quinta-feira, 14 de maio de 2015

14.- PARA UMA QUINTA MUITO ESPECIAL

14.- PARA UMA QUINTA MUITO ESPECIAL
ANO
 9
EDIÇÃO
 3040
Após a pequena atratividade (já esperada) acerca de duas únicas encíclicas não escritas em latim, que se constituíram nas edições de segunda e terças feiras, imerjo, uma vez mais no mundo da Academia. Este parece mais a gosto de meus leitores. Esta imersão tem a ver com a densidade acadêmica da tarde de hoje e com o quanto, também a noite é prenhe de emoções, pelo que ela projeta para a esperada sexta-feira, 15 de maio. Com estes dois momentos, faço a tessitura da blogada de hoje.
O ser professor tem ônus e tem bônus. Estes parecem muito mais significativos que aqueles. E dentre os mesmos, algo que me encanta — e isso ocorre em qualquer nível da carreira do magistério — é a não rotina. Exemplifico: por mais que preparemos uma aula, desenhando as interrogações que levaremos a discussão, as estratégias que desenvolveremos para superarmos a concorrência dos smartphones, esta aula poderá se revelar (e não raro é isto que ocorre) numa grande caixa de surpresas.
Esta tarde tenho uma banca de qualificação de uma orientanda minha. Esta qualificação é impar e tem ineditismos para mim. Mesmo que tenha já levado à sagração, (corrijo-me): à titulação, 30 mestres e 5 doutores e tenha presentemente como orientandos seis mestrandos e dois doutorandos, a qualificação desta tarde tem ineditismos.
A Mariana Vianna Potrich não é a primeira psicóloga que levo a qualificação. É a terceira. Desde que ingressei no Centro Universitário Metodista do IPA, em agosto de 2007 sou professor e orientador no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão.
O mestrado profissional é uma recente alternativa ao mestrado acadêmico. Trata-se de um curso de pós-graduação stricto sensu, com duração idêntica à do mestrado acadêmico, que requer o mesmo grau de comprometimento e que possibilita o acesso ao doutorado e a docência em instituições de ensino que exigem o grau de mestre.
Há diferenças entre o mestrado acadêmico e o profissional. Comento uma: o produto final do mestrado acadêmico é de maneira usual, a produção de uma dissertação escrita a ser defendida para uma banca; no mestrado profissional o trabalho final pode se dar em forma de projeto, material didático, aplicativos, estudo de caso, desenvolvimento de software, protocolo de atendimento, patente, escalas de avaliação, técnicas específicas, material didático, entre outros. Qualquer desses produtos também é apresentado a uma banca examinadora e deve ser desenvolvido e avaliado com o rigor de uma pesquisa em nível de mestrado.
Obrigo-me apenas citar mais uma diferença (esta uma felonia) entre os mestrados acadêmico e profissional: os mestrandos do acadêmico podem receber bolsas da Capes, os do profissional, não. Isso é tão discriminatório que retomarei em edição exclusiva.
Os sete mestres que orientei no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão do IPA fizeram dissertações. A Mariana é minha orientanda que leva a qualificação um produto. Tenho ainda dois outros orientandos que também pretendem fazer um produto.
Qual o produto que ela pretende elaborar? Sua proposta é a elaboração de um livro, que contará a história de um casal que recebe a noticia que o filho recém-nascido tem Síndrome de Down. Este livro é destinado aos familiares de crianças com Síndrome de Down. Ele se propõe descrever o desenvolvimento e o processo de inclusão escolar, destas crianças nos primeiros anos de suas vidas, a partir do olhar de um Serviço de Estimulação Precoce. É num serviço desta natureza que a Mariana, há alguns anos, centra suas atividades profissionais. Há que convier que é um trabalho desafiador e muito significativo.
Outra característica da banca desta tarde é quase uma iniciação de meu aprendizado com co-orientação. A orientação à Mariana tem participação do Prof. Ricardo Pavani, que tem expertise em orientação de produtos. É bom aprender com os mais experientes. A banca de avaliação da proposta da Mariana está anunciada ao lado.
A minha quinta-feira traz outro destaque. Hoje à noite viajo, via rodoviária, para Chapecó, no oeste catarinense. Volto a duas universidades — Unochapecó e UFFS — que já me acolheram em outros momentos.
Já há alguns meses, a professora Cláudia Maria Grando, Coordenadora do Curso de Matemática, da Unochapecó convidou-me para uma fala na Semana da Matemática, pois os estudantes trabalham com A ciência através dos tempos. O convite se expandiu e a fala Exigências da Ciência para estar no mundo da Academia hoje incluirá na noite desta sexta também as semanas acadêmicas dos cursos de Biologia e de Física. Na parte da tarde, na Unochapecó que é minha anfitriã nesta viagem, realizo, catalisado pelo mote Das disciplinas à indisciplina, um encontro informal com professores dos cursos de Matemática, Biologia e Física e também professores e estudantes do Mestrado de Educação e Mestrado em Ciências Ambientais.
Pela manhã, Antônio Valmor de Campos, que foi meu orientando no mestrado, com uma significativa dissertação acerca de agricultores que cultivam milho crioulo, me recebe na Universidade Federal da Fronteira Sul, onde é professor para a fala Das novas exigências ao estar mundo da Academia para acadêmicos e professores do curso de pedagogia e do mestrado em educação.
Está justificado o destaque que dou a esta quinta e também as repercussões que faz na sexta. Volto para Porto Alegre, após a fala da noite.


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