quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

31.- UMA TRANSIÇÃO 2015/2016


ANO
 10
A G E N D A 2016 em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3118
Há exatamente um ano, com a edição 3000, anunciava que o blogue não seria mais diário. Trouxe então, e não cabe reescrevê-las aqui, uma série de razões, produzidas por uma análise que tinha então uma história de mais oito anos. Fora período de intensas modificações nas plataformas que abrigam os blogues.
Então não estabeleci uma periodicidade para as edições futuras. No começo algumas edições mensais. A partir de março se estabeleceu uma frequência de pelo menos duas edições semanais. Assim, quando se olha estas 118 edições produzidas desde então, temos em torno de 2,25 edições por semana. O número de leitores caiu de cerca de 450 acessos diários, para em torno de 300, com alguns picos que chegaram a superar 600 acessos. Agora, em dezembro, como usualmente ocorre nesta época do ano, a frequência está abaixo de 200 acessos por dia.
O livro que estou escrevendo, há um ano usado como pretexto para deixar a frequência diária, está bem adiantado. Estimaria ¾ pronto. No segundo semestre, em função de um grande número de viagens houve uma significativa diminuição na sua produção. Para 2016, há uma previsão de uma muito reduzida demanda de viagens, marcada por locução ‘contingenciamento das despesas’. Já tive cancelamento de palestras agendadas para 2016. Isto vai favorecer a produção do livro.
Vou tentar continuar com uma frequência de duas edições semanais. Na segunda quinzena de janeiro viajo em férias. É muito provável, que ofereça excertos do diário de um viajor a meus leitores.

Assim, aqui e agora, neste ocaso de 2015, agradeço a parceria em cada uma nas
edições deste ano. Embalados pela coragem para viver; a generosidade para
conviver; e a prudência para sobreviver,
aprendamos mais a viver juntos no novo ano.
Por todos estes sonhos: muito obrigado.
Para sonorizar esse agradecimento, cinco minutos de uma muito original apresentação de Tchaikovsky: http://www.youtube.com/embed/tzwWskM4hN8?rel=0
Vale ver e ouvir. Faz bem para a alma.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

29.- ACERCA DE SABÃO DE ALEPO

ANO
 10
A G E N D A 2016 em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3117
No último domingo, neste ciclo de festas, comentei acerca de pelo menos dois presentes muito originais com os quais fui aquinhoado. Um, sementes de baobá; outro sabão de Alepo. Acerca do primeiro publiquei algo na edição do dia 27/12/2015. Hoje falo do segundo.
Faço um comentário preambular. Dar sabonetes como presente é algo de bom tom e bastante usual. Que o digam as perfumarias, que se esmeram em embalagens para fazer de seus produtos objetos de sedução. Todavia, não parece ser algo que seja referido na etiqueta social dar sabão. Na verdade o sabonete nada mais é que um sabão com alguns aditivos para conferir odores, cores, consistências etc. Aliás, em muitos idiomas, não há a distinção que fazemos em português:
Português
Sabão
Sabonete
Inglês
Soap
Soap
Espanhol
Jabón
Jabón (de tocador)
Francês
Savon
Savon du toalete
Alemão
Seife
Seife
Italiano
Sapone
Sapone
Latim
Saponem
Saponem

Tão logo recebi uma barra de 200g de sabão de Alepo (35% de óleo de bagas de louro e 65% de óleo de oliva) [na foto, onde coloquei junto uma fração para dar melhor informação aos leitores] acerca do qual sabia muito pouco, compartilhei a novidade com meu colega Paulo César Pinheiro, da Universidade Federal de São João del Rei, que tem um extenso trabalho relacionado com o fabrico de sabões envolvendo conhecimentos primevos [vale ver: www.campusvirtual.ufsj.edu.br/mooc/ ciencianacomunidade/os-saberes-e-suas-linguagens/] Na comunidade brasileira de Educação Química o Paulo César é nosso doutor em sabões dos mais respeitados.
Depois deste preâmbulo algo sobre o meu original presente:
Sabão de Alepo é elaborado desde a Antiguidade, representa vários milhares de anos de cultura e de história, com o modo de fabrico originário da cidade de Alepo, na Síria, ainda sendo fabricado na atualidade.
O sabão de Alepo está na origem da totalidade dos sabões duros atuais. É elaborado exclusivamente com matérias primas natural. Azeitona e louro são utilizados para o seu fabrico, acrescentando perfume.
Alepo é um importante centro comercial e industrial conhecido pelos seus souks (= mercados) cobertos, contendo numerosas lojas e mesquitas dos séculos 16 e 17 na sua famosa cidadela que domina a cidade. Uma das principais indústrias é a saboaria.
Os primeiros sabões duros foram fabricados no noroeste da atual Síria. Estes sabões, como os que existem em Alepo, foram introduzidos provavelmente na Europa pelos cruzados, que os trouxeram para o Ocidente. Assim, o sabão foi disseminado na bacia mediterrânica, chegando à cidade de Marselha, cujo sabão (sabão de Marselha) é originário do sabão de Alepo. As primeiras saboarias na Europa começam a partir do século 10º, na Espanha (Alicante) e na Itália (Nápoles, Génova, Bolonha, Veneza).
O sabão de Alepo é fabricado de acordo com um método artesanal. Esta tradição secular é perpetuada até aos nossos dias, geração após geração, pelos mestres saboeiros de Alepo.
Alepo (em árabe: حلب, transl. ˈħalab; em turco Halep) é uma cidade no norte da Síria, a segunda maior cidade do país, capital da província homônima. Alepo é uma das cidades mais antigas do mundo, tendo sido habitada desde o século 11 a.C., o que é evidenciado pelos edifícios residenciais descobertos em Tell Qaramel. Ocupa uma posição comercial estratégica entre o mar Mediterrâneo e o rio Eufrates.
Por séculos Alepo foi a maior cidade da Grande Síria, e a terceira do Império Otomano, depois apenas de Constantinopla e do Cairo. Embora esteja relativamente perto de Damasco em termos de distância, Alepo é diferente em sua identidade, arquitetura e cultura, todas marcadas por um contexto histórico-geográfico distinto.
A importância da cidade na história consistiu de sua localização, no fim da Rota da Seda asiática que cruzava a Ásia Central e a Mesopotâmia. Quando o canal de Suez foi inaugurado em 1869, o comércio passou a ser realizado pelo mar e Alepo começou seu declínio gradual. Paradoxalmente, este declínio pode ter ajudado a preservar a antiga cidade de Alepo, sua arquitetura medieval e seu patrimônio tradicional. Alepo tem passado por um renascimento e vem voltando lentamente a uma posição de destaque, tendo conquistado recentemente o título de "Capital Islâmica da Cultura" em 2006 e testemunhado uma onda de restaurações bem-sucedidas de seus monumentos.
Aleppo tem sido abalada por intensos combates entre rebeldes e forças do regime já há mais de três anos. Tornou-se o ponto focal do conflito, tornando o fabrico e as entregas do sabão extremamente difícil.

domingo, 27 de dezembro de 2015

27.- ACERCA DE SEMENTES DE BAOBÁ


ANO
 10
A G E N D A 2016
 em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3116

Estamos no chamado ciclo natalino. Ou, abandonando um pouco a ortodoxia, vivemos o período das festas. Esta é uma época de troca de presentes. Dentre os presentes que ganhei há pelo menos dois muito originais. Um, sementes de baobá; outro sabão de Alepo. Acerca do primeiro comento algo hoje; sobre o segundo, já tenho uma blogada programada.
Em agosto, quando estive no Campus do IF-RN de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, fiz-me fotografar junto a um jovem (5 anos) baobá. Nesta árvore evoco sempre as histórias do Pequeno Príncipe de Saint Exupéry. Nunca antes vira ao vivo está árvore.
Meu amigo Paulo Marcelo Pontes, o professor de Química que se fez virólogo, viu a foto no blogue e, então, escreveu-me acerca dos baobás de sua Recife. No começo deste mês, ele voltou ao assunto: Querido Attico, hoje, encontrei minha primeira mukua [fruto do baobá, tem no interior uma pasta que quando seca, endurece e cai aos pedaços parecendo-se com pedaços de pó de pão seco] caída de 2015 e isso significa que tuas sementes de baobá podem seguir viagem até a Morada dos Afagos, em Porto Alegre. Necessito de que me envies o endereço, a fim de possa postá-las o mais breve possível.
Tuas sementes são filhas de um baobá ainda jovem (deve ter entre dez e quinze anos) plantado na praça da Várzea. [...] O baobá é uma espécie em extinção, mas encontrou abrigo em Recife, considerada a capital dos baobás, se tratando da cidade com mais exemplares fora da África (aqui em casa tenho duas mudas, que cultivo em vasos). Sugiro uma visita ao site http://www.oeco.org.br/reportagens/24002-a-capital-dos-baobas/, para conhecer um pouco dessa história de amor entre cidade e árvore. [...]
Diz uma história oral, quase lenda na cidade pernambucana de Ipojuca, que muitos baobás foram plantados ali por negros vindos da África, embora restem apenas dois exemplares de tradição histórica secular. Os que não sobreviveram por causa do desprezo predador do homem, tiveram o mesmo destino de outros tantos antigos baobás que existiam em Pernambuco no inicio do século passado. Até para lenha de fogão caseiro e para fogueiras juninas eram utilizados seus galhos e partes vitais de seu tronco.
Sobre o plantio das sementes, existem alguns procedimentos a serem seguidos, que reproduzo aqui: Germinando sementes de Baobá:
Quebrando a dormência: As sementes do Baobá ficam dormentes no solo as vezes por anos até germinar. Por isso usamos de algumas técnicas para aumentar a taxa de germinação.
Deixe as sementes de molho em água quase fervente (80 - 90 °C) por 6 minutos, com isso a taxa de germinação aumenta em até 80%.
Lixar uma pequena área das sementes até que a primeira camada comece a clarear, depois ponha as sementes de molho por 48 horas, trocando a água depois das primeiras 24 horas.
Você pode semear em potes, sacos para mudas, sementeiras ou canteiros. É importante lembrar que é preciso semear entre 8 e 10 cm, as mudinhas de Baobá tem raiz muito exigente e cresce com vigor ela precisa de espaço, por isso, escolha logo o que pretende fazer com o exemplar; se for fazer um bonsai por exemplo, plante em vasos rasos e logo no terceiro mês faça a primeira poda das raízes. Caso queira uma bela árvore, escolha um local com bastante espaço e não em cima de rochas para evitar que tombe no futuro.
O Baobá não exige muito em termos de solo. Neste caso quanto mais drenado melhor. O excesso de matéria orgânica no solo pode acarretar no acumulo de água, que causa o apodrecimento das raízes e a propagação de fungos. Tolera solos pedregosos ou arenosos.
Um pouco antes do natal chegou-me um envelope, artisticamente subscritado com um cartão, com seis sementes de baobá apensadas. Assim neste domingo do ciclo de festas, envolvo-me em despertar da dormência as sementes recebidas para fazê-las germinar. Obrigado Paulo Marcelo.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

24.- DEZEMBRO 24: Uma data sempre esperada


ANO
 10
A G E N D A 2016 em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3115
Houve tempos de nossa infância e mesmo da pré-adolescência que a noite de 24 de dezembro era a mais esperada do ano. À medida que os dias passavam, no começo de um novo ano, parece que o natal ficava mais longe. Depois dos finados, havia a impressão que o calendário quase parava. Hoje parece que tudo passa tão rápido. Nossas agendas, então, eram tênues e os dias custavam a passar. Hoje, são muito densas e quase sem nos darmos conta: “... logo ali já é natal!” Sim, hoje é de novo 24 de dezembro.
Assim, escrevo também para desejar alegrias pela data aos que creem e aos que não creem.
Aos primeiros, os votos são de alegria pelo poder da fé na crença de um Deus que se encarna. Acredito que não deva haver mistério de fé maior do que este: um Deus fazer-se homem.
Aos outros, — tenho sempre dúvidas acerca da existência real destes — que possam curtir o recesso laboral catalisado pela maior data religiosa do mundo ocidental.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         A alegria de se associar aos que creem sem discriminação é uma das vitórias de nossos tempos.
Desejo, também, muita alegria pelas festas que têm a magia de congregar, sem distinção, crentes e não crentes.

Mais de uma vez já externei, com ressaibos de brincadeira/verdade, que seria desejável que o ano terminasse em 30 de novembro e recomeçasse em 1º de janeiro. Advogo a eliminação de dezembro com sua sucessão (quase internável) de festas: amigo secreto (parece algo em extinção), natal em família, no serviço, no condomínio, na escola dos netos, primeiro concerto, comemoração de (aniversário) de formatura, intermináveis cerimonias formaturas na Educação infantil, no ensino fundamental, no médio, na faculdade... tudo no hemi-dezembro.
Vivi uma celebração a qual me rendo encantado. Por tal faço desta uma blogada muito especial. Tenho, de maneira explícita, evitado fazer registros familiares, especialmente imagéticos. Há, dentre os meus queridos, aqueles que invocam violação de segurança e privacidade em alguns de meus relatos. Mesmo que discorde da tal postura, respeito-a. Não raro aderi a esta imposição com dificuldade ou até com desagrado.
De maneira consentida, aqui e agora, violo — de leve — essa diretriz. De alguns, imploro compreensão.
Desde o último dia da primavera de 2015 até o primeiro dia do verão de 2015/6, a Gelsa e eu, acolhemos, fora de Porto Alegre (aqui sou tentado dizer que o local é lindo e famoso; mas, não faço), nossas quatro filhas e nossos dois filhos, genros e noras. Eles nos deram em um período de mais de quinze anos quatro netas e seis netos. Esta é nossa pequena/grande tribo, de 23 pessoas vindas de distintas geografias (Porto Alegre, Estrela, Florianópolis e Paris). A foto é de uma gruta artificial com estalagmites e estalactites e piscinas térmicas para hidromassagens.
Vivemos, então, uma muito rara oportunidade que só ocorre uma vez ao ano. Havia por que eu quisesse compartir isso, nesta blogada que também se destina a desejar alegria pelas festas a cada uma e cada um de meus leitores.

sábado, 19 de dezembro de 2015

19- ESPERANDO POR BAQUAQUA


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3114

Há alguns dias estou sendo alertado, em diferentes sítios (v.g. caderno dominical PrOA de Zero Hora), para um livro previsto para o ano novo que já se faz presentes em nossos planos. Junto-me àqueles que aguardam o livro autobiográfico escrito por Baquaqua. Tem sido anunciado como o único registro realizado por um escravo. Está previsto sair pela Editora Civilização Brasileira, no primeiro semestre de 2016. 
Esta edição sabatina (lembrando tempos que neste blogue aos sábados se publicava dicas de leituras) se faz com uma apresentação por Bruno Véras e Paul Lovejoy trazida da página  www.baquaqua.com.br
Ele nasceu livre. Mahommah Gardo Baquaqua, como muitos outros africanos escravizados nas Américas, teve uma cidade natal, uma família e em alguma parte de sua juventude sofreu com a violência da guerra. Ele foi escravizado e exportado através do porto de escravos mais importante na África Ocidental, o porto de Uidá (Whydah) no reino de Dahomey. Foi então enviado para o Brasil em um tumbeiro (navio negreiro) e descarregado em uma praia no norte de Pernambuco em 1845. Naquela época, o comércio transatlântico de escravos já era proibido no Brasil. Logo, por lei, sua condição de escravo já seria ilegal.
Baquaqua foi primeiro escravo de um padeiro em Pernambuco. Depois de tentar tirar sua própria vida ele foi vendido para um capitão de navio no Rio de Janeiro, com o qual viajou ao longo da costa brasileira, especialmente ao Rio Grande do Sul. Durante uma viagem a Nova York em 1847, ele foi capaz de escapar da escravidão, morando posteriormente dois anos no Haiti durante uma época de turbulência política. Sob a proteção da American Baptist Free Mission Society ele voltou para os Estados Unidos da América no final de 1849 para se inscrever no New York Central College em McGrawville, onde estudou entre 1850-53.
Como membro de uma família muçulmana na África, Baquaqua aprendeu a escrever em árabe e ajami. No Brasil ele aprendeu português, assim como um pouco de francês e créole haitiano durante os dois anos que passou no Haiti. Em Nova York ele aprendeu inglês o suficiente para ler e escrever cartas, quando em 1854 publicou sua autobiografia em Detroit com a ajuda de seu editor Samuel Moore.
No período em que escreveu sua biografia, Baquaqua estava morando em Chatham, Canada West (Ontário) que na época era um dos principais terminais da Underground Railroad dos EUA. No início de 1855, seis meses após a publicação de “An Interesting Narrative. Biography of Mahommah G. Baquaqua”, ele se mudou para a Grã-Bretanha onde permaneceu até pelo menos 1857. Nós não sabemos o que aconteceu com Baquaqua depois daquele ano. Em algumas cartas ele havia revelado seus planos de voltar à África. Sua volta para Lagos ou o delta do Níger parece possível.
O relato das memórias de M. G. Baquaqua é particularmente importante como fonte para entender a diáspora africana nas Américas e, especialmente, o Brasil onde é um das poucas de tais narrativas. Tal como outros escritos biográficos, este relato permite a seus leitores ver o indivíduo para além do escravizado e do contexto da escravidão, possibilitando assim a construção de empatias e identificações pessoais.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

15- DO CHUÍ AO MONTE CABURAÍ


ANO
 10
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3113

Em minha viagem anterior, cheguei ao meu destino final 33 horas depois do previsto e em 4 dias tive seis voos, quatro viagens rodoviárias de mais de 4 horas cada e quatro voos cancelados.
Na última do ano, os deuses que cuidam de meus voos foram magnânimos. Deixei Porto Alegre nesta terça às 6h40min e às 11h20min (13h20min BSB) pousava em Boa Vista, RR. Fiz uma breve escala em Brasília, com troca de aeronave. Não sei se esta é quinta ou sexta vez que venho a Boa Vista. A priemira, a convite da UFRR e da Regional da SBQ foi em 01/12/2010. Desde aqui já visitei aldeamentos indígenas, estive na Guiana e na Venezuela. Até já tive como vizinho de apartamento um rei (o da Suécia) no mesmo hotel onde estou hoje.
Venho a convite da UERR. Aqui tenho uma palestra “A Ciência é masculina? É, sim senhora!” na noite de hoje e na quarta-feira: uma banca de mestrado pela manhã e duas qualificações à tarde. Pela manhã Aldecíria Magalhães apresenta sua dissertação no mestrado profissional de ensino de Ciências “Alfabetização científica no ensino de ciências: do saber cotidiano ao saber científico por meio da estratégia de experimentação”. O trabalho foi orientado pela Profa. Dra. Patrícia Macedo de Castro. Terei o privilégio de estar mais uma vez em uma atividade acadêmica com o Prof. Dr. Evandro Luiz Ghedin, que faz parte da banca.
À tarde Glauberson Silva Matos, orientado pelo Prof. Dr. Oscar Tintorer Delgado, submete a qualificação sua proposta: “A atividade de situação-problema na experimentação em ambientes virtuais como ferramentas de aprendizagem de óptica fundamentada na teoria de formação por etapas das ações mentais e de conceitos de Galperin, nos estudantes do 2º ano do Ensino Médio”.
Na segunda parte da tarde, Wemerson Batista Silva, orientando do prof. Ghedin, traz como proposta de dissertação “A mobilização da criatividade no ensino de conceitos científicos no Ensino de Ciências”.
Retorno a Porto Alegre na tarde de quinta, pois na sexta além de ter a última aula do semestre no seminário que compartilho com a Professora Marlis, minha orientanda Jackeline Jimenez Macedo, submete a qualificação no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão a sua proposta: “AS MATAS CILIARES E A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Elaboração de um livro destinado para a educação básica” serão interlocutores da Jackeline e meus os professores doutores Norberto da Cunha Garin e Valesca Veiga Cardoso Casali.
Uma justificativa ao título: Não é uma situação inusitada alguns brasileiros utilizarem a expressão do Oiapoque ao Chuí quando querem dizer do extremo norte ao extremo sul do Brasil, por que, foi considerado por muito tempo o ponto extremo norte do país como o Cabo Orange, localizado no Oiapoque, estado do Amapá, mas dados históricos revelam que em 1998, uma expedição oficial teria alcançado o monte pela primeira vez e confirmado ser o Monte Caburaí o verdadeiro ponto extremo Norte do Brasil. Assim, metaforicamente, esta manhã viajei do Chuí ao Monte Caburaí.
O Monte Caburaí que possui 1.456 metros de altitude é ponto mais extremo ao norte do Brasil e está cerca de 80 quilômetros de distância do famoso Monte Roraima. Ele está localizado no município de Uiramutã, dentro do Parque Nacional do Monte Roraima fazendo fronteira com a República Cooperativista da Guiana. Em 1930, o Marechal Cândido Rondon organizou uma expedição ao Monte Caburaí e chegou a afirmar que se tratava do extremo norte do Brasil, mas mesmo assim, aquelas terras permaneceram por muito tempo esquecidas.