ANO
10 |
Uma
despedida à Paris
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EDIÇÃO
3133
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Esta é uma edição
de encerramento dos relatos de minha ‘Europa-2016’. Com esta edição chego a nove postagens,
desde o dia 15 de janeiro. Nas mesmas narrei algumas de minhas experiências
enquanto viajor em duas capitais (Bucareste e Budapeste) de dois países que
visitava pela primeira vez. A estes relatos mais extensos, juntam-se
comentários ligeiros acerca de estar mais uma vez em Paris.
Na manhã desta
segunda-feira, começamos a viagem de volta. Às 10h (às 07h pelo horário de
Brasília) devemos partir do mega-aeroporto Charles De Gaulle rumo a Guarulhos,
em uma viagem prevista de 12 horas. Dalí, na mesma noite, seguimos à Porto
Alegre, onde deveremos chegar quase meia-noite. Penso que apenas uma vez fiz
essa travessia transatlântica durante o dia. É mais cansativa, pois as
possibilidades de dormir são menores.
Preambularmente,
queria comentar algo acerca da blogada do domingo, dia 31. Fiz um texto mais
intimista, catalisado pelas emoções de estar deixando a Hungria, onde durante
nove dias enfrentara muitas dificuldades no comunicar-me, tanto em linguagem
oral como escrita. Estes 9 dias foram antecedido por quatro em Bucareste com
dificuldades de comunicações quase idênticas.
Um leitor
anônimo, que se assina Antoine, postou um comentário, em Francês, elogiando meu
texto, mas assinalando uma omissão no meu ‘sentir-se em casa em Paris’: a
facilidade do idioma Francês para um falante do Português. Aceitei, sem
ressalvas, o alerta. E, na adesão a observação narrei o que me ocorrera na
manhã do domingo, 31, visitando o Palais de la Découverte: dei-me conta, ao ler
as legendas dos materiais expostos, da diferença em estar em museu na França se
comparado com as experiências recentes em museus na România e na Hungria.
Isso vale
especialmente na linguagem escrita, onde o meu entendimento é quase 100%, mas
não vale, nem de longe, para minha compreensão de uma exposição oral. Ainda, na
mesma ocasião, assistia um neurocientista, falando para crianças acerca do
treinamento de ratos e não entendi a maioria das exposições feitas.
Acerca do Palais
de la Découverte (Palácio da Descoberta) que recebe mais de 600 mil
visitantes por ano, vale referir que foi fundado por Jean Perrin, prêmio Nobel
de Física em 1924, para ser sede da exposição universal de 1937. Criado para as
crianças, o Palácio da Descoberta oferece às mesmas conhecer ciências e
técnicas com demonstrações e explicações de pesquisadores da instituição e
atividades realizadas pelas próprias crianças.
Ao longo do ano,
o Palácio da Descoberta oferece ateliês, animações e conferências sobre a
astronomia, a química, a matemática, as ciências da vida, as geociências animados
por mediadores científicos. Os visitantes também podem percorrer exposições que
tratam de diferentes temáticas.
Na
impossibilidade de destacar o muito que vimos, da segunda-feira, quando se inaugurava
fevereiro, vou apresentar apenas três destaques:
#1 Estar em
Paris, mesmo que já antes tenha havido mais de meia dúzia de estadas, exige
sempre uma visita à imponente catedral Notre Dame. (A foto tomei-a de seus fundos) Fomos
agraciados por linda surpresa. Realizava-se uma missa solene, com muitos
celebrantes; tivemos oportunidade de ouvir o solista entoando um Magnificat, sendo acompanhando por um
numeroso coral; este plus aditado à visita foi precioso.
#2 Logo adiante encontrávamos
em frente ao magnifico Hotel de Ville (= Sede dos órgãos do governo municipal
de Paris). Nesta segunda estava engalanado com bandeiras de Cuba e recebia Raul
Castro com honras militares. Vimos então centenas de cavaleiros em montarias
com gala tocando instrumentos musicais. Há 21 anos que um presidente de Cuba
não visitava Paris. Raul Castro está na França, para uma visita de Estado de
dois dias, para assinatura de muitos acordos. Esta viagem consagra uma nova
etapa na normalização das relações de Cuba com os países ocidentais.
#3 Tivemos a
oportunidade de conhecer uma Escola Maternal Pública e nos encantar não apenas com a
beleza do prédio e dos equipamentos, mas com a qualidade do ensino oferecido e
também com a alimentação oferecida às crianças.
Ontem, terça-feira, último dia deste turismo
Europa 2016, havia uma sofreguidão de aproveitar o dia, ainda que chuviscoso.
Mesmo que vezes anteriores já fôramos, em diferentes oportunidades ao Institut du Monde Arabe — IMA, o anúncio de uma exposição: Osiris, mysteres engloutis d’Egypte nos
atraiu. Acertamos plenamente. Além de aprendermos acerca da cosmogonia egípcia
e o quanto esta cultura, marcada por uma densa religiosidade, fez que seu
panteão de deusas e deuses aparecesse num sincretismo admirável em outras culturas
mediterrâneas como os gregos e os romanos. Um número muito significativo de
peças com idades milenares foi extraído de com arqueologia muito sofisticada do
fundo Mediterrâneo. Por isso o nome da exposição: os mistérios engolidos do
Egito. Havia ainda na exposição, peças cedidas por outros museus do Cairo e de
Alexandria.
Foi muito bom estar
mais vez no IMA e encantar-se com suas janelas diafragmáticas, que se abrem e
fecham segundo a intensidade de luz. Foi significativo passar pela Universidade
de Sorbonne, campus de Jessie e ver dezenas de estudantes em pesquisas, usando
um artefato cultural que alguns de nossos alunos parecem desconhecer: livros.
Desde o IMA, eu fui margeando o Sena até a
Notre-Dame. Dois destaques desta caminhada: #1) os bouquinistes, que são os vendedores de livros usados ou livros
de ocasião. Observá-los, bem como a mercadoria que oferecem é um espetáculo. #2)
os cadeados do amor: mesmo que no ano
passado a prefeitura houvesse retirado toneladas dos cadeados que os casais apaixonados
afixam na ponte, a prática continua. Anexo duas fotos que fiz para atestar a
continuidade da prática. A amostra que apresento é algo mínimo ante a
quantidade dos cadeados que observei.
Visitei, mais uma
vez, a Basílica de Notre Dame. Cheguei ao término da missa comemorativa da festa
da Purificação de Maria, quando se cumpre a quarentena do parto (= 25/12 a
02/02 = 40 dias). Desta vez sem fiéis e poucos turistas pude aproveitar melhor
a visita, que aquela que fiz na segunda. A contemplação dos vitrais tem para
mim um encantamento muito especial. Viajo no observá-los.
Ainda fiz sumarentas caminhadas na região. Era o meu adeus à cidade. Assim como esta blogada faz a clausura destas quase três semanas de fruições muito significativas. Com agradecimentos a cada uma e cada um dos cerca de 200 leitores diários que prestigiaram os relatos de um viajor sempre muito curioso e feliz por partilhar suas viagens. Depois de nos lermos de Bucareste, Budapeste e Paris, em breve nos leremos de Porto Alegre, que se recupera de impactante desastre atmosférico que nos trouxe apreensões. Até, mais ler.
Maître Chassot,
ResponderExcluirje suis enchanté avec ton très bien raconté promène dans la cité lumière. Quand tu parles sour le vitraux ça me rappelle la maison d'un cher ami qui a, dans ça bibliothèque, le vitraux de Hypatia, la philosophe. J'ai resté avec un immense volonté a connaître le Palais de la Découverte. Me plait, aussi, l'exhibition sur les ouvre d'art de l'archéologie égyptienne, quelle merveille a voir. Je suis desolé avec la destruction de beaucoup de maisons e des arbres a notre ville a cause de l'ouragan... Maintenant il faut penser a enseigner notre élèves environ le dérèglement climatique... C'est an a commencé avec 'sturm'... Allons i mettre notre DRANG! Grosse bisous de ton élève, Guy.
Despedida ou até breve?
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