sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

15.- E... Agora... JÁ VIAJANDO


ANO
 10
Desde Guarulhos – SP
EDIÇÃO
 3125

Na edição desta quinta-feira, escrevia: Uma situação inarredável definiu a postergação da viagem que se iniciaria nesta tarde de quinta. Quase ao final da tarde de ontem, a situação que nos impedira de viaja foi removida. Partimos de Porto Alegre com 24 horas atrasados, com alteração de trajetos, pois em um pouco mais de hora a eficiente Gelsatur reetinerou um roteiro nada trivial. Agora estamos em Guarulhos, passageiros da Royal Air Maroc. Breve estaremos partindo para uma viagem internacional. Vamos, em férias, mais uma vez cruzar o Atlântico, com uma escala não sonhada em Casablanca. Vamos rumo à Europa destino mais usual de nossas viagens. Primeiro vamos a Bucareste e depois a Budapest e a seguir alguns dias em Paris. Voltaremos em 03 de fevereiro.
Esta edição foi feita a partir de situação quase homóloga, publicada em 12/01/2015. Peço a meus leitores que relevem traços de autoplágio.
Em blogada anterior (31DEZ2016) acenei com a possibilidade, mesmo que o blogue tenha frequência aperiódica, contar um pouco destes dias de viagens, em pelo menos uma ou duas edições de cada uma das três cidades antes anunciadas para esta edição turística de 2016. Abro esta série com uma genérica (e preliminar) acerca de viagens — é esta de hoje — e, durantes os próximos dias, acerca das outras das três cidades que visitaremos. Assim, as emoções serão socializadas com excertos do conhecido diário de um viajor.
Quando em 2012, publiquei Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto, reservei um dos cinquenta capítulos para falar de minhas viagens internacionais. Hoje, pelos meus registros começo a minha 31ª viagem internacional. Comecei tardiamente, mas depois que tomei o gosto, quase a cada ano fiz uma viagem internacional.
Comecei apenas em 1989. Fiz, então, a minha primeira viagem a Europa. Entusiasmado pela Gelsa, presenteei-me, pelo meu 50º aniversário, com uma primeira viagem ao exterior. Estou subtraindo deste computo alguns cruzares de fronteiras, anteriores a 1989, em breves incursões a quatro países vizinhos (Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia). Se computadas tais, a rigor, minha primeira viagem internacional, foi — ainda menino — nos começo dos anos 50s: fui com minha mãe e meu irmão Sirne, de trem desde Montenegro à Uruguaiana (como filho de ferroviário, quando meu pai estava de férias tínhamos passe livre nos trens da VFRGS), e então cruzamos a ponte internacional e fomos a Paso de los Libres, na Argentina. Recordo da conversão cambial, que exigia multiplicar por 1,80, e eu logo vi a facilidade de multiplicar por dois e subtrair dois décimos. Compramos alfajores e passas de uva, também farinha de trigo (que se dizia ser mais pura que nossa) e azeite de oliva.
As narrativas de viagens foram, em priscas eras, instrumentos para mostrar aos outros aquelas terras conhecidas pelos poucos que se aventuravam em “arrostar mares nunca dantes navegados”. Entre estas são famosas as narrativas de Marco Polo, segundo alguns um personagem ficcional. Há, em muitas culturas, ainda em tempos hodiernos, o hábito de se valorizar esse gênero literário. Parece que, entre nós, esse nicho de escrituras de viagens ainda não goza de muita aceitação. Há alguns títulos publicados que nos levam a devaneios e viajar com o autor.
Eis um informe da 1ª viagem: jul/ago de 1989: Entre 1º de julho e 7 de agosto fizemos aquilo que faz um marinheiro de primeira viagem (eu, no caso, pois a Gelsa já havia morado na Europa): estivemos em onze países viajando de trem. Começamos em Paris, fomos a Bruxelas, Amsterdam, Berlin (ainda dividida entre a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã), Colônia, Bonn, Luxemburgo, Heidelberg, Munique, Viena, Salzburg, Praga (na então, Tchecoslováquia, antes da separação em dois países), Zurique, Lucerna, Veneza, Florença, Roma, Vaticano e Paris. Foi maravilhoso ver ‘ao vivo’ muito do que havia conhecido em minhas leituras e estudos de geografia. A França, que foi ponto de chegada e de partida, festejava então o Bicentenário da Revolução Francesa. O primeiro contato com Paris se deu na rue Gay-Lussac, que para um professor de Química era significativo. Foram dias de emoções muito fortes.
As outras 29 que medeiam aquela primeira e a 31ª que começa quinta-feira foram muito diversas. Mesmo que a Europa tenha sido a preferida houve outras memoráveis. Assim na América já estive doze países: Argentina (várias vezes), Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana Inglesa, México (três vezes) e Estados Unidos. Na Europa já amealho além dos onze países da 1ª viagem outros doze: Portugal, Espanha, Reino Unido, Grécia, Turquia, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Dinamarca, Suécia, Rússia e Polônia. Na Ásia estive 8 países: Tailândia, Cingapura, Malásia, China, Hong Kong (em 1997, ainda não pertencente à China), Israel, Palestina e Jordânia. Na África, em quatro: Marrocos, África do Sul, Tunísia e Egito.
A Romênia e a Hungria, onde devemos estar próximos dias deverão ser meus 48º e 49º países que visitarei. Sobre esta viagem que começa nesta quinta, quero compartilhar nos próximos dias, emoções com meus leitores concluindo, mais vez com Paris. Obrigado pela companhia. Encerro lembrando que o
"Bom viajante não é o que não sabe para onde vai, mas o que sabe de onde veio!"
Lin Yutang [(1895-1976) Escritor e filologista chinês nascido em Changzhou. Estudou nas Universidades de Shanghai, de Harvard e de Leipzig. Foi professor na Universidade de Beijing. Viveu quase meio século nos Estados Unidos e sua significativa obra literária significou uma ponte entre vazio cultural existente entre o Ocidente e o Oriente].

Um comentário:

  1. Mestre, desejamos uma excelente viagem. Estaremos na carona dos seus relatos. Abraços

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