quinta-feira, 30 de julho de 2015

30.- 2006 | NOVE ANOS | 2015

ANO
 10
NOVE ANOS
EDIÇÃO
 3066

Esta é uma edição comemorativa. Há dias passados referi a este 2015 como annus arduus, então fui lembrado que na História, por algumas situações, há annus terribilis, ou para usar uma expressão mais popular períodos de inferno astral. Diz-se que, a um ano terrível sucede um annus mirabilis, ou um ano maravilhoso ou um tempo em que gira a roda da fortuna. Porém ainda, há cinco meses para passar este 2015 de vacas magras.
Hoje recordo (não comemoro) os nove anos deste blogue. Comemoração, por ora me parece insípida ou sem graça. Mais recentemente, eu sinto que o blogue (não seu editor) não vai bem. Houve algumas estratégias não bem sucedidas para curá-lo. Em maio de 2013, se fez perdas. Depois de 6,8 anos de blogares diários, optei, então, por edições semanais. A abstinência teve gosto amargo. Primeiro, cumpri a decisão. Depois a frequência foi aumentando. Meio ano depois a periodicidade voltou a ser diária. Em 27 de dezembro do ano passado, quando cheguei à edição 3.000: novas modificações. Então, eu defini que sairia de circulação. Decisão difícil? Sim. Maturada? Muito.
Tinha razões: A rapidação no sistema de absorver e de disseminar o conhecimento determinada pela Internet é galopante. Em 2006, quando comecei a blogar era estar na vanguarda. Hoje, apenas nove anos depois parece algo anacrônico. Poderia trazer meia dúzia de exemplos. Cito um: em 2006, ninguém lia em smartphone. Hoje poucos usam as plataformas de então. A diagramação, a extensão do texto e até o assunto requerem outras estratégias.
O desenfreado consumismo é veraz... e é voraz.
 Ele valoriza a informação. Desprestigia o conhecimento. Não vou aderir liminarmente a Umberto Eco que, há dias, afirmou: “a internet deu voz a uma multidão de imbecis”. Mas, parece que faltam cada vez mais pessoas que olhem de maneira crítica o que leem e também o que escrevem.
O acesso mestrechassot.blogspot.com não desapareceu. De vez em vez, publico algo. Esta é a edição 3066. Desde que deixei de ser diário passaram sete meses, assim há uma frequência aproximada de duas edições por semana. Hoje não entendo como mantinha um blogue diário. Fica, por ora, o propósito de manter este ritmo. Mesmo sabendo que não esta sendo fácil, hoje, sustentar duas edições por semana. Estou em um ritmo maior de outros escritos. As exigências acadêmicas aumentam.
Sigo com o propósito de vez em vez postar algo. Como fiz, por exemplo, em janeiro quando trouxe excertos do diário de um viajor de Berlin, Varsóvia e Cracóvia ou, ainda, durante o primeiro semestre, comentei mais de uma dezena de viagens profissionais. Obrigado a cada uma e cada um dos meus queridos leitores que seguem prestigiando este blogue.
Começamos, hoje, o ano DEZ. Façamos isso, e tudo o mais, na expectativa de tempos muito possivelmente melhores.

terça-feira, 28 de julho de 2015

28.- A PRODUÇÃO DE LIXO AUMENTA.

ANO
 9
EDIÇÃO
 3065

Eis uma notícia desta segunda-feira, 27 de julho: Nos últimos 11 anos, o aumento da geração de lixo no país foi muito maior do que o crescimento populacional. De 2003 a 2014, a geração de lixo cresceu 29%, enquanto a taxa de crescimento populacional foi de 6%.

Mesmo com a retração econômica, o ano de 2014 registrou um aumento da produção de lixo por pessoa em comparação ao ano anterior.
Cada brasileiro produziu em média 1,062 kg de resíduos sólidos por dia. Ao longo do ano, foram 387,63 kg de lixo per capita, aumento de 2% em relação a 2013.
A quem desejar colocar 6 minutos de reflexão nestes números recomendo https://www.youtube.com/watch?t=13&v=1tYdOIqvpqg
onde poderá assistir um vídeo muito bonito e muito cristão, produzido na esteira da encíclica: Laudato si' ou "Sobre o Cuidado da Casa Comum"

sábado, 25 de julho de 2015

26.- Dia dos avós

ANO
 9
EDIÇÃO
 3064

Neste domingo, 26 de julho, quando igreja católica romana recorda a festa litúrgica de são Joaquim e santa Ana, pais de Maria, logo presumíveis avós de Jesus, o calendário de comemorações (comerciais) celebra o DIA DOS AVÓS. Vou reduzir minha homenagem à data ao registro de visita recente de 4 netas e dois netos a sua muito ‘estimada’ avó.
O crédito da foto: autor desconhecido. Recebida em meio a dezenas de mensagens de ‘amigos’ que conhecem o que eu preciso ver. Não sei se se trata de uma foto montada ou captada de uma realidade não exótica. Mas, ela parece um registro crítico não distante da realidade.
No resguardo da verdade, devo afirmar que a mesma não traduz o estar comigo de meus netos, de maneira especial, nas manhãs de domingo. Adito, aos que vivem as doçuras do avonar, votos pela data merecidamente comemorada.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

24.- 35º EDEQ


ANO
 9
EDIÇÃO
 3063

Nesta edição o blogue abre um espaço para uma divulgação e um convite. São muito poucos os encontros científicos que no Brasil que podem referir estar anunciando sua 35ª edição. Quando em dezembro de 1980 organizamos o primeiro Encontro de Debates sobre o Ensino de Química, na PUC de Porto Alegre, o século 21 era uma miragem distante. Não conhecíamos, então, o que era internet. Os participantes do primeiro EDEQ não sabiam o que era pen-drive, MP4, smartphone e outros quetais. Aliás, isso também não era conhecido de participantes do XX EDEQ ocorreu de 12 a 15 daquele frio julho de 2000, também na PUC em conjunto com X Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ) e II Encontro Latino-americano Ensino de Química (ELEQ).
Hoje, convidamos os leitores a acessar www.edeq2015.com e logo poderão tomar conhecimento detalhado de como será edição deste ano, no dia 17 de outubro.
Nenhuma informação necessária à participação do encontro precisa ser trazida aqui. 16 caracteres (letras, números e pontos) funcionam como um abre-te sésamo e trazem muitas e relevantes informações. Algo assim no primeiro EDEQ era ficção científica.
Há, todavia, bastidores que não são desvendadas pela quase magia do abre-te sésamo antes anunciados. A edição de hoje é mais para contar um pouco dos bastidores. Não vou fazer história. Desde o 1º EDEQ, tivemos apenas uma lacuna: 1991 ano para o qual estava programado o XII EDEQ na cidade de Pelotas. Por problema operacionais, o XII EDEQ, só viria ocorrer em 1992 na ULBRA.
Pois neste 2015 annus arduus, tivemos problemas. Desde que realizamos nos dias 2 e 3 de outubro de 2014, o 34º EDEQ na UNISC, em Santa Cruz do Sul — um evento muito bem organizado com quase meio milhar de participantes do Estado e de algumas outras unidades da federação — vivemos uma preocupação: encerramos o encontro sem saber onde nos encontraríamos em outubro de 2015, para o 35º EDEQ. Usualmente há disputas entre as instituições para sediar a próxima eição. Já houve situações de designarmos instituições para os dois anos seguintes. Desta vez não tivemos sucesso nas petições. Deste outubro, fizemos tentativas.
Depois de muitas tratativas, somente no dia 16 de maio podemos anunciar o 35º EDEQ, graças os esforços competentes e dedicados do colega Marcus Eduardo M. Ribeiro, Doutorando em Educação em Ciências e Matemática – PUCRS, coadjuvado pela Rochele Liguércio, professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências: Química da Vida e Saúde da UFRGS.
Temos várias instituições apoiadoras que ensejarão fazermos um evento mais singelo mas que deseja trazer à discussão: "Da universidade à sala de aula: os caminhos do Educador em Química". Talvez consigamos nos aproximar de respostas a questões como: "Por que as pesquisas e os estudos em ensino de Química, vivenciados pelos professores em formação, não chegam às práticas escolares desses professores? Repito a chave é www.edeq2015.com 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

20.- “Quando a boca cala, o corpo fala, e quando a boca fala, o corpo sara”


ANO
 9
EDIÇÃO
 3062

Esta segunda-feira julina é um dia muito significativo no meu fazer acadêmico. Para aquelas e aqueles que se envolvem em atividades docentes em pós-graduação uma defesa de mestrado ou doutorado é um momento muito significativo e usualmente é revestido de muita emoção.
Mesmo que não tenhamos mais nas defesas o ritual pomposo da universidade medieva, onde o doutorando e seu orientador estavam, não sem requintes de teatralidade, em campos opostos ao dos examinadores, ainda hoje, a conclusão de um mestrado ou de um doutorado celebra um muito aguardado momento que traz ao neo-mestre ou ao neo-doutor não apenas o sabor de um título que o faz distinguido, mas representa o término de uma usual jornada de estafantes estudos e intensa produção acadêmica. O orientador, usualmente parceiro mais próximo, vê encerrada uma etapa importante de sua atividade.
Minhas ações como orientador de mestrados e doutorado são tardias, pois só fiz doutorado quando já aposentado no Instituto de Química da UFRGS. Levei a defesa: cinco doutores (4 na Unisinos e 1 na REAMEC) e 30 mestre (1 UFMT, 18 Unisinos, 4 URI-FW e 7 CUM-IPA). Pois esta lista recebe, neste 20 de julho, um acréscimo. Partilho com os leitores deste blogue minhas emoções.
Às 18h, no Centro Universitário Metodista do IPA, a enfermeira Karina Amadori Stroschein Normann, apresenta no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão a dissertação A Terapia Comunitária Integrativa em cursos de graduação de enfermagem como uma das possibilidades práticas para ampliação do cuidado em saúde”. Na banca que avaliará o trabalho da Karina, que nos dois últimos anos tive o privilégio de orientar, estão as Professoras Doutoras Luciane Pons Di Leone e Marlis Morosini Polidori.
A Karina é professora do Curso de Bacharelado em Enfermagem no IPA, no qual fez também sua graduação. Cada um de nossos orientandos deixa-nos lições e trazem marcas muito próprias na tarefa sempre exigente de orientação. Ver a independência na tessitura da dissertação de uma professora dedicada a seus alunos, marcada por encantamento na busca de ações para ampliação dos cuidados em saúde foram não apenas facilitadores de meu trabalho, mas oportunidades de continuados momentos de envolvimentos saborosos em discussões de temas nos quais, muitas vezes, eu era alienígena.
A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é considerada como um artefato cultural na área da saúde destinado à promoção de encontros (interpessoais e comunitários), que possibilita compartilhar vivências e conhecimentos. Resgata-se a valorização das histórias de vida dos participantes das rodas de TCI, bem como se promove o fortalecimento da autoestima e da autoconfiança com o aumento da percepção dos problemas que estão ao seu redor, visualizando possibilidades de solução.
O dito popular “quando a boca cala, o corpo fala, e quando a boca fala, o corpo sara” trazido pelo psiquiatra Adalberto de Paula Barreto, criador da TCI, há 20 anos na Universidade Federal do Ceará, evidencia a necessidade de criar espaços coletivos para promoção da fala e da escuta frente aos sofrimentos particulares e coletivos enfrentados por cada pessoa.
No seu mestrado a Karina buscou analisar a ação da TCI, enquanto uma atividade prática da disciplina de Educação Permanente na formação de bacharéis em enfermagem procurando uma ampliação do cuidado em saúde. A pesquisa foi realizada com os acadêmicos quase ao término da graduação. As vivências de aprendizagem durante o desenvolvimento de roda da terapia, como ferramenta para ampliação do cuidado em saúde na formação em bacharel em enfermagem. A TCI mostrou-se como possibilidade de transformações nos processos de trabalho em saúde e formação e também como uma estratégia para a ampliação do cuidado em saúde.

sábado, 18 de julho de 2015

18.- A CIÊNCIA É MASCULINA? Agora em 7ª edição

ANO
 9
EDIÇÃO
 3061
Em 06 de maio anunciava o envio à Editora Unisinos de uma proposta revisada e atualizada para uma reedição de A Ciência é masculina? É, sim senhora! Celebro, aqui e agora, a chegada dos exemplares da 7ª edição. É saboroso ver aquele mirrado livrinho que apareceu a primeira vez em 2003, com 103 páginas, já parecer agora mais robusto com suas 148 páginas. Vários exemplares da nova edição foram autografados na noite de quinta, na Unipampa em Dom Pedrito.
 Meus agradecimentos são para a muito competente equipe da Editora Unisinos. Personifico-os no muito atencioso Prof. Carlos Alberto Gianotti, sempre o meu editor exigente, mas compreensivo.
Não sem uma ponta de constrangimento ratifico aqui o que anunciava em 6 de maio. O nosso continuado centramento em uma leitura Ocidental. Filosofias orientais, como o budismo ainda não foram apreendidas. A estas, talvez consigamos acrescentar também as marcas do islamismo em nossa formação. Outra dimensão que ainda empobrece esta nova edição é ausência das muito importantes contribuições de matriz africana. É estimulante marcar todas estas deficiências numa reedição para lançar pistas para diálogos e definir estudos que poderão contribuir para ampliar futuras edições. 
Quando no último dia 9, no texto LAUDATO SI’: Sobre o Cuidado da Casa Comum, no qual aportei comentários amealhados de maneira muito cética acerca da última encíclica do papa Francisco, escrevi que nos comentários acerca da Religião, a matriz judaico-cristã aflora de maneira permanente, ignorando o orientalismo.
Aqui parece importante marcar quando se consegue fugir a ortodoxia. Nisso ratifico a importância de Lilith, no capítulo ‘A nossa ancestralidade judaica’, que permite inferir o quanto o apagamento do nome de uma admitida primeira mulher, anterior a Eva, significa um histórico endurecimento de posturas machistas na tradição judaica (assumido, posteriormente pela tradição cristã). Talvez, essa análise lilithiana seja a inclusão mais importante aditada ao livro a partir da 5ª edição. O tema é bastante desconhecido; por exemplo, na noite de quinta na minha fala em Dom Pedrito, pareceu novidade para a grande maioria de um auditório de quase uma centena participantes.
Na foto de Maria Helena Mena Dutra com a Profa. Dra. Elena, Pró-Reitora de Graduação da Unipampa.
É novidade, no Para saber mais uma breve biografia de Teresa D’Ávila, marcado pelo valor literário e reformador de sua obra que me aventurei ler um pouco. Outro nome que passa figurar na mesma secção, é o de Teano, uma matemática do século 6º antes de Cristo; a desconhecia. Agora, tira a primazia de Hipátia, como nome feminino mais antigo na História da Ciência.
Continuo usando como indicador, para a tese que sustento, a reduzida premiação a mulheres com Prêmios Nobel, vale ratificar aqui, o quanto este indicador que tenho usado pode ser desclassificado. Já foi comentado, apenas para trazer um exemplo, o quanto aumentou o descrédito à Fundação Nobel, quando em 2009, o beligerante presidente estadunidense Barack Obama recebeu o Nobel da Paz, traduzindo o caráter político do prêmio.
Mas, válido ou não a premiação é um indicador que temos e na mirada ao mesmo, tenho escrito, nos últimos anos, a cada outubro, quando da divulgação dos Prêmios Nobel, mais especialmente os três de Ciências (Física, Química e Medicina/Fisiologia) que a Ciência continua masculina. Isso causa certa desilusão, pois, sonhadoramente, queremos novos tempos.
Um dos quadros inserido na nova edição — que está a seguir —parece mostrar o quanto ainda é oportuno estar já na própria capa do livro a resposta à pergunta A Ciência é masculina? que constava sem respostas nas primeiras edições. Realmente é apropriado responder-se: É, sim senhora!

2003(1ª)
2008(4ª)
2012(6ª)
2014(7ª)
FÍSICA
175  02
187  02
194  02
199 02
QUÍMICA
145  03
157  03
163  04
169 04
MEDICINA
186  06
196  08
201  10
207 11
TOTAL
504  11
540  13
558  16
575 17

Mesmo que sonhemos com uma Ciência mais feminina (com homens e mulheres com iguais envolvimentos) este caminho ainda parece distante. O quadro mostra os totais de galardoados junto com o número de mulheres premiadas, com informações distintas extraídas de quatro edições do livro. Nas três premiações, mesmas com evolução do destaque às mulheres, ainda muito lenta, mesmo nos tempos mais recentes, vê-se situações bem diferentes nestes 11 anos. Na Física, quando o número de homens premiados cresceu em 24, nenhuma mulher foi premiada (isso já há mais de 60 anos). Na Química houve também um aumento de 24 premiados, dos quais apenas uma mulher. No terceiro dos prêmios a situação é mais auspiciosa: no aumento de 21 premiados, seis são mulheres.
A nova edição está disponível em www.professorchassot.pro.br / livraria virtual. O preço inclui o frete por correio comum. Para mais de cinco exemplares, para o mesmo endereço, há 10% de desconto. 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

16.- Uma vez mais na UNIPAMPA


ANO
 9
EDIÇÃO
 3060
Quando a edição desta quinta-feira entrar em circulação, já terei percorrida a primeira das seis horas que levam a Dom Pedrito, distante 460 km da Capital. Venho a segunda vez a esta cidade (estive aqui em abril de 2013) em decorrência de convite da Universidade Federal do Pampa — Unipampa. Esta jovem Universidade, com campus em 10 municípios nas fronteiras gaúchas, já me ensejou estar em 2012 em Uruguaiana, lindeira com a Argentina e em Bagé, como Dom Pedrito, na fronteira com o Uruguai.
Minha agenda aqui envolve três falas para docentes e discentes da Unipampa, em cada um dos três turnos. A fala da noite ‘A Ciência é masculina? É, sim senhora!’ está destinada a público extramuros da universidade.
Amanhã pela manhã já estarei em Porto Alegre para a banca de qualificação de meu orientando César Godoy Soares do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista do IPA. O César é Terapeuta Ocupacional e como produto de conclusão do mestrado elabora uma Cartilha inclusiva que pretende ser uma ferramenta adicional para inclusão das pessoas com deficiências no mercado de trabalho.  Fazem a qualificação do trabalho a Profª Dra. Eliana Maria Dantas dos Anjos e Prof. Dr. Jose Clovis de Azevedo.
Mais de um leitor já disse que pega carona com minhas viagens aprendendo um pouco geografia em meus relatos. Então, o convite está lançado para esta edição. Claro que não tenho atratividades a narrar como já fiz, por exemplo, de Saint Petersburgo ou Cracóvia, para exemplificar apenas duas das muitas joias turísticas que já presenteei aqui.
Dom Pedrito, com cerca de 40 mil habitantes é um dos municípios mais antigos do Rio Grande do Sul. Está na microrregião da Campanha Meridional. Limita-se ao sul com o Departamento de Rivera, Uruguai. No Estado, se limita a oeste com Santana do Livramento, ao norte com Rosário do Sul, com São Gabriel e com Lavras do Sul. A leste, o limite é com Bagé, de onde foi desmembrado. No mapa se pode ver a sua localização.
Minha primeira curiosidade: Por que do nome: a Wikipédia — sempre oportuna — respondeu: o povoamento surgiu com o contrabando fronteiriço. Um espanhol, Pedro Ansuateguy, apelidado de Dom Pedrito, organizava esta atividade ilegal, abrindo picadas que deram origem a estradas, daí surgiu o nome do município.
O povoamento da região sede iniciou em 1800, emancipando-se em 1872. Inicialmente, denominou-se Nossa Senhora do Patrocínio de Dom Pedrito; posteriormente, passou a chamar-se somente Dom Pedrito. A partir de 1888, a sede foi elevada à categoria de cidade.
Esta região foi duramente atingida por três conflitos armados, Revolução Farroupilha (1835/1845), Revolução Federalista de 1893 e pela Revolução de 1923. O Tratado de Paz da Revolução Farroupilha ocorreu em Ponche Verde (Dom Pedrito), o que levou a cidade a ter a denominação de Capital da Paz.
Após a Revolução de 1923 o progresso tomou grande impulso na zona, principalmente nos setores de criação de gado e triticultura. Dom Pedrito sempre manteve sua área geográfica desde sua emancipação, não tendo dado origem a nenhum outro município.
No final do século 20 houve grande impulso na orizicultura no município. No início do século 21 iniciou-se o plantio de uvas para a elaboração industrial de vinho. O município também cultiva outras frutas, como o melão. Assim, a Unipampa, inserida na realidade, no campus de Dom Pedrito, oferece cursos de Enologia e de Técnicas agropecuárias.