De minha parte, já senti de tudo, dos males físicos aos emocionais, incluindo insônia, náusea e memórias esquecidas. De um pesadelo interminável deito-me com as letras e delas retiro sopro para viver. Darei meu quinhão de participação, dentre outras formas, pela escrita, retratando os tempos - não loucos, por respeito e consideração aos que não contam com consciência como a entendemos -, perversos na acertada manifestação de Eliane Brum. Na amizade compartilhada, até para suportar dias doentios, festejo os 13 anos do teu blogue. Insista e resista, meu amigo. Vamos festejar os 15 anos, ainda que sejamos poucos compartilhando. Só não fiquemos calados. Entre os católicos existe um canto muito bonito e cheio de entusiasmo e vivacidade com esta letra: "Se calarem a voz dos profetas / as pedras falarão" - de Antônio Cardoso em:(http://www.suasletras.com/letra/Catolicas/Se-Calarem-A-Voz-Dos-Profetas/132008). Era um de nossos cantos nos bons tempos da Teologia da Libertação. Ficam as saudades e a vida rebrota de outra forma, porque se a Natureza nos ensina é que a vida, sempre, sempre encontra um meio. Solidário, abraço-te!  
O filósofo Vanderlei Gularte Farias de Frederico Westphalen não diz menos, na mesma edição: Milhões de brasileiros permitiram o renascer da Barbárie. Em pleno século XXI. Falhamos na fixação da Memória histórica...Claro, com a adição de outros aspectos...Resistiremos e faremos disso uma inesquecível lição para as próximas gerações...Abraços
Ainda, duas anotações de meu diário: uma de ontem e outra de amanhã.
A primeira: Na última segunda, terça e quarta-feira participei na Unisinos Cãmpus Porto Alegre (que associa luxo e beleza) do 17º Simpósio de Educação Química, organizado pela Sociedade Brasileira de Química. Fui distinguido com o convite para fazer a fala de abertura e me foi outorgado o título de Presidente de Honra do 17º Simpequi. Além da qualidade acadêmica do evento, merece destaque a oportunidade de estar junto com amigas e amigosto nestes momentos tão tristes da brasilidade.
A segunda: parto, nesta segunda-feira, para uma jornada de 11 dias, em três estados, das quais dou notícia da primeira etapa, agora. Nas próximas segunda, terça e quarta-feira, estarei em São Carlos e em Araraquara para seis falas, em três dias em três das mais importantes Universidades da América Latina.
O convite provem da Universidade Federal de São Carlos para participar da XVI Semana da Química da UFSCar, onde ao entardecer de segunda faço a conferência de abertura: Uma brecha entre o nosso passado e o futuro. À noite, participo da mesa-redonda: com colegas da área. Minha pergunta será: Por que (não) quero ser professor? Na manhã de quarta-feira, numa programação conjunta do CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS e do
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA da UFSCar profiro a palestra A Ciência é masculina? É, Sim Senhora! Esta mesma palestra apresentarei no entardecer da terça-feira, no Câmpus da UNESP de Araraquara e no fim da tarde de quarta-feira no Instituto de Química da USP de São Carlos.
Ainda na segunda-feira, participarei de uma gravação no estúdio da rádio UFSCar acerca de meu livro Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto, esgotado há muito.
Estas seis atividades em três Universidades, me fazem reconhecido pelos convites. Sou imensamente grato à Comissão Organizadora da XVI Semana da Química da UFSCar, especialmente à Karine Zanotti, que durante meses teceu uma agenda não tão simples. Escrevi, há um tempo, em uma mensagem: se um dia tiver problemas por abstinência de palestras a realizar, vou pedir a Karine Zanotti, que organize um tour como este dos dias 12,13 e 14 de agosto de 2019. Obrigado a cada uma e cada que se envolveram nesta tessitura. Espero dar conta das expectativas neste tríduo agustino.


sexta-feira, 2 de agosto de 2019

02.- Uma nova doença: BOZOfobia



ANO
 14
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EDIÇÃO
3412
Na edição extraordinária que circulou na terça-feira, dia 30/06/2019, na recordação do 13º aniversário deste blogue, dizia que neste Annus Horribilis não cabiam muitas comemorações. Naquela mesma oportunidade lia um calhau[1] em um artigo no EXTRACLASSE.ORG.BR publicação mensal do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul Sinpro/RS que dizia “A mistura de ignorância, obscurantismo, boçalidade e grotesco desafia a própria linguagem para definir Bolsonaro e seu séquito”.
Hoje lia Eliane Brum (se tivesse que escolher ler apenas um jornalista, seria ela a escolhida) na edição brasileira do El País: Jair Bolsonaro é um perverso. Não um louco, nomeação injusta (e preconceituosa) com os efetivamente loucos, grande parte deles incapaz de produzir mal a um outro. O presidente do Brasil é perverso, um tipo de gente que só mantém os dentes (temporariamente, pelo menos) longe de quem é do seu sangue ou de quem abana o rabo para as suas ideias. Enquanto estiver abanando o rabo – se parar, será também mastigado. Um tipo de gente sem limites, que não se preocupa em colocar outras pessoas em risco de morte, mesmo que sejam funcionários públicos a serviço do Estado, como os fiscais do IBAMA, nem se importa em mentir descaradamente sobre os números produzidos pelas próprias instituições governamentais desde que isso lhe convenha, como tem feito com as estatísticas alarmantes do desmatamento da Amazônia. O Brasil está nas mãos deste perverso, que reúne ao seu redor outros perversos e alguns oportunistas. Submetidos a um cotidiano dominado pela autoverdade, fenômeno que converte a verdade numa escolha pessoal, e portanto destrói a possibilidade da verdade, os brasileiros têm adoecido. Adoecimento mental, que resulta também em queda de imunidade e sintomas físicos, já que o corpo é um só. Leia o artigo completo em: https://jornalggn.com.br/artigos/doente-de-brasil-por-eliane-brum/
Desde 28/10/2018, aquele domingo mais triste da história do Brasil, que ficamos 2 horas esperando pelo término da votação no Acre e a aí veio terrível notícia que ele vencera no segundo turno. Então sabíamos pouco dele, pois armara uma farsa em Juiz de Fora para fugar dos debates. Mas desde 1º de janeiro, a quase cada dia recebemos uma chicotada que nos faz padecer em dores.
Em mim esta vergastada diária aflora como uma quase esterilidade intelectual. Tenho dificuldade para escrever, em buscar solução a desafios intelectual. Tudo causado pelo perverso Presidente da República.
Chega por agora!...



[1] Calhau = (Brasil, gíria Imprensa) pequeno texto ou clichê aproveitado para preencher claros na paginação de jornal ou de revista