sexta-feira, 10 de novembro de 2017

10.- Três dias na Noiva do Mar



ANO
 12
LIVRARIA VIRTUAL em
Www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3323

Esta edição ocorre quando retorno de três dias sumarentos em Rio Grande, onde participei de dois eventos. Parti às 22h de sexta-feira, com horário de chegada previsto em Porto Alegre às 03h. Na quarta-feira, cheguei à Universidade Federal de Rio Grande (FURG) conduzido pelo meu atencioso colega Guy Barros Barcellos. À tarde, fiz a palestra de encerramento do IV Fórum Acadêmico Integrado de Química — IV FAIQ. À noite participei de uma confraternização na residência de Maria do Carmo e Manoel no balneário Cassino.
A quinta e sexta-feira foram os dias do 37º Encontro de Debates sobre o Ensino de Química — 37EDEQ — onde ministrei um minicurso e participei uma mesa-redonda.
No Brasil não são muitos eventos que atingem uma realização sequencial com um número tão significativo de edições. E, a esta constatação, adito outra informação que penso bastante rara: estive em todas as 37 edições (no 16EDEQ, em 1996 na Universidade de Santa Cruz, envolvi-me na organização do evento, mas não pude estar ao vivo, por ter feito uma cirurgia na tíbia e na fíbula; enviei mensagem que foi lida pelo meu amigo Edni).
Parece, até para preservação de memórias, algo da gênese do evento, que é importante narrar aqui e agora nosso começo. A Sociedade Brasileira de Química é fundada em São Paulo, em 1978, também para ser alternativa à Associação Brasileira de Química, por demais integrada à matriz da produção da Química industrial. Espaços ficam naturalmente delimitados:  ABQ no mundo da produção industrial (a fábrica); SBQ no mundo da produção acadêmica (a universidade).
Em 1980, se estabelece em Porto Alegre uma regional da SBQ. Ocupo o cargo de secretário regional do RS e para dar visibilidade à novel Secretária Regional da nova entidade, organizo junto com Maurivan, um primeiro EDEQ, que ocorreu em 6 de dezembro, na PUC de Porto Alegre.
Reunimos, então uma centena de professores de Química, dos três graus de ensino, para discutir: “As inter-relações do ensino da Química nas diferentes etapas da escolarização, bem como as interações dos pesquisadores com o ensino”. Estava dada a partida não apenas a realização dos EDEQs mas se lançava sementes para realização de outros eventos regionais (pois o EDEQ, mesmo que não apareça no nome é um encontro gaúcho acerca de ensino de Química) e também Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ) que são encontros nacionais bianuais, cuja primeira edição foi na UNICAMP em 1982. Há significativas produções por exemplo no VII ENEQ na UFMG, em 1994, quando surgiu a revista Química Nova na Escola.
Em quase 40 anos, houve apenas uma lacuna: em 1991 quando estava programado o XII EDEQ na cidade de Pelotas, assumido pela UCPEL e pela SMED de Pelotas. Houve uma série de tratativas como estabelecimento do programa, convite a palestrantes etc, mas por problemas locais foi quebrada uma tradição ininterrupta, então de 11 anos.
Reviver, neste singelo relato o peregrinar em quase duas dezenas de universidades gaúchas e uma escola técnica embalou saudades. Parece que se pode dizer que o EDEQ que a cada ano reúne centenas de educadores gaúchos incomodados — os acomodados nunca vêm aos EDEQs — com suas ações enquanto profissionais contribuído para a melhoria da Educação gaúcha.
Coube-me a honra se encerrar o evento; disse: ‘Vemo-nos na Ulbra em Canoas em outubro de 2018 no 38 EDEQ!’
Um último, mas importante destaque, talvez cerca de dois terço dos quase meio milhar de participante do 37EDEQ eram jovens alunos de licenciaturas e mestrandos e doutorandos.

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