ANO
10 |
Morreu um ídolo...
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EDIÇÃO
3077
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Estava faltando algo
triste para este mês tido, usualmente, como mês de desgosto. No quase ocaso de
agosto, neste domingo, que sabe a primavera pela floração que tinta a cidade, uma
notícia me faz triste. Morreu Olivier Sacks. Por estas coincidências inexplicáveis,
ainda, ontem à noite presentei à aniversariante que será aqui assuntada na terça-feira
o seu último livro.
Oliver Wolf Sacks (Londres, 9 de julho de
1933 - Nova Iorque, 30 de agosto de 2015) foi um neurologista, escritor e
químico amador anglo-estadunidense. Renomado professor de neurologia e
psiquiatria na Universidade de Columbia. Passou muitos anos na faculdade de
clínica da Faculdade de Medicina Albert Einstein na Universidade de Yeshiva. Em
setembro de 2012, Sacks foi nomeado professor de neurologia clínica na NYU
Langone Medical Center, com o apoio da Fundação de Caridade Gatsby. Ele também
ocupou o cargo de professor visitante na Universidade de Warwick, no Reino
Unido. Sacks é o autor de vários best-sellers acerca de estudos de casos de
pessoas com distúrbios neurológicos.
Esta notícia era
esperada. Este ano fez de maneira emocionante o anúncio de sua morte.
“A vida de um homem não é mais importante para o universo do
que a de uma ostra”, escreveu o filósofo escocês David
Hume. O escritor e neurologista Oliver Sacks pegou emprestado o título da
autobiografia de Hume, “Minha Própria Vida”, para um ensaio no New York Times
em que contou de um câncer diagnosticado em 2005 que teve metástase em seu
fígado, dando-lhe alguns meses.
É uma belíssima
carta de adeus, uma reflexão serena e altiva sobre a morte e o que importa
realmente. “Nos últimos dias, tenho visto minha vida como se de uma grande
altitude, uma espécie de paisagem, e com um senso profundo de conexão com todas
as suas partes”, escreve.
Não é o testemunho
de um moribundo. Ao contrário: ele avisa que tem livros para terminar, mas
agora há outras prioridades. Não há mais por que discutir política ou o
aquecimento global.
“Esses assuntos não
me dizem mais respeito; eles pertencem ao futuro”, diz. “Não posso fingir que
não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é de gratidão. Amei e fui
amado; recebi muito e dei algo em troca; li, viajei, pensei e escrevi”.
A muito comovente carta de despedida está
em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-cancer-terminal-de-oliver-sacks-gerou-sua-belissima-carta-de-adeus/
Bom dia Professor...saudades...
ResponderExcluirEsta semana na aula de História das ciências...falamos dos teus livros...como sempre...e dos de Oliver Sacks, sempre na ânsia de fomentar a curiosidade científica e da história da ciência, ao se confundir com a da humanidade...
Sinta-se abraçado neste momento de tristeza mútua...aguardo para nos vermos no EDEQ.
Querido Chassot,
ResponderExcluirFui surpreendido com a notícia da morte do Sacks e estou sentindo grande pesar. Não sabia que o câncer no olho - sobre o qual escreveu um capítulo descrevendo o processo de descoberta e os medos associados - havia evoluído e se disseminado para outras partes do corpo. "Conheci" o Oliver Sacks há muitos anos, através do cativante Tio Tungstênio e, desde então, fui adquirindo suas obras, visita a visita às livrarias. Tornou-se um autor querido, pelos relatos cativantes e pela sensibilidade aos desafios de cada paciente, com os quais nos identificamos. Seus muitos volumes ganharam um bom espaço em minha coleção (que compara-se em número apenas a uns poucos autores: Neruda, Paulo Freire e um tal Attico Chassot). Que Oliver Sacks possa encontrar descanso nessa transição para o Universo da energia, da mesma forma que sempre buscou aliviar as dores de seus semelhantes.
Forte abraço desde Olinda,
PAULO MARCELO
Admirável exemplo de conscientização de alguém que sebe-se semeador.
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