ANO
10 |
EDIÇÃO
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Começa a última
semana de agosto. Se a semana passada foi cearense, esta deverá ser potiguar.
Há um entremeio com aulas e banca na segunda e terça no Centro Universitário
Metodista IPA.
BANCA: Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão Mestranda: Andrea Duarte de Almeida “A importância da inclusão e apoio paterno durante o puerpério imediato para a motivação e continuidade da mulher que amamenta”. Marlis Morosini Polidori (orientadora), Ricardo Pavani (co-orientador), Daiane Dal Pai (UFRGS) e Attico Chassot (IPA).
BANCA: Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão Mestranda: Andrea Duarte de Almeida “A importância da inclusão e apoio paterno durante o puerpério imediato para a motivação e continuidade da mulher que amamenta”. Marlis Morosini Polidori (orientadora), Ricardo Pavani (co-orientador), Daiane Dal Pai (UFRGS) e Attico Chassot (IPA).
Ainda nesta noite de segunda há uma sessão sumarenta do Fronteiras do Pensamento, pois há uma
dose dupla: Richard
Sennett e Saskia Sassen, isso comento adiante.
Na semana passada Iguatu entrou em minha história, não apenas
pelas cinco
palestras que proferi, mas pelos atenciosos contatos com mulheres e
homens envolvidos em fazer alfabetização científica. Na noite de quarta, recém-chegado
a cidade cearense, falei na 4ª semana de Química do IF-Ceará, onde recebi demonstrações
de bem querer. A quinta foi marcada por três atividades organizadas pela CREDE
16 (Coordenadoria Regional para o Desenvolvimento da Educação): pela manhã e
pela tarde falei para alunos e professores do ensino médio, com saborosos
diálogos e à noite a palestra foi para cerca de 400 professores de sete municípios da região geo-educacional de Iguatu, que lotaram um auditório que se
mostrou muito atencioso. Na manhã de sexta, a quinta palestra foi para mais de
meia centena de professoras e professores do SESC. A foto da professora de História da Matemática Jeanne d'Arc Passos, registra uma
parte do simpático grupo.
Em cada uma das palestras muitas fotos e autógrafos. Sou
particularmente grato aos senhores Raimundo e Uchoa que me conduziram nas duas
vezes 3 horas entre Juazeiro do Norte/Iguatu/Juazeiro do Norte em meio às
curvas na caatinga inóspita da região do Cariri, que clama por água. Um e outro
não foram apenas hábeis motoristas, mas, enquanto conhecedores da região souberam
distribuir seus saberes. Personalizo no Professor Tadeu
Teixeira de Souza, que catalisou meu estar em Iguatu, a minha gratidão a cada
uma e cada um que me acolheram.
Agora, preparo-me para
similar jornada em Paus dos Ferros, no Rio Grande do Norte, a partir de quarta-feira.
Como referi na abertura a sessão de hoje do Fronteiras do Pensamento terá uma sessão
centrada no tema de 2015: como viver juntos com Richard
Sennett e Saskia Sassen.
Nascido
em Chicago, o estadunidense Richard Sennett é considerado um dos maiores
intelectuais em sociologia urbana na atualidade. Seu trabalho une sociologia,
história, antropologia e psicologia social. Aluno da filósofa alemã Hannah
Arendt e com influências do filósofo francês Michel Foucault, seus estudos
analisam a vida dos trabalhadores no meio urbano e questões ligadas à
arquitetura das cidades. Richard Sennett é graduado pela Universidade de Yale e
com Ph.D. em História da Civilização Americana pela Universidade de Harvard. Em
seu trabalho, explora como indivíduos e grupos dão sentido social e cultural às
cidades em que vivem e ao trabalho que realizam.
Sennett
reflete sobre como os sujeitos podem se tornar intérpretes competentes da
própria existência, mesmo diante dos obstáculos que a sociedade oferece. Para
ele, pensamento e sentimento estão contidos no processo de fazer, transformando
em falsa a divisão entre o “homem que faz" e o “homem que pensa". Em
reconhecimento aos seus estudos, recebeu os prêmios Hegel e Spinoza, e o
doutorado honorário pela Universidade de Cambridge, entre outros.
Saskia
Sassen, nascida em Haia, nos Países Baixos, é referência na área da sociologia
urbana por suas análises sobre os fenômenos da globalização, da migração urbana
e do impacto das tecnologias de comunicação nas formas de governo.
O
termo “cidades globais", criado por Peter Hall em 1966, foi popularizado a
partir das pesquisas de Sassen. Ela entende que as “cidades globais" estão
mudando a geografia do poder, com a intensificação das transações entre elas, e
que, ao mesmo tempo, devem ser foco de estudos, pois são também o local onde
minorias e vulneráveis encontram espaço para os seus projetos de vida. De
acordo com ela, é preciso entender como as pessoas que são expulsas do
interior, ou de pequenas cidades encontram, na cidade global, o lugar que lhes
resta para viver, mesmo que dormindo nas ruas (mais detalhes em www.fronteiras.com
Sennett
e Sassen se conheceram em meados de 1970, quando ela assistiu à palestra do
sociólogo com Michel Foucault no New York Institute for the Humanities, fundado
pelo estadunidense. Saskia Sassen, então membro do instituto, foi convidada
para um jantar na casa de Sennett e afirma ter ficado mais impressionada ainda
com a capacidade do sociólogo de cozinhar, um hobby que o sociólogo cultiva.
Casados desde 1987, a parceria de décadas só não acontece na cozinha. Do
primeiro jantar até hoje, brinca Sennett, fazer supermercado, cozinhar e lavar
a louça são tarefas exclusivas dele. Felizmente, a união do casal no pensamento
é inabalável.
Confesso que fiquei surpreso com a expressão "cidades globais", pois só conhecia as "Aldeias globais" do McLuhan. Expressão cunhada por esse filósofo canadense para enquadrar o encurtamento das distâncias entre as comunidades, culturas, costumes, cidades e nações devido as novas tecnologias eletrônicas. Sua expressão ficou popularizada na década de sessenta do século passado através de suas obras, em particular de “A Galáxia de Gutenberg” (1962).
ResponderExcluirBela postagem, JAIR.
Professor Chassot,
ResponderExcluirBoa tarde!
Devo dizer que desde a última quinta-feira, após palestra ministrada no Sesc de Iguatu, suas palavras permeadas por conhecimento e sabedoria, têm povoado o imaginário coletivo de muitos professores da escola do Sesc. Sendo assim, nem queremos falar em saudade, mas em reencontro de saberes e sabores... pelos livros e pessoalmente etc.
Maria Elizângela da Penha
P/ Formação Contínua de Educadores