domingo, 28 de agosto de 2016

28- Num agosto de Michel Calabar Temer

ANO
 11
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EDIÇÃO
 3202


É o ocaso do último fim de semana de agosto. Não sou fatalista, mas o mês que já ceifou dois presidentes [Getúlio Vargas (24AGO1954) e Jânio Quadros (25AGO1961)] está com o gadanho afiado para uma nova degola agustina, nesta hemi-semana que ainda resta deste mês, que não sem razão é dito do desgosto.
Parece que tudo está consumado. Só falta a ceifa e se registrará, então: na História do Brasil, em agosto de 2016, houve um golpe apelidado de constitucional. Os golpistas ou as ratazanas que pululam no Senado como referiu e ilustrou (no desenho, aqui) o editorial do The New York Times* — sagrarão um presidente que deveria se chamar Michel Calabar Temer.
O jornal francês Le Monde, um dos mais influentes da Europa, publicou editorial neste fim de semana, em que afirma que o impeachment de Dilma Rousseff é "golpe ou farsa", que vitima o povo brasileiro. "A ironia quis que a corrupção fizesse milhões de brasileiros saírem para as ruas nos últimos meses, mas que não fosse ela a causa da queda de Dilma Rousseff. Pior: os próprios arquitetos de sua derrocada não são santos".**
Eu, enquanto testemunha do golpe, tenho minha tristeza potencializada por eu ter me omitido. Pertenço a um grupo de mais de 50 milhões de brasileiros a quem se diz: “O teu voto nas últimas eleições foi roubado pelo Calabar que tu co-elegeste!” Eu, com ressaibo de covardia, fico quieto.
*http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/252056/Jornal-The-New-York-Times-desmoraliza-o-golpe.htm
**http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/252017/Le-Monde-impeachment-de-Dilma-%C3%A9-ou-golpe-ou-farsa.htm

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