ANO
11 |
LIVRARIA VIRTUAL em
www.professorchassot.pro.br
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EDIÇÃO
3296
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Em mais de uma oportunidade já
referi algo que está em um dos livros de memórias de Erico Veríssimo: ao se referir a sua procedência, quando no
exterior, dizia: “Venho
de Porto Alegre, uma cidade que tem uma orquestra sinfônica!”. Inspirado no renomado escritor, quando em 2002 vivi
na Espanha, ao fazer pós-doutorado, em tertúlias referia: “Venho de uma cidade que sedia o
Fórum Social Mundial!” Mais recentemente, tenho orgulho ao
dizer: “Sou de uma
cidade que promove o Fronteiras do Pensamento!”
A repetição destas evocações
decorre ter ocorrido no dia 15 de maio, segunda-feira, a primeira conferência
da edição deste ano — a 11ª edição anual — do Fronteiras. Em 2017, sob o tema Civilização: A sociedade e seus
valores, o Fronteiras do Pensamento propõe uma discussão
sobre os princípios que hoje mediam nossas escolhas sociais. Estão previstas
oito conferências que vão de maio a dezembro.
A primeira conferência deste ano
foi do italiano Carlo Rovelli, um dos pioneiros na pesquisa sobre gravidade
quântica. Graduado em Física pela Universidade de Bolonha, com doutorado e
pós-doutorado pela Universidade de Pádua, é professor na Universidade
Aix-Marseille e diretor do grupo de pesquisa do Centro de Física Teórica de
Luminy, em Marseille na França. Tornou-se conhecido ao publicar Sete breves lições de física, best-seller que
explica o universo com textos e abordagem acessíveis.
Lançado em 2014 na Itália e
publicado no Brasil em 2015, Sete breves lições de física foi traduzido para mais de 40
idiomas e alcançou milhões de exemplares vendidos. O livro é o resultado de
sete artigos escritos para um jornal italiano, com o objetivo de apresentar,
com simplicidade e clareza, as revoluções científicas que transformaram os
séculos 20 e 21.
No último dia 15, Rovelli, tal
qual o filósofo Anaximandro na Grécia antiga, desconstruiu o pensamento da
plateia que lotava o Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre, e mostrou uma
nova maneira de entender e explicar o universo.
O objetivo principal de sua
apresentação era responder ao questionamento: o que é ciência? — título recorrente
em várias de minhas palestras — Para Rovelli, esta é uma questão ampla, que
envolve demandas como observação da natureza, aprendizado a partir da
experiência, experimentos, razão, matemática, teorias, predições e testes de
hipóteses. Mas vai além disso, especialmente para aqueles que “vivem” a ciência.
Para ilustrar, trouxe exemplos de duas grandes etapas da história do pensamento
científico.
A íntegra do resumo desta palestra,
elaborada por Luciana Thomé, pode ser
encontrada em http://www.fronteiras.com/resumos/o-que-e-ciencia-poa Vale lembrar que www.fronteiras.com podem ser encontradas
resumos de palestras, entrevistas em vídeos e muitas informações das dez
edições anteriores e também mais detalhe da edição deste 2017.
Chassot, mio amico, que bela blogada! Então, vamos unir "Sete breves lições de física" ao nosso velho conhecido grego, Anaximandro? Parmênides, na Filosofia, já apresentava aquilo que víamos, não só como óbvio, mas, como convincente. Ele tem razão! Era o que dizíamos. Mas, aí, chega um tal Anaximando (na verdade, antes de Parmênides) dizendo da ilusão dos sentidos e do absurdo do movimento... E não é que ele tinha razão antes da ação de cada coisa que dizemos movimentar-se! Bem, essa aventura apaixonante pelos labirintos da compreensão a-priori ou a-posteriori merece toda a nossa atenção. Obrigado pela blogada, amigo!
ResponderExcluirMeu atencioso Élcio,
ResponderExcluirhoje o Heráclito de Éfeso diria: “Nunca mandamos um email para a mesma pessoa!” mesmo que este seja o segundo desta manhã que escrevo ao filósofo-poeta sorocabano.
Mesmo ele e outros que nos legaram o DNA grego do filosofar o tenham feito há mais de 2,5 mil anos AP. ainda são atuais.
Um junho com dias menos TEMERosos.