terça-feira, 5 de janeiro de 2016

05.- UMA HISTÓRIA DA VIDA DOMÉSTICA


ANO
 10
A G E N D A 2016 em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3120
Talvez, uma das mais significativas rotinas destes dias, para mim seja estar, de vez em vez, por alguns pares de horas distante do computador. Poder escapulir deste feitor e deleitar-nos com um livro suporte papel (um real-book, como sugere Guy Barcellos) é algo prazeroso. Isso hoje já figura como algo quase exótico. Os livros de não ficção passam apenas por nossas mãos rapidamente, para pescar uma ideia, buscar uma citação ou fazer uma referência. Os de ficção se afiguram estar no index. Lê-los parece que se traduz em algo ocioso. Tenho saudades de quando eu era um devorador de livro.
Houve tempos, não tão distantes, quando em rodas de amigos se comentava os livros que se estava lendo. Quem ainda faz isso hoje?
Nestes dias tenho lido bastante. Penso que como eu, muita gente mais, lemos ene livros ao mesmo tempo. Comecei no dia de natal a ler um livro primoroso. Ganhara do Jairo Brasil (meu ex-orientando de mestrado) no meu aniversário.
BRYSON, Bill. Uma casa: uma breve história da vida doméstica’ [Título Original: At Home: A Short History of Private Life; Tradução de Isa Maria Lando]. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, 536 p. ISBN: 978-85-359-1947-9]

Bill Bryson é escritor e jornalista estadunidense, autor de sucessos da literatura de divulgação científica como Uma Breve história de quase tudo, Notas sobre um país grande e Crônicas de uma pequena ilha. Devo dizer que não li nenhum destes três citados; encontro-os referidos em comentários.
Em Casa – Uma [não tão] breve história da vida doméstica o autor nos conduz por um passeio através dos cômodos da casa desde a mais remota antiguidade. O livro é estruturado de acordo com os cômodos da casa do autor, construída em 1850, no qual ele traça uma narrativa não linear através dos últimos séculos, dos objetos importantes para cada cômodo, assim como, as pessoas que estão por trás destas invenções tão importantes. Conhecer especialmente a Inglaterra vitoriana (1837-1901) é muito rico.
Aprendemos um pouco sobre tudo, o comércio de sal e açúcar. As informações acerca da construção do maior prédio de vidro do mundo para uma exposição no Reino Unido, em 1850 é algo muito singular. Aprende-se acerca das espécies de morcego dos Estados Unidos e sobre o transporte de gelo entre os continentes. Por que usamos camas para dormir? ... talheres para comer? ... gavetas para guardar objetos? Em dezenas de histórias incríveis.
Uma das ‘brigas’ que tenho com meus alunos é acerca do quanto eles não conhecem a história de seu passado próximo (v.g. que foram seus avós? Aonde nasceram? Quais suas profissões e suas escolarizações? Quais suas línguas maternas?) Este livro é um contraexemplo nas posturas corrente entre meus alunos. Exceção seja feita aqueles da Universidade do Adulto Maior.
A narrativa funciona como uma conversa fluida com alguém muito sábio (ou seria um sabe-tudo?), mas a extensão da obra, devido a grande quantidade de informações, torna-a um livro pesado que não se pode levar em viagem e mesmo em casa é um calhamaço um tanto desconfortável à leitura. Mas vale a pena aventurar-se nas histórias de Bill Bryson que é capaz de escrever (pretensiosamente) acerca da história de quase tudo. Não sei se entre meus leitores há aqueles que são ligados a (história da) Engenharia ou da Arquitetura. Se houver, estes fruirão ainda mais.

Um comentário:

  1. Meu Caro Chassot. Também me fiz curioso com a obra, principalmente por teu relato instigador na edição desta semana. Abraço JB

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