ANO
11 |
No
mês do 12º aniversário
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
3306
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Um preâmbulo
Quando, em junho estive
em Araputanga – MT, um jovem orgulhosamente exibiu um exemplar de meu Memórias de um professor: hologramas desde
um trem misto dizendo que ele comprara o último exemplar na Amazon. Ao autografa-lo
brinquei dizendo: ‘agora este exemplar tem mais valor, pois realmente o livro não
é mais encontrável’.
Na mesma ocasião autografei
para o Lupércio Das disciplinas à
Indisciplina, que ele disse estar estudando no Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Física FCARP.
Tempos depois, entre várias mensagens, numa das quais aprendo que o nome latino
de meu interlocutor significa aquele que afasta o Lobo, recebo uma produção
literária acerca de meu livro mais recente, que autorizado por seu autor,
partilho com leitoras e leitores deste blogue. Vejo, também que Lupércio é o Fauno: divindade da mitologia romana, por vezes associado à
divindade grega Pã.
Manifesto a minha
gratidão ao Lupércio, que provavelmente, dá ao Lobo presente em seu prenome o
segundo dos dois significados mitológicos antagônicos (por um lado representa o bem, e nesse contexto, nele encontramos a
astúcia, bem como alguns traços humanos que a esse animal são atribuídos, os
quais incluem inteligência, sociabilidade e compaixão; por outro lado, a representação do mal, compreendendo nesse sentido
a crueldade, a luxúria, bem como a ambição) deste personagem que povoou as
historinhas de nossa infância.
Das
disciplinas à Indisciplina: para
envolver-se no fazer Educação.
Lupércio Guilherme Rodrigues Ribeiro[1].
O livro
‘‘Das disciplinas à indisciplina’’, objeto deste ensaio, divide-se em 10
capítulos, um prelúdio e uma ‘‘protofonia’’, palavra presente na vida daqueles
que se envolvem com música, o autor coloca as relações daquele que se envolve
no fazer Educação como uma música constituída de um binômio escrita-leitura,
colocando a representação rupestre como a primeira forma de aprendizagem deste
binômio, e convida seus leitores a manter a relação escrita-leitura através do
suporte papel, sem reduzir que os meios digitais possam produzir novos saberes
para o processo de aprendizagem.
O
prelúdio com José Clovis de Azevedo é o convite escrito por um amigo, e que
define o livro resumidamente, depois de concluir a leitura é compreensível,
Chassot escreve para que seus leitores se envolvam no sotaque “Chassot” Definido os 10 capítulos, assestar o óculo
para ler o mundo, e arrumando a caixa de ferramentas aponta para as formas e
desafios de leitura e escrita que os professores se envolverão no fazer
educação-ciência, como cada um se apega as formas de ler o mundo e como escolhe
suas ferramentas, uma vez mais enfatiza a relação escrita-leitura como
centralidade no livro, que começa a desafiar os leitores em discussões
presentes do cotidiano.
O
autor utiliza de dois óculos: Religião e Ciência mostra-se necessário assestar
o óculo destes, para uma continuidade do livro, que busca centrar o leitor de
que não o relaciona com fatos históricos, e sim colocar a relevância das
transformações que vivemos acerca de cinco revoluções paradigmáticas, e
indaga-nos sobre por que as revoluções científicas ocorrem em só um lado da
história, por que somos fortemente marcados pelas religiões. No fazer ciência
coloca todos os marcantes do século 20, no que se diz o marco das
transformações da modernidade, e a passagem do tempo das certezas para as
incertezas, e começa a envolver-nos no fazer Educação com uma passagem
importante da história ‘escrita’ por Martinho Lutero e constituída pelos
professores nos presentes dias do século 21. Destaca a ‘Escola e Universidade’
e questiona, a escola mudou ou foi mudada?
Se
faz importante os díspares em sua resposta mostrar a escola como formadora de
Educação, e os meios de mudanças que está presente na escola cotidiana, a
rápida informação através dos cliques, e questiona se a escola transmite
conhecimento ou informação. O leitor se envolve no ‘desmembrar’ do autor e
chega em “Das disciplinas à indisciplina” capítulo que dá nome ao livro, que
traz os métodos disciplinares e indisciplinares na formação do conhecimento
científico, e o termo in em um
‘Crescendo’ na relação das disciplinas. O saboroso capítulo está finalmente
adentro dos professores que se envolve no fazer Educação, com a
indisciplinaridade mostrada pelo autor, no entrave de mostrar a importância de
manter os saberes primevos vivos, como na conservação de sementes do milho
crioulo e a sedução do milho híbrido com a biopirataria. Construir ciência com
os saberes populares transformando-os em saberes escolares caminhando na
indisciplinaridade do rigor dos métodos científicos.
Evoco
aqui palavras do autor, em que a Escola e a Universidade que abeberaram o seu
conhecimento e formou sua Educação, pode não estar presente na mesma formação
dos meus filhos e netos. Precisa-se conservar os saberes em extinção, como dito
em metáfora “Quando um velho morre é como uma biblioteca que queima”.
[1] Lupércio Guilherme, 22 anos, graduado em Licenciatura da
Educação Física pela Faculdade Católica Rainha da Paz em Araputanga-MT.
Apaixonado por esportes, especialmente corrida de longa distância
"ex-atleta", e por leituras acerca de educação. E-mail: lupercio.rr@gmail.com
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