sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

19.- Para apascentar esperança na justiça

ANO
 12
LIVRARIA VIRTUAL em
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3334


Forno Alegre é um heterônimo de Porto Alegre nesta época do ano. Mas neste 2018 ao calor abafado se juntou algo feio, ou melhor enojadiço: parecemos uma praça de guerra ou um sítio militarizado.
Numa região da orla do Guaíba, próximo onde está um prédio que acoberta uma sigla que até ontem se desconhecia, mas que agora luz qual novo astro sideral: TRF-4, há um inenarrável bastião bélico. Desde a modesta Guarda Municipal em suas bicicletas à aparatosa Força Nacional em luxuosos carros, há diversos extratos policiais, que incluem atiradores de elite com fuzis com miras telescópicas no alto de prédios e cães que parecem sedentos por abocanhar. Isso a quase uma semana do 24 de janeiro pré-diagnosticado como trágico pelos ficcionistas que adulam o nababo Presidente temeroso.
Diversas repartições públicas encerrarão o expediente ao meio dia de terça-feira, para retomarem na quinta-feira — se os vândalos lulistas, ao fugirem da sanha do MBL, não tiverem arrasado tudo como preveem os aduladores do Presidente golpista.
Este julgamento escabroso ressuscitou o MBL. Os últimos panelaços foram em agosto de 2016 para ajudar a derrubar a Presidenta Dilma. Bem-sucedidos, pararam. Devem estar muito contentes com golpista que ajudaram instalar na presidência.
Todos sabem o porquê, mas ninguém, em sã consciência, é capaz de justificar este carnaval tragicômico.
 Pede-se, além de justiça no julgamento, tolerância aos dois lados. Não cabe, por maior que seja a sanha persecutória, uma guerra civil. Mas, eu...
... serei um privilegiado. Só chegarei a Porto Alegre ao anoitecer do famigerado 24 de janeiro, quando se espera
os ânimos estiverem acalmados e sonho que a justiça esteja consagrada por não punir alguém sem provas.
Estarei desde segunda-feira no 36º Encontro Nacional dos Estudantes de Química — XXXVI ENEQUI — ocorrerá na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Goiânia, GO nos dias 21 a 27 de janeiro de 2018. Com o tema "Química, recursos do presente se adaptando ao futuro" cerca de meio milhar de graduandos, pós-graduandos em Química ampliarão sua formação partir de quatro palestras, três mesas redondas, vinte minicursos e várias outras atividades culturais.
O ENEQUI vem sendo realizado desde 1981. Em sua primeira edição na UFMG, pouco mais de 30 estudantes e profissionais participaram do evento. O ENEQUI é um evento anual organizado pelos estudantes de química, que tem por objetivo integrar alunos de química, áreas afins, de todo país, sejam de ensino médio, superior ou pós-graduação.
Eu ministrarei um minicurso nas tardes de segunda e terça feiras acerca de como a História da Ciência pode catalisar ações indisciplinares. Na tarde de quarta tentarei responder ao interrogante: O que é Ciência, afinal? em uma das quatro palestras do evento.
Quando escrevia esta edição, recebi de meu amigo Élcio Mário Pinto, reconhecido escritor paulista, que acerca de um ano, com seus comentários, agrega valor a este blogue, uma mensagem com este título: SUSTO, PREOCUPAÇÃO E TRISTEZA. Convidei-o para trazer um excerto de suas reflexões aqui. Eis sua seleção:
O Congresso não tinha moralidade, decência e provas para fazer o que fez com Dilma. E alguém me diz: - Mas, ela era mal-educada. Ora, não era a educação no trato e na convivência que estava para ser julgada. A situação foi tão vergonhosa que a população continua sem saber, mas aprendeu a acusar, condenar e executar. É o mesmo "circo" dos "bons e gloriosos" tempos romanos.
E agora, com Lula, as coisas se repetem.
Estou tão abatido e tão envergonhado, que não tenho forças para gritar ao nosso povo: POVO QUERIDO, VOCÊ ESTÁ SENDO ENGANADO, DE NOVO!


3 comentários:

  1. Muito boa noite de sexta-feira, amigo Chassot e todos os compartilhantes deste blog. Quando o personagem Chicó do "Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna, respondeu: "Também, querem que pobre não tenha defeito..." me fez pensar em tantos outros quereres elitistas: pobre não tem que viajar, nem ter garantias trabalhistas, nem aposentadoria, ao menos, enquanto viver. Pobre não tem que reclamar da autoridade, afinal, a chefia sabe o que faz e faz o melhor para todos. Só não esclarecem que esse "para todos" não diz respeito aos pobres, mas a todos do grupo elitista. Podemos identificá-lo com os golpistas? Sem receio de equívoco! Meu amigo de Blumenau, para zombar desta postura, diz: "Estou achando tudo estranho nos aeroportos. Tem gente demais e só pode ser pobre!" Pois é, os pobres tiveram ar e sobreviva, mas não podiam continuar assim. Então, era preciso destronar e sepultar, em definitivo. No dia 24, veremos mais uma ação nesta linha. É tão absurda a situação que já se afirmou: podemos condenar porque estamos convictos! Então, para condenar pode-se fazê-lo sem provas, bastando, para tanto, a convicção? Como dizem os cristãos: que Deus nos livre disso! Aproveito deste democrático espaço para compartilhar uma interrogação: como sobreviveremos à ditadura civil? Que ela se fortalece, não tenho dúvidas. Mais ainda quando nossa gente, sofrida e esquecida, mas manipulada, começa a aplaudir junto aos elitistas interesseiros e interessados: vamos condená-lo!!! Chassot, nobre amigo, os tempos bicudos podem "furar os olhos do nosso povo!"

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  2. Como sempre, excelente texto!!!
    Abraço!!!
    E até mais tarde!!!

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  3. Circo: eis uma das possíveis definições do que se vive atualmente nestas terras do pau vermelho. Estamos (ESTOU) na plateia. Por que não rimos, nem graça vemos? Será um Circo de Horrores? Crueldade é pouco. Ou não?
    Abraços, caro mestre!!!

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