ANO
11 |
LIVRARIA VIRTUAL em
mestrechassot.blogspot.com
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EDIÇÃO
3272
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Encontrei nesta sexta-feira
feira quaresmal uma informação. Não sei se fidedigna. Mas, presta-se a reflexões.
Oito trilhões. Esse é o número de
mensagens de texto enviadas todos os anos. Grandes números nos traem: isso representa
23 bilhões de textos enviados todos os dias. Ou quase 16 milhões por minuto.
Nesse turbilhão
sonhamos ser lidos. Parece um pouco pretencioso. Parece que se escreve muito
(cada vez mais), mas se lê cada vez menos. Não raro intromete-se em mim a
sensação de que escrevemos para nós mesmos. Eu reconheço: gosto de ler, mas amo
escrever.
Na última blogada
acenei que me aliaria à Campanha da Fraternidade. O tema para este 2017 está muito
bem escolhido. “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, onde a Igreja
Católica busca ampliar a consciência de que o desafio global, pelo qual toda a
humanidade passa, exige o envolvimento de cada pessoa juntamente com a atuação
de cada comunidade no cuidado de nossa casa comum.
[Bioma: (Ecologia)
Cada um dos grandes meios ou das grandes e estáveis comunidades de organismos
do planeta, como o oceano, a floresta, a pradaria, o conjunto de águas doces
etc. (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)].
É muito repetido que “o
criador foi pródigo com o Brasil. Concedeu-lhe uma diversidade de biomas que
lhe confere extraordinária beleza”. Mas, infelizmente, os sinais da agressão à
criação e da degradação da natureza também estão presentes.
Nesta semana, ao
preparar a 8ª edição de A Ciência é
masculina? escrevi: Entre todos os documentos que foram publicados no
interregno da 7ª edição (inverno de 2015) e esta 8ª edição, muito provavelmente
é a Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco (2015) o texto mais relevante do Planeta.
Dentre os muitos depoimentos acerca da mesma trago apenas um: “A Laudato Si' é,
talvez, o ato número 1 de um apelo para uma nova civilização” afirmou o
cientista Edgar Morin, que não professa o cristianismo. Assim a (re)leitura da
Laudato Si’ pode se constituir no texto fulcral da CF 2017.
O objetivo da
Campanha da Fraternidade deste ano, inspirado na passagem bíblica acerca do
cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros e promover relações
fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz da fraternidade. Está na
encíclica “não podemos deixar de considerar os efeitos da degradação ambiental,
do modelo atual de desenvolvimento e da cultura do descarte sobre a vida das
pessoas” (LS, 43), assim há um convite à contemplação para admirar, agradecer e
respeitar a diversidade natural que se manifesta nos diversos biomas do Brasil através
da promoção de relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles
vivem. Este é, precisamente, um dos maiores desafios em todas as partes da
terra, até porque as degradações do ambiente são sempre acompanhadas pelas
injustiças sociais.
Os povos originários
de cada bioma ou que tradicionalmente neles vivem nos oferecem um exemplo claro
de como a convivência com a criação pode ser respeitosa, portadora de plenitude
e misericordiosa. Por isso, é necessário conhecer e aprender com esses povos e
suas relações com a natureza. Assim, será possível encontrar um modelo de
sustentabilidade que possa ser uma alternativa ao afã desenfreado pelo lucro
que exaure os recursos naturais e agride a dignidade dos pobres.
Não sei se, dentre as
milhões de mensagens escrita no tempo desta minha laboração sobro algum espaço
para estarmos atento ao cuidado de nossa casa comum. Sonho que sim.
Muito bom meu caro Chassot.
ResponderExcluirTrazer nessa blogada semanal a Campanha da Fraternidade como mote para chamar a atenção dos leitores sobre o Planeta.
Ainda na quinta fui ao mercado, e fiquei perplexo com a quantidade consumida pelos moradores que retornavam de férias e carnaval.
Onde vamos parar com tanto plástico, papel, alimentos e tanto mais. Teremos recursos suficientes pras próximas gerações? Tenho dúvidas.
Prof. JAIRO BRASIL
Meu caro Jairo,
Excluirobrigado por teu comentário. O tema da CF 2017 parece muito oportuno. Acredito que se os organizadores da mesma sugerissem apenas a Laudato Si' como texto fundante, não precisaria mais nada,
A questão do lixo que referes é preocupante; esta é uma ameaça aos cuidados de 'nossa casa comum' como quer Francisco.
Saudades
Li parte da "Laudato Si", obra adquirida para ajudar na preparação das aulas de Ensino Religioso/2016. Tenho a impressão de que o olhar cuidadoso e humano sobre os outros é a verdadeira leitura deste belo texto. O que tenho a certeza de que cuidar é respeitar o ambiente no qual estamos inseridos, compreendendo tudo, inclusive os que nos rodeiam. Respeitar (desinteressadamente) é cuidar.
ResponderExcluirMeu amigo,
Excluirparece algo tão simples. Esta terra, este ar, este mar é teu, é meu e de todos. Logo vamos cuidar (de preferência) juntos. É isso que Francisco nos ensina na Laudato Si'.
A casa é comum. Palavra mal usada na língua portuguesa. Laranja comum é aquela cujo patrimônio genético é de todos.
Comum não menos... é de todos.
Obrigado pelo exercício da escrita.
Saudades de tuas fraternas acolhidas em tua casa.
Amigo admirável, Chassot! Às vezes, fico pensando no que desestabilizaria a Humanidade, cada pessoa, todos os dirigentes e líderes das mais diversas instituições: uma ameaça vinda de seres inteligentes e não catalogados como humanos? Um asteroide em rota de colisão com a Terra sem qualquer possibilidade de alteração de sua trajetória? Um colapso fatal para o planeta todo? Armas de destruição cabal? Enfim, são muitas as alternativas. Todas elas à parte, o certo é que, o que chamo de "umbiguismo" - o egoísmo do umbigo - é tão profundo e excludente, que não importa a porção de terra morta do meu vizinho se no meu lado da cerca há verde abundante. Ainda não conseguimos entender - não racionalmente, mas visceralmente, - que a casa comum é uma só e sequer podemos dizer: jogar o lixo fora. Isso, por uma única razão: não existe fora para o nosso cotidiano. Até quando esta Casa Terra será tolerante conosco? Obrigado pelos teus ouvidos, mio amico!
ResponderExcluirMeu amigo,
Excluirparece algo tão simples. Esta terra, este ar, este mar é teu, é meu e de todos. Logo vamos cuidar (de preferência) juntos.
A casa é comum. Palavra mal usada na língua portuguesa. Laranja comum é aquela cujo patrimônio genético é de todos.
Comum não menos... é de todos.
Obrigado pelo exercício da escrita.